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quinta-feira, 8 de julho de 2021

É possível engravidar depois de um câncer ginecológico?

Terceiro mais comum, o câncer ginecológico pode afetar a fertilidade feminina. Especialista comenta as possibilidades de gravidez mesmo após o diagnóstico da doença


Julho é lembrado como o mês de conscientização do câncer ginecológico. Ao longo de 31 dias muito se discute sobre prevenção, sintomas e tratamentos dos tumores malignos que podem acometer os órgãos do aparelho reprodutor feminino. Mas existe uma dúvida que muitas mulheres têm ao serem diagnosticadas com algum câncer desse grupo. Será que é possível ser mãe após constatar a existência de células cancerígenas no colo do útero, ovário, endométrio, vagina ou vulva?

Com as técnicas de reprodução assistida, a medicina responde positivamente a essa pergunta. Mas antes de tudo, a paciente, ainda em idade fértil, diagnosticada com a doença, precisa ser orientada sobre suas alternativas para ser mãe depois do tratamento. “Pesquisadores da Universidade da Califórnia, por exemplo, realizaram um estudo que atesta a importância desse aconselhamento sobre fertilidade da mulher com câncer, apontando como isso eleva a qualidade de vida da paciente”, ressalta Cláudia Navarro, especialista em reprodução humana.

 

Câncer ginecológico é o terceiro mais comum

O câncer ginecológico é o terceiro grupo de tumores malignos mais frequente na população feminina brasileira, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Apesar dos riscos aumentarem com a idade, esses tipos de câncer também podem se desenvolver em mulheres jovens. Por isso, Cláudia considera que é papel fundamental do médico que aconselhar a paciente e orientá-la sobre o congelamento de gametas.

“Como a paciente será submetida a tratamentos que podem ter impacto na fertilidade, como quimioterapia, o congelamento de gametas (criopreservação) é uma alternativa que deve ser ofertada à mulher o quanto antes. O procedimento é feito por meio da indução da ovulação, que possibilita a coleta dos óvulos. Essa indução é feita com medicamentos seguros”, explica a especialista.

De acordo com o Cláudia, o processo ocorre da seguinte maneira: o óvulo é coletado do corpo da paciente e depois submetido a uma variação de temperatura de 37ºC a -196ºC em menos de um segundo. O material congelado fica armazenado em nitrogênio líquido, podendo ser mantido assim por tempo indeterminado sem perda da qualidade.



Planejamento da gravidez

“O congelamento de gametas é uma alternativa que pode ser considerada por mulheres, independentemente de seu estado civil. Casada, em relacionamento estável ou não, a mulher pode optar pelo recurso. E, depois, em plenas condições de saúde e em uma fase da vida em que deseja engravidar, ela pode recorrer ao parceiro ou doador anônimo, para passar pelo processo de fertilização in vitro (FIV) – ou seja, em laboratório”, finaliza a especialista.

 


Cláudia Navarro - CRM 21.198 / RQE 38.556 - especialista em reprodução assistida, diretora clínica da Life Search e membro das Sociedades Americana de Medicina Reprodutiva - ASRM e Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela mesma instituição federal.


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