Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg explica que sintomas da síndrome vão além das dores, causando confusão mental nos pacientes
A chamada “fibro fog”, junção de fibromialgia e
neblina em inglês, consiste na perda em manter o foco e na perda da capacidade
de guardar fatos na memória. Dificuldades cognitivas como percepção, atenção,
memória, linguagem e funções executivas são comuns na fibromialgia, e tais
sintomas fazem parte do diagnóstico do problema. As dores podem vir a ocupar o
cérebro de tal maneira, fazendo com que ele deixe de exercer suas funções
adequadamente.
Estes sintomas não estão relacionados a lesão
cerebral por conta da fibromialgia mas podem trazer mais prejuízos ao paciente
do que a própria dor causada pela sindrome. “Os pensamentos dolorosos
acontecem de maneira que o paciente fica impossibilitado de exercer suas
funções diárias normalmente”, afirma a reumatologista Cláudia Goldenstein
Schainberg.
A síndrome da fibromialgia, motivo da Fibro Fog,
causa dores no corpo inteiro, principalmente na musculatura e tendões. Junto
com a dor, podem surgir sintomas de fadiga, distúrbio do sono, ansiedade,
depressão e dores de cabeça.
Alguns estudos apontam que 50% dos pacientes
diagnosticados com fibromialgia sofram com a fibro fog. Nem sempre é possível
diagnosticar a confusão mental já na primeira consulta. “Para detectar as áreas
afetadas, testes específicos e uma avaliação neuropsicológica podem ser
necessários”, afirma Cláudia. A melhor maneira é tratar o problema em si de
forma individualizada e global, buscando soluções para a própria fibromialgia.
Cada paciente deve ser avaliado diferentemente com suas particularidades e de
forma pessoal, sendo que a prescrição médica de modalidades como fisioterapia,
pilates, acupuntura e medicamentos adequados, ajudam a aliviar os sintomas.
Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg - especialista
em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela
Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia)
pela Universidade de São Paulo, especialização nos EUA e Canadá. Atualmente é
professora e mentora de novos profissionais na Universidade de São Paulo.
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