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terça-feira, 6 de julho de 2021

Especialista explica a importância da tecnologia para apoiar os diagnósticos de pele

Ferramenta desenvolvida pelo Google para apoiar dermatologistas demonstra o potencial das inovações e sua capacidade de evitar quadros mais graves de doenças como o câncer de pele


Os check ups como conhecemos hoje devem mudar radicalmente em alguns anos. Esta é uma promessa feita pela tecnologia ao longo da pandemia, que demonstrou funcionar como um verdadeiro braço direito para os médicos ao viabilizar práticas como a telemedicina. Mesmo especialidades como dermatologia e cirurgia plástica, que sempre se mantiveram convencionais em seu modus operandi, estão experimentando os resultados das inovações.

“Esta é uma tendência que já está transformando a forma de fazer Medicina. Se antes as pessoas protelavam suas consultas por falta de tempo, não há mais desculpas: muitas coisas já podem ser resolvidas sem sair de casa, em um toque, via app”, afirma Dr. Eduardo Kanashiro, fundador da Academia da Pele, startup criada para revolucionar e democratizar o autocuidado.

Para se ter uma ideia da mudança de mentalidade ocorrida na população brasileira no ano passado, um levantamento da consultoria internacional App Annie apontou que o total de downloads de aplicativos voltados para a saúde cresceu 45% no Brasil, comparado com 2019. O número é maior do que a alta mundial, que foi de 30%.

“Na Academia da pele já temos percebido esse aumento no uso de tecnologia antes mesmo da pandemia. Claro que as limitações impostas pela Covid-19 aceleraram esse mercado em pouco tempo, mas justamente por acreditar na tecnologia como ferramenta de disseminação da saúde, que apostamos nisso bem antes da possibilidade de uma pandemia”, explica Dr. Kanashiro.

 

Derm Assist, a ferramenta do Google que ajuda nos cuidados com a saúde da pele

Recentemente, o Google anunciou uma nova ferramenta chamada Derm Assist, que permite identificar com mais facilidade possíveis doenças de pele, inclusive o câncer. A ferramenta recebe imagens da pele lesionada, enviadas pelo paciente, e os recursos de inteligência artificial do Google analisam as imagens e procuram uma correspondência em um banco de dados de 288 doenças de pele. Em seguida, a tecnologia apresenta possíveis afecções com taxa de precisão de até 97%.

A ideia é que o Derm Assist utilize apenas três fotos para encontrar as possíveis doenças, mas para obter resultados mais precisos, há a possibilidade de preencher um questionário com o objetivo de trazer mais detalhes sobre o que pode ser essa mancha ou essa erupção. 

“Preciso ressaltar que não se trata de uma ferramenta de diagnóstico, assim como o app da Academia da Pele. Mas entendo que é uma maneira muito eficiente de direcionar o paciente para a necessidade de consultar um médico ou não com urgência”, afirma o Dr. Kanashiro, lembrando que a ferramenta ainda não está disponível.

O especialista revela que muitos pacientes postergam visitas ao médico para avaliar manchas ou erupções e, quando decidem procurar ajuda, já possuem doenças em quadro avançado. 

“A pele é como qualquer outro órgão e necessita de check ups regulares. Ela cumpre funções importantes, como regulação e imunidade, proteção contra agentes externos e controle de temperatura. Sendo assim, a tecnologia chegou para ajudar os médicos a frear a incidência de doenças que poderiam ser evitadas com exames clínicos simples”, afirma o cirurgião plástico.

“Com o aplicativo da Academia da Pele, também pudemos perceber que do ponto de vista procedimentos, cirúrgicos ou não, os pacientes se sentem mais confortáveis quando tem esse primeiro contato com a nossa autoavaliação. Eles relatam que é uma forma de se sentir à vontade para buscar sobre suas dores e ter o máximo de informações antes de marcar uma consulta presencial. Dessa forma, entendo que a tecnologia só agrega benefícios à saúde”, completa o médico. 

Para o Dr. Eduardo, a boa experiência em plataformas digitais mostrou, até mesmo aos pacientes mais resistentes, que é possível contar com atendimento seguro à distância. “Sem falar na ampliação do acesso, já que o mundo digital não conhece limites de fronteiras e pode alcançar até mesmo os locais mais remotos”, finaliza o médico.

 

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