Ainda que raras, as reações dermatológicas
às vacinas podem ocorrer e se torna importante identificá-las e procurar
atendimento médico adequadoFrederik
O momento da vacinação contra a COVID-19 tem sido significativo
para todo mundo, não só pela proteção que a imunização traz, mas também pelo
aspecto psicológico. Pela eficácia já assegurada por autoridades sanitárias do
mundo todo, a imunização é altamente recomendada. No entanto, peequenos efeitos
adversos podem acontecer.
Segundo a médica dermatologista e vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Rosemarie Mazzuco, já são bem
estabelecidas e relatadas as manifestações cutâneas relacionadas à infecção por
coronavírus, mas no que se refere às reações adversas às vacinas ainda não há
literatura ampla. Conforme mais pessoas vão sendo vacinadas, mais casos de
reações são relatados. As reações adversas às vacinas contra COVID-19 vão desde
uma leve dor de cabeça até quadros mais graves, com comprometimento da função
de alguns órgãos. No âmbito das reações cutâneas, as mais comuns são as reações
no local de aplicação da vacina: principalmente dor, mas também vermelhidão,
inchaço e coceira.
“Esses efeitos adversos locais são relativamente comuns a todas
as vacinas, principalmente após a segunda dose e a maioria é de gravidade leve
ou moderada (ou seja, não impede as atividades diárias) e está limitada aos
primeiros dois dias após a vacinação. A dor no momento da picada é variável e
depende da sensibilidade individual. Algumas pessoas recorrem ao uso de pomada
anestésica previamente à injeção. Porém, o efeito da pomada anestésica é apenas
superficial, diminuindo a sensibilidade à picada, mas não à injeção do líquido
no músculo”, explicou.
A médica acrescenta, ainda, que a anafilaxia (alergia grave, que
põe a vida em risco) é um efeito adverso raro já relatado com a vacina da
Moderna e da Pfizer, a uma taxa aproximadamente de 2,8 casos por milhão de
doses com a Moderna e 5 casos por milhão da Pfizer. Relaciona-se o risco de
anafilaxia devido às duas vacinas utilizarem tecnologia de nanopartículas
lipídicas (LNPs), revestidas com polietilenoglicol (PEGuiladas), para
transportar o RNA até as células. O polietilenoglicol é um composto que aparece
em vários produtos farmacêuticos, incluindo alguns medicamentos para problemas
intestinais e laxantes. Já em relação a vacina AstraZeneca foram relatados
raríssimos casos de efeitos adversos cutâneos graves, como vasculites e
Síndrome de Steven Johnsons.
Assim como pode ocorrer com qualquer vacina, há também relatos
de edema (inchaço) em áreas onde foi previamente injetado preenchedor com ácido
hialurônico. Esse edema é reversível e não acarreta nenhum risco para a saúde
do paciente. Vale ressaltar que pessoas que têm implantes faciais ou corporais
podem receber as vacinas normalmente.
Marcelo Matusiak
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