Especialista
analisa como a instabilidade do mercado afeta o psicológico dos empresários
brasileiros
A pandemia tem gerado
um impacto negativo na saúde mental da maioria das pessoas. No caso dos
empreendedores, não é diferente. Mas o cenário de crise afeta os empresários de
forma desigual. Segundo uma pesquisa da Troposlab, empresa especializada em
inovação, em parceria com a UFMG, quanto menor o faturamento da empresa, mais
elevadas são as chances de a pessoa que a comanda desenvolver problemas como
ansiedade e depressão.
Marina Mendonça de Sousa
é uma das responsáveis pelo estudo. Segundo ela, que também é professora da
disciplina "Análise do Comportamento aplicada ao Empreendedorismo" da
Pós-graduação em "Psicologia Comportamental" no Centro Universitário Newton Paiva , o
principal motivo desse fenômeno é o fato do empreendedor estar imerso num
cenário de incertezas.
"A pandemia tem
imposto uma série de limitações. Necessidade de fechar as portas, demitir
funcionários e trabalhar de casa são alguns exemplos. Nesse contexto, vale
destacar que os pequenos empreendedores sentem o impacto primeiro. Por terem
recursos mais escassos em relação às grandes empresas, eles acabam ficando mais
vulneráveis a essas mudanças de cenário", avalia a especialista.
Segundo Marina, outro
ponto que contribuiu para o adoecimento mental dos empreendedores são as
expectativas pouco realistas. "Hoje em dia é muito difundida a imagem
ilusória do empreendedor como um super herói resiliente, que consegue prosperar
diante de quaisquer adversidades. É importante desconstruir esse rótulo e
passar a enxergá-los como seres humanos normais, que também possuem suas
fragilidades", analisa.
A pesquisa traz ainda
insights importantes sobre as formas de se evitar a deterioração da saúde
mental. Segundo Marina, foi observada uma tendência de diminuição desses
problemas em empreendedores que possuem estratégias pessoais para lidar com
obstáculos. "Quando trabalha a autopercepção positiva, ele se protege
dessa ansiedade e adquire confiança para se reinventar e buscar novos
recursos", afirma.
Como uma elevação nos
níveis de estresse e ansiedade é esperada nesse contexto, alguns empreendedores
demoram a notar o adoecimento mental. Segundo Marina, dificuldade para dormir e
comer, e perda do interesse em interações sociais são sinais de alerta.
"Quando observados sintomas como esses, é importante buscar ajuda
profissional. Trata-se de uma condição que pode gerar prejuízos na
produtividade e na capacidade de tomada de decisões, resultando até mesmo em
perdas significativas para o negócio", finaliza a professora da Newton
Paiva.
Centro Universitário Newton Paiva
Nenhum comentário:
Postar um comentário