Terceiro
mais comum, o câncer ginecológico pode afetar a fertilidade feminina.
Especialista comenta as possibilidades de gravidez mesmo após o diagnóstico da
doença
Julho é lembrado como o mês de conscientização do câncer
ginecológico. Ao longo de 31 dias muito se discute sobre prevenção, sintomas e
tratamentos dos tumores malignos que podem acometer os órgãos do aparelho
reprodutor feminino. Mas existe uma dúvida que muitas mulheres têm ao serem
diagnosticadas com algum câncer desse grupo. Será que é possível ser mãe após
constatar a existência de células cancerígenas no colo do útero, ovário,
endométrio, vagina ou vulva?
Com as técnicas de reprodução assistida, a medicina responde
positivamente a essa pergunta. Mas antes de tudo, a paciente, ainda em idade
fértil, diagnosticada com a doença, precisa ser orientada sobre suas
alternativas para ser mãe depois do tratamento. “Pesquisadores da Universidade
da Califórnia, por exemplo, realizaram um estudo que atesta a importância desse
aconselhamento sobre fertilidade da mulher com câncer, apontando como isso
eleva a qualidade de vida da paciente”, ressalta Cláudia Navarro, especialista
em reprodução humana.
Câncer ginecológico é o terceiro mais comum
O câncer ginecológico é o terceiro grupo de tumores malignos
mais frequente na população feminina brasileira, segundo dados do Instituto
Nacional de Câncer (Inca). Apesar dos riscos aumentarem com a idade, esses
tipos de câncer também podem se desenvolver em mulheres jovens. Por isso,
Cláudia considera que é papel fundamental do médico que aconselhar a paciente e
orientá-la sobre o congelamento de gametas.
“Como a paciente será submetida a tratamentos que podem ter
impacto na fertilidade, como quimioterapia, o congelamento de gametas
(criopreservação) é uma alternativa que deve ser ofertada à mulher o quanto
antes. O procedimento é feito por meio da indução da ovulação, que possibilita
a coleta dos óvulos. Essa indução é feita com medicamentos seguros”, explica a
especialista.
De acordo com o Cláudia, o processo ocorre da seguinte maneira:
o óvulo é coletado do corpo da paciente e depois submetido a uma variação de
temperatura de 37ºC a -196ºC em menos de um segundo. O material congelado fica
armazenado em nitrogênio líquido, podendo ser mantido assim por tempo
indeterminado sem perda da qualidade.
Planejamento da gravidez
“O congelamento de gametas é uma alternativa que pode ser
considerada por mulheres, independentemente de seu estado civil. Casada, em
relacionamento estável ou não, a mulher pode optar pelo recurso. E, depois, em
plenas condições de saúde e em uma fase da vida em que deseja engravidar, ela
pode recorrer ao parceiro ou doador anônimo, para passar pelo processo de
fertilização in vitro (FIV) – ou seja, em laboratório”, finaliza a especialista.
Cláudia Navarro - CRM 21.198 / RQE 38.556
- especialista em reprodução assistida, diretora clínica da Life
Search e membro das Sociedades Americana de Medicina Reprodutiva - ASRM e
Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE. Graduada em Medicina pela
UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e
ginecologia) pela mesma instituição federal.
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