Uso excessivo de
computadores, tablets e smartphones estão entre as principais causas do
problema
O isolamento social
imposto pela pandemia de Covid-19 tem acelerado tendências e trazido mudanças
nas formas de trabalho, estudo e relacionamentos. Tarefas antes praticadas
presencialmente passaram a ser realizadas por intermédio de telas de
computadores, tablets e smartphones, e esta mudança está trazendo grandes danos
à saúde dos olhos.
De acordo com o Dr. Flávio Gaieta Holzchuh, médico oftalmologista do Hospital
Geral de Carapicuíba (HGC), gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e
Pesquisas "Dr. João Amorim", apesar de as mudanças representarem um
avanço tecnológico, elas representam também um risco à saúde ocular.
"Quando existe uma exposição prolongada ao que chamamos de vídeo terminal,
notamos alterações na musculatura ocular responsável pela acomodação, bem como
a diminuição da frequência do piscar. Consequentemente, o fato acarreta o
surgimento de sintomas como sensação de olho seco, dificuldade de mudança de
foco, cansaço ocular e cefaleia", explica o especialista.
Com dados da China, um estudo publicado
recentemente pelo Journal of the American Medical Association (JAMA) revela que
a miopia, entre crianças de 6 e 8 anos, aumentou cerca de três vezes em 2020,
quando comparada ao mesmo período entre 2015 e 2019.
O uso intenso das telas pode estar relacionado
também à hipermetropia - dificuldade em ver de perto -, e ao astigmatismo, um
defeito na curvatura da córnea que tende a manifestar-se com a sensação de
borrões e de visão duplicada em objetos.
"Essas doenças acometem indistintamente a
população mundial em todas as faixas etárias e podem ser facilmente corrigidas
com a prescrição de lentes corretivas", complementa o especialista.
Além das patologias
oculares, existem também aquelas que atingem uma faixa etária específica ou que
são decorrentes de outras doenças de base, como a presbiopia, degeneração
macular relacionada à idade; as retinopatias diabética e hipertensiva; e a
catarata, entre outras.
O médico alerta que muitas destas doenças são
insidiosas. Por esse motivo, a população tende a negligenciá-las. Dois grandes
exemplos são as manifestações oculares em decorrência do mau controle do
diabetes e do glaucoma, que estão entre os principais causadores da cegueira no
mundo.
Prevenção
A melhor forma de prevenir as doenças oculares é
por meio da realização de consultas anuais de rotina com o médico
oftalmologista. Dr. Flávio recomenda que elas sejam feitas ao menos uma vez ao
ano.
"O oftalmologista é o único profissional
habilitado para cuidar da saúde ocular em todos os seus aspectos e que pode
prescrever correções ópticas, medicamentos ou outros tratamentos necessários a
cada caso específico", afirma.
O médico também alerta para a importância de
campanhas que incentivem a visita ao especialista, pois elas têm suma
relevância no que diz respeito à informação e à conscientização da população.
"Muitas pessoas só passam a ter ciência de
determinados problemas de saúde após a leitura de notícias ou campanhas
publicitárias alusivas a estas causas específicas."
Tratamento
Pessoas que sofrem de miopia, hipermetropia e
astigmatismo podem ter os danos à visão reduzidos por meio do uso dos óculos de
grau e das lentes de contato corretivas, que devem ser prescritos pelo médico
oftalmologista.
Em alguns casos, ainda é possível obter um
resultado permanente graças à cirurgia a laser. Porém, cada caso deve ser
avaliado de forma individual pelo especialista.
Segundo o médico, caso apresente algum sintoma de
visão embaçada, turva, dores na região dos olhos ou dores de cabeça frequentes,
é recomendado marcar um oftalmologista.
"Quanto antes a causa do problema for identificada, mais eficaz será o
tratamento para a melhoria da visão e da qualidade de vida do paciente."
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"
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