Projeto de lei visa obrigatoriedade; Grupo Graiche explica implantação
A Comissão
de Meio Ambiente do Senado (CMA) avalia projeto de lei que obriga os
condomínios localizados em bairros com coleta seletiva a treinar os
moradores e funcionários para a separação adequada dos resíduos.
O Brasil
gera 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano e ocupa o quarto lugar
no ranking mundial de produção de lixo. No entanto, pesquisa aponta o
desconhecimento de boa parte da população acerca do funcionamento da
reciclagem. Um levantamento de 2019, feito pelo instituto Ipsos, revelou que
54% dos brasileiros não entendem como funciona a reciclagem em sua região.
A coleta
seletiva é um procedimento realizado para otimizar o processo de reciclagem do
resíduo. Após a separação correta feita pelos apartamentos ou casas do
condomínio, o caminhão da coleta seletiva passa para recolher e dar a
destinação correta.
Independentemente
da proposta em tramitação, Luciana Graiche, vice-presidente do Grupo Graiche -
empresa que administra 803 condomínios, com mais de 90 mil unidades de
apartamentos - fala sobre a importância de se implantar a coleta seletiva no
condomínio, uma vez que esse ambiente gera significativa quantidade de
resíduos, em função do número de pessoas que vivem no espaço. Para isso,
ressalta que a ação requer planejamento e organização.
“É
importante que o assunto seja deliberado em assembleia, esclarecendo a
relevância da iniciativa e que todos aprovem a implantação”, pontua.
A
administração precisa definir como será feita a separação do resíduo, explica a
gerente de Sustentabilidade do Grupo Graiche, Maria Claudia Buarraj El
Khouri. “A Lei 12.305/2010, de Política Nacional de Resíduos Sólidos, diz que
devemos separar de três formas - recicláveis, não-recicláveis e orgânicos
(compostáveis). Não precisa mais separar por cor (metal, vidro, plástico e
papel). Então, é necessário categorizar os recipientes para que cada tipo fique
separado. Além disso, definir qual será o espaço que ficará no condomínio,
para evitar odores e situações desagradáveis”, explica Maria Claudia. “O local
para descarte deve ser ventilado, iluminado, coberto e espaçoso para que os moradores
consigam fazer o descarte sem amontoar os sacos. O ambiente também precisa ser
de fácil acesso para a retirada”, acrescenta.
Para que a ação tenha efetividade, a vice-presidente do Grupo Graiche destaca a realização de treinamento junto aos moradores, funcionários domésticos, equipe de limpeza/manutenção e demais colaboradores do condomínio. “É fundamental ensinar a todos como descartar corretamente cada resíduo e onde jogar. A próxima decisão é sobre como os moradores devem reciclar o resíduo, eles mesmos separam e descartam ou serão distribuídas sacolas de cores para a separação dos materiais? Tudo isso deve ser levantado para que ocorra uma boa organização”, fala. “Também é importante explicar o passo a passo para realizar a coleta. Explique o que precisam fazer, como serão separados os resíduos e o dia que acontecerá a coleta. Essa é uma parte muito importante do processo”, completa.
Se na rua
onde o condomínio estiver instalado não contar com o serviço de coleta seletiva
da prefeitura, a recomendação é contratar empresa especializada, para saber a
destinação final do resíduo e se, de fato, será reciclado.
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