Pesquisa
da ABRAF mostra o impacto da covid-19 na vida de pessoas com doenças crônicas
O medo de não
sobreviver à covid-19 atinge milhares de pessoas em todo o Brasil. Em pessoas
com doenças cardiopulmonares, esse medo é ampliado. Uma pesquisa recente da ABRAF
(Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças
Correlatas) mostrou que 55% dos pacientes com doenças crônicas evitam sair de
casa e recebem orientações dadas pelos médicos pelo telefone ou WhatsApp sobre
o que fazer durante a pandemia.
A taxa pode ser
explicada pelo alto número de pacientes que acreditam que não sobreviveriam
caso contraíssem a covid-19: 51%. Números bem superiores aos pacientes que
acreditam que teriam chances de se recuperar em casa (15%) ou no hospital
(13,2%).
A pesquisa também
descobriu que 35,85% dos pacientes só vão ao pronto-socorro se estiverem em uma
condição muito grave, e 26,42% tiveram algum tipo de mal-estar e decidiram
permanecer em casa. Isso pode ser explicado pelo medo que os pacientes sentem
de que os médicos possam confundir sua doença de base com a covid-19 (35,85%).
Além disso, 34% dos
pacientes têm medo de não serem escolhidos para serem salvos caso faltem
respiradores nos hospitais por conta de suas doenças, e 30,2% dos pacientes têm
medo de faltar medicação para o seu tratamento.
"É preciso
oferecer alternativas a esses pacientes que possuem um risco maior ao contrair
a doença se saírem de casa. O paciente confia em seu médico, que já conhece seu
histórico e pode atendê-lo da melhor forma possível e mais seguro",
explica Paula Menezes, presidente da ABRAF.
Para atender de forma
mais efetiva os pacientes de doenças pulmonares, a ABRAF criou a Central do Pulmão , projeto que disponibiliza atendimento gratuito aos
pacientes. Inédito no Brasil, o serviço busca oferecer teleatendimento
preventivo, paliativo e especializado para mil pacientes, cuidadores, famílias
e comunidades que convivem com Fibrose Pulmonar Idiopática, Hipertensão
Pulmonar, Asma Grave, Alfa-1 e DPOC. Os esclarecimentos fornecidos são de
caráter informativo e não substituem a consulta com o médico.
Segundo Paula, a
Central tem o intuito de ser um canal mais direto, pois ainda há bastante
dificuldade de comunicação com a população mais carente - alguns pacientes não
possuem internet de banda larga e muitos têm dificuldade de se expressar no
WhatsApp. "Recebemos diariamente mensagens com dúvidas e angústias deles e
entendemos que um canal 0800 pode suprir essas demandas, provendo informação
acurada, de qualidade e orientando o paciente em busca do melhor tratamento.
Esperamos que a Central do Pulmão possa ser um ponto de escuta e provimento de
informação aos pacientes e cuidadores", ressalta a presidente. O telefone
da Central do Pulmão é 0800-042-0070
ABRAF - Associação
Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas
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