A diretora da
Prime Talent, Bárbara Nogueira, ressalta que é importante reduzir o volume e a
duração dos encontros online para evitar os sintomas da já conhecida
"Fadiga do Zoom".
Na nova realidade forçada pela pandemia da
Covid-19, grande parte das pessoas foi obrigada a adaptar a vida à rotina
virtual. Os happy hours e conversas com amigos e familiares tiveram migrar para
o formato online, assim como as reuniões de trabalho e as aulas para alunos de
todas as idades. Tudo isso na tentativa de manter, dentro do possível, uma
conexão social ativa, um ritmo de trabalho eficiente e o aprendizado regular
durante todos esses meses em que adotar o isolamento e evitar aglomerações se
fizeram – e ainda se fazem – necessários. No entanto, a diretora, career
advisor e headhunter da Prime Talent, Bárbara
Nogueira, argumenta que essas circunstâncias, podem prejudicar diretamente o
corpo e a mente, provocando a já conhecida “Fadiga do Zoom”. Consequentemente,
a produtividade também é afetada.
Desde o ano passado, essa expressão – em alusão a
um dos programas de chamadas de vídeo que mais se popularizou na pandemia – tem
sido bastante usada no ambiente corporativo, em todo o mundo. Mas os problemas
provocados pelo excesso de conferences estão relacionados a qualquer ferramenta
para essa finalidade, como Hangouts, Teams, Skype, entre outras. Trata-se,
resumidamente, de uma exaustão extrema e desmotivante, em função da
permanência, por um período de tempo prolongado, em encontros pela internet.
Inclui, também, irritabilidade, olhos secos e vermelhos, sem falar do cansaço,
mal-estar e dores de cabeça ao final da jornada de trabalho ou até mesmo após
um bate-papo virtual.
A “Fadiga do Zoom” é gerada por diversos fatores.
Entre eles, estão a hiperestimulação visual, que leva a esse cansaço e a essa
irritação; a falta de linguagem corporal; e a mobilidade prejudicada, ou seja,
a sensação de estar preso ao ângulo de visão da câmera. Outro “gatilho” costuma
ser a autoavaliação constante, aliada ao sentimento de pressão social, porque a
pessoa percebe que está sendo observada por todos, em todos os momentos, e não
fica à vontade.
A exaustão também pode ser causada pela necessidade
de aumentar a atenção no decorrer das vídeo-chamadas, que exigem um esforço
maior para processar pistas não verbais dos participantes. Sem falar que muitas
pessoas se sentem obrigadas a olhar para a tela o tempo inteiro, como forma de
demonstrar que seguem atentas à reunião, e isso consome muita energia. Por fim,
a tendência às distrações é mais um aspecto que pode ocasionar o desgaste
mental, uma vez que os profissionais acabam propensos a realizar tarefas
paralelas durante a call.
Diante desse contexto, Bárbara, que é graduada em
psicologia, orienta os profissionais a ficarem muito atentos ao bem-estar no
dia a dia, pois o estado permanente de cansaço pode evoluir para um esgotamento
total, com prejuízos significativos para ao corpo e a mente. E ainda afeta
diretamente a produtividade e a concentração em casa e no trabalho. “As
empresas mais preparadas e estratégicas já têm desenvolvido programas e até
novas políticas internas para o apoio aos funcionários que atuam no modelo home
office, aproximando cada vez mais o setor de Recursos Humanos do negócio e dos
colaboradores”, destaca.
Em busca de mitigar as chances de “Fadiga do Zoom”
e de outros transtornos relativos ao excesso de conectividade, como o
tecnoestresse, ações voltadas à saúde e ao descanso mental dos profissionais
estão sendo implementadas, além de soluções inovadoras e mais prazerosas de
usar videoconferência. Em linhas gerais, é possível ressaltar algumas
estratégias para amenizar o impacto negativo do excesso de encontros remotos e
do uso de tecnologia, como não emendar reuniões sequenciais, ampliando
intervalos entre elas; evitar conferences com duração muito prolongada;
substituição de chamadas de vídeo por áudio, quando possível; e o incentivo ao
período de trabalho produtivo e sem conversas virtuais. No caso das lideranças,
usar algum tempo para realmente verificar como as pessoas estão é muito importante.
Independentemente das iniciativas que sejam adotadas, buscar equilibrar o real
e o virtual, garantindo o uso saudável da tecnologia, é a melhor maneira de
prevenir esses sintomas.
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