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terça-feira, 20 de julho de 2021

Olimpíada 2020: aspectos históricos e políticos relevantes para a educação

Depois do adiamento em 2020 devido à pandemia da Covid-19, 2021 se prepara para receber mais uma edição das Olímpiadas. Com o início previsto para essa sexta-feira (23), a competição será sediada pela cidade de Tóquio, no Japão.

A cada edição, o evento traz consigo mais do que medalhas e emoções, reunindo uma bagagem histórica indescritível, que reflete o tempo em que se vive. Um dia, o mundo olhará para trás e lembrará desta edição (2020/2021), marcada por novos protocolos de segurança, orientados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), devido à pandemia que abalou a todos. 

A vizinhança entre História e Esportes está, inclusive, no cerne do evento que teve início há mais de 2500 anos e foi retomado em 1896, na mesma Grécia onde tudo começou.


A história da Olimpíada e seu vínculo com atos políticos

Segundo o autor de história do Sistema de Ensino pH Gabriel Onofre, a principal competição esportiva do planeta assume uma dimensão que extravasa o esporte, mais uma das esferas humanas que estão sujeitas à política. O esporte pode ser um instrumento de poder de forma conservadora, mas também pode ser usado como ferramenta de mudança. Em diversos momentos, as Olimpíadas foram utilizadas pelos governos para propaganda de suas ideologias e realizações, como as Olímpiadas de Berlim em 1936. “Desde as criações dos Jogos Olímpicos na Grécia Antiga, é difícil falar em separação de esporte e política. Quando você tem uma retomada dos jogos olímpicos no final do século XIX, isso acontece também. O esporte sempre vai estar permeado por questões políticas. Ao longo do século XX, principalmente na Guerra Fria, esse contexto vai ficar mais evidente”.

Citando exemplos de situações assim no século XX, Gabriel menciona a Olímpiada na Cidade do México em 1968, quando dois atletas estadunidenses do atletismo ganharam medalhas e fizeram a saudação do Black Power, com as luvas negras erguidas em protesto contra o racismo e a injustiça. A repercussão do ato foi uma punição da Comissão Olímpica na época, somente hoje em dia os atletas estão sendo relembrados com admiração por suas atitudes naquele evento. “Muitos atletas foram expulsos da competição por usarem a plataforma olímpica para um protesto político”. Outro episódio é durante a Guerra Fria, quando houve uma série de boicotes olímpicos por parte dos Estados Unidos e alguns países capitalistas na Olímpiada de Moscou em 1980. Em resposta, União Soviética e países comunistas boicotaram os Jogos Olímpicos em Los Angeles quatro anos depois. “A gente pode ver como a rivalidade entre as duas superpotências da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética, apareceu nos Jogos Olímpicos, esvaziando jogos e significando uma derrota ao esporte”, finaliza Gabriel Onofre.


História e esportes: cumplicidade para além do tempo  

Não é de hoje que História e Esportes caminham lado a lado. As Olimpíadas são a prova material dessa relação entre as disciplinas. De acordo com o professor Éder Luiz Martins, que leciona “História Geral” e “História do Brasil” para os cursos de Economia e Relações Internacionais na FACAMP – Faculdades de Campinas, uma é testemunha da outra. O docente é conhecido na cidade paulista por ser o fã número 1 dos torneios Olímpicos, sabendo informações muito precisas de cor e salteado. “Acompanho desde a edição de Moscou, em 1980, e me lembro de detalhes específicos, como por exemplo todas as medalhas de ouro da natação desde então”.

Indagado sobre essa paixão, ele conta que, ainda criança, teve uma experiência desagradável justamente na piscina, o que o deixou com receio de praticar essa atividade física. No entanto, ele seguiu acompanhando essa e outras modalidades esportivas pela TV. “Vejo e me inteiro de tudo: ginástica olímpica, vôlei, basquete, futebol, provas de campo de atletismo, até hóquei de grama”, diverte-se. Sobre casos icônicos, Éder lembra que, em 1960, nas Olimpíadas de Roma (Itália), o atleta Abebe Bikila (Etiópia, ex-colônia italiana), correu a maratona descalço e venceu. Outro episódio foi em 2008 (Pequim), quando Phelps prometeu oito medalhas de ouro e as conseguiu, sendo que em uma das provas, ele nadou sem ver nada pois havia entrado água em seus óculos.


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