Economista e autor do material didático da BEĨ Educação, Paulo Costa, afirma que empreender na juventude traz vantagens profissionais e pessoais
O
perfil dos empreendedores brasileiros está mudando e a tendência é que as novas
gerações ocupem cada vez mais espaço nesse setor. Uma pesquisa realizada em
2019 pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)
mostrou que 80% dos empresários de até 24 anos já haviam cogitado se tornar um
empreendedor antes dos 18 anos.
Seja
pela necessidade de complementar a renda, ter independência financeira ou até
mesmo a busca por uma realização pessoal, os jovens estão mais abertos a novas
experiências e não têm medo de assumir riscos. No entanto, para gerir seu
próprio negócio com sucesso, é preciso desenvolver algumas competências
técnicas e socioemocionais.
Paulo
Costa, economista e autor do material didático sobre empreendedorismo da BEĨ Educação,
comenta algumas estratégias para quem tem vontade de ingressar nesse caminho.
Ele explica que, primeiro, é preciso que o jovem exerça um olhar crítico sobre
a realidade e saiba identificar dificuldades para transformá-las em
oportunidades, ou seja, saiba como buscar soluções eficientes para problemas
cotidianos.
Por onde começar?
Criar
seu próprio negócio também é um processo de autoconhecimento, em que é preciso
conhecer suas habilidades e aptidões para colocar em prática suas ideias. Nesse
sentido, o especialista destaca algumas características importantes. “Ter
facilidade para trabalhar em equipe é essencial. Sozinho, você até pode chegar
a um bom lugar, mas com um grupo de pessoas você pode chegar ainda mais longe.
Além disso, é preciso ser comunicativo e ter uma boa argumentação, para que
você seja capaz de convencer as pessoas de que sua solução é boa”.
Paulo
também afirma que uma das principais vantagens de começar a empreender desde
cedo é ter a possibilidade de experimentar diferentes modelos de negócio sem
que haja grandes prejuízos. Segundo ele, nessa fase os jovens têm mais tempo
para se desenvolver e podem assumir riscos maiores.
“É
preciso aprender com os erros, e quanto mais cedo você entender isso, melhor.
Muitas vezes, achamos que o caminho para o sucesso é uma linha reta, e não
percebemos que até os grandes empreendedores passaram por dificuldades e
problemas. As pessoas crescem com medo de errar e de se arriscar, mas o
empreendedorismo te ensina a lidar com isso”, complementa.
Aprender
a empreender
O
empreendedorismo é uma das competências gerais previstas na BNCC para o ensino
básico e deve ser trabalhado de maneira transversal às outras disciplinas em
sala de aula. Paulo defende que aprender sobre empreendedorismo na juventude traz
muitas vantagens profissionais, mas também vantagens pessoais, já que ajuda o
estudante a lidar com seus erros, assumir riscos, ter responsabilidades, tomar
decisões, pensar estrategicamente, ser mais criativo e refletir sobre
cidadania.
“A escola é o ambiente ideal para trabalhar essa questão e, inclusive, ajuda os educadores a diversificar as metodologias de ensino. Em sala de aula, é comum passar conhecimentos apresentando primeiro a teoria e depois a prática, mas os alunos acabam perdendo o interesse porque aquilo fica distante da sua realidade. O empreendedorismo faz justamente o contrário, ele usa a prática do dia a dia do aluno para depois introduzir os conceitos.”
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