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segunda-feira, 12 de julho de 2021

Leucemia: em meio à pandemia do Covid-19, especialista alerta para a importância da realização de exames periódicos para prevenir a doença

Diretor do Grupo de Hematologia e Transplante de Niterói (GHTN) destaca também que quando existem indicações de transplantes, portadores do câncer precisam ser transplantados

 

 

Um dos dez tipos de câncer mais comuns, a leucemia aguda atinge milhares de casos novos anualmente. A doença tem por característica o acúmulo de células malignas na medula óssea, substituindo as saudáveis. Em crianças, É uma doença que pode acometer pessoas em todas as faixas etárias.

 

Segundo Roberto Magalhães, médico e diretor do Grupo de Hematologia e Transplante de Medula Óssea (GHTN), a conscientização da leucemia parte da orientação das pessoas quanto a realização de exames regulares visando orientação de sintomas que podem ser compatíveis com a leucemia, bem como a execução de exames de sangue.

 

“No atual momento de pandemia, no qual parece que todas as doenças do planeta são a Covid-19, se escondeu outras doenças. Além do Covid, existe a leucemia. E as pessoas com doenças graves, hematológicas, precisam ir nas suas consultas, mesmo que sejam feitas online. Quando existem indicação de transplantes, precisam ser transplantadas. No começo, não sabíamos o que fazer. Agora já temos diretrizes para poder transplantar as pessoas que precisam, mesmo em meio à pandemia. Já existem protocolos de como vai ser a vacinação nessa população”, explica o especialista.

 

Roberto alerta para a importância de desmitificar, tentar tirar o estigma da palavra leucemia, pois para muitos é sinônimo de morte: ”Existem alguns tipos de leucemias que possuem evolução lenta e que novos tratamentos são capazes de promover a cura sem a quimioterapia, como a Mieloide Aguda (LMA), podendo até mesmo, em alguns casos, não necessitarem de tratamento imediato, como a Linfossitica Crônica (LC). Enquanto existem outras que são as agudas, mais graves, as quais realmente arriscam a vida da pessoa, e onde se faz necessário tratamento quimioterápico e transplante de medula óssea”, afirma.

 

Lino Gomes: uma história de superação

 

Lino Gomes, de 61 anos, é um verdadeiro exemplo de superação. Diagnosticado com Leucemia Mieloide Aguda (LMA) em 2018, ele passou por muitas complicações ao longo do tratamento, foi transplantado e venceu o câncer. Encontra-se, atualmente, realizando exames periódicos bimestrais.

 

“Realizamos um tratamento com o paciente desde o diagnóstico da leucemia. A doença voltou, o que foi contra as nossas expectativas, e tivemos que tratá-lo novamente. Fizemos um transplante halogênio aparentado a partir da doação da medula óssea do irmão do paciente, obtendo muito sucesso”, afirma Roberto Magalhães.

 

O médico esclarece que Lino teve complicações graves relacionadas a doença no momento do diagnóstico e, posteriormente, quando teve residiva da doença e durante o transplante de medula esteve entre a vida e morte em diversos momentos, tendo tido duas complicações sérias no transplante de medula óssea, como a Doença do Enxerto Contra Hospedeiro Aguda (DECHa) e a Doença Hepática Veno-Oclusiva (VOD): “São duas complicações graves relacionadas ao transplante de medula óssea, doenças que podem levar os pacientes a óbito no transplante. O Lino passou por tudo isso e está com a doença em remissão há mais de dois anos. Nós, do GHTN, estamos muito felizes com esse caso”, destacou.

 

Para Lino Gomes, o diagnóstico precoce ajudou muito no tratamento do câncer e o check up anual foi o que o salvou da morte.

 

“Um diagnóstico não é sinônimo de morte. A equipe do GHTN foi de extrema importância em todo o tratamento com a clareza de informações, o acompanhamento, cuidado e o companheirismo. Tudo me foi muito esclarecido em uma linguagem bem transparente. Fazíamos exames periódicos e isso foi vital. Se você tem fé e acredita no seu Deus, você pode vencer. Foi uma batalha. Um impacto. Mas meu lema foi vencer. Agradeço a Deus e aos profissionais de saúde que me acompanharam”, diz.


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