Ferramenta desenvolvida pelo Google para apoiar dermatologistas demonstra o potencial das inovações e sua capacidade de evitar quadros mais graves de doenças como o câncer de pele
Os check ups como
conhecemos hoje devem mudar radicalmente em alguns anos. Esta é uma promessa
feita pela tecnologia ao longo da pandemia, que demonstrou funcionar como um
verdadeiro braço direito para os médicos ao viabilizar práticas como a
telemedicina. Mesmo especialidades como dermatologia e cirurgia plástica, que
sempre se mantiveram convencionais em seu modus operandi, estão
experimentando os resultados das inovações.
“Esta é uma tendência que já está
transformando a forma de fazer Medicina. Se antes as pessoas protelavam suas
consultas por falta de tempo, não há mais desculpas: muitas coisas já podem ser
resolvidas sem sair de casa, em um toque, via app”, afirma Dr. Eduardo
Kanashiro, fundador da Academia da Pele, startup criada para revolucionar e
democratizar o autocuidado.
Para se ter uma ideia da mudança de
mentalidade ocorrida na população brasileira no ano passado, um levantamento da
consultoria internacional App Annie apontou que o total de downloads de
aplicativos voltados para a saúde cresceu 45% no Brasil, comparado com 2019. O
número é maior do que a alta mundial, que foi de 30%.
“Na Academia da pele já temos
percebido esse aumento no uso de tecnologia antes mesmo da pandemia. Claro que
as limitações impostas pela Covid-19 aceleraram esse mercado em pouco tempo,
mas justamente por acreditar na tecnologia como ferramenta de disseminação da
saúde, que apostamos nisso bem antes da possibilidade de uma pandemia”, explica
Dr. Kanashiro.
Derm Assist, a ferramenta do Google
que ajuda nos cuidados com a saúde da pele
Recentemente, o Google anunciou uma
nova ferramenta chamada Derm Assist, que permite identificar com mais
facilidade possíveis doenças de pele, inclusive o câncer. A ferramenta recebe
imagens da pele lesionada, enviadas pelo paciente, e os recursos de inteligência
artificial do Google analisam as imagens e procuram uma correspondência em um
banco de dados de 288 doenças de pele. Em seguida, a tecnologia apresenta
possíveis afecções com taxa de precisão de até 97%.
A ideia é que o Derm Assist utilize
apenas três fotos para encontrar as possíveis doenças, mas para obter
resultados mais precisos, há a possibilidade de preencher um questionário com o
objetivo de trazer mais detalhes sobre o que pode ser essa mancha ou essa
erupção.
“Preciso ressaltar que não se trata
de uma ferramenta de diagnóstico, assim como o app da Academia da Pele. Mas
entendo que é uma maneira muito eficiente de direcionar o paciente para a
necessidade de consultar um médico ou não com urgência”, afirma o Dr.
Kanashiro, lembrando que a ferramenta ainda não está disponível.
O especialista revela que muitos
pacientes postergam visitas ao médico para avaliar manchas ou erupções e,
quando decidem procurar ajuda, já possuem doenças em quadro avançado.
“A pele é como qualquer outro órgão e
necessita de check ups regulares. Ela cumpre funções
importantes, como regulação e imunidade, proteção contra agentes externos e
controle de temperatura. Sendo assim, a tecnologia chegou para ajudar os
médicos a frear a incidência de doenças que poderiam ser evitadas com exames
clínicos simples”, afirma o cirurgião plástico.
“Com o aplicativo da Academia da
Pele, também pudemos perceber que do ponto de vista procedimentos, cirúrgicos
ou não, os pacientes se sentem mais confortáveis quando tem esse primeiro
contato com a nossa autoavaliação. Eles relatam que é uma forma de se sentir à
vontade para buscar sobre suas dores e ter o máximo de informações antes de
marcar uma consulta presencial. Dessa forma, entendo que a tecnologia só agrega
benefícios à saúde”, completa o médico.
Para o Dr. Eduardo, a boa experiência
em plataformas digitais mostrou, até mesmo aos pacientes mais resistentes, que
é possível contar com atendimento seguro à distância. “Sem falar na ampliação
do acesso, já que o mundo digital não conhece limites de fronteiras e pode
alcançar até mesmo os locais mais remotos”, finaliza o médico.
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