Evitar choques térmicos, aquecer as mãos e praticar exercícios físicos minimizam as dores
O inverno tem seu
charme, mas as mudanças bruscas de temperatura neste período costumam ser um
pesadelo para quem sofre com dor crônica. Mesmo quem não sente dor frequente
está sujeito a sofrer desconfortos com o frio. A dor é ocasionada pela tensão
muscular ao se encolher, pela contração dos vasos sanguíneos, por alterações na
lubrificação das articulações e pela redução da prática de exercícios físicos.
Todavia, algumas medidas podem minimizar os efeitos das baixas temperaturas no
corpo.
Com o frio, o corpo
contrai a musculatura involuntariamente para buscar concentrar calor a fim de
regular a temperatura. “O enrijecimento muscular por longos períodos, por sua
vez, facilita o início de processos inflamatórios nos músculos e nervos. Além disso, no inverno,
os desconfortos também são maiores em virtude de as terminações nervosas
ficarem mais sensíveis, intensificando qualquer dor”, explica a fisiatra
Angélle Jácomo, do Centro Especializado em Hipermobilidade e Dor (CEHD).
Outro mecanismo utilizado
para regular a temperatura do corpo no frio e priorizar a chegada de sangue nos
nossos órgãos vitais é a vasoconstrição dos vasos periféricos, que é uma
redução do calibre de um vaso, com consequente diminuição da irrigação da
região afetada. Assim, os vasos sanguíneos que irrigam os músculos,
articulações e extremidades ficam com a irrigação reduzida, piorando a dor.
As articulações também
sofrem com o resfriamento do líquido sinovial. Esse fluido ocupa as cavidades
entre as articulações e é responsável por promover o deslizamento entre as
superfícies. Quando ele se torna mais espesso, dificulta o processo natural,
provocando mais atrito nessas regiões.
O neurologista Welber
Oliveira diz que as enxaquecas também podem pode piorar neste período. “A enxaqueca
sofre influência da alteração de temperatura em função da vasoconstrição
cerebral. Pacientes com esta patologia devem evitar choques térmicos, inclusive
na alimentação. Alimentos muito gelados também são gatilhos para dores de
cabeça e devem ser evitados. Ao escolher uma bebida mais quentinha para tomar
neste inverno, prefira chás claros, com pouca cafeína. Um bom exemplo é o chá
de camomila, que pode ajudar nas dores de cabeça”, comenta o médico, que é
especialista em dor.
Segundo ele, os pacientes
enxaquecosos e com Síndrome de Ehlers Danlos (SED) sofrem muito no frio porque
são pacientes com dor crônica. Além de já terem o limiar de dor reduzido pela
própria cronicidade e sensibilização do sistema nervoso periférico e central, a
queda da temperatura ambiente diminui ainda mais o limiar de dor nessa
população.
Medidas para minimizar
as dores
Para reduzir os efeitos
do frio é importante se proteger da mudança brusca de temperatura. “Utilizar
agasalho, touca e cachecol, dormir de meia, aquecer as mãos e ir tirando a
roupa à medida que for aquecendo ao longo do dia, reduz a incidência de choque
térmico e, consequentemente, as dores”, afirma Welber Oliveira.
Manter a prática de
exercícios físicos também é essencial. “O frio espanta muita gente das academias
e parques, mas ao parar de praticar exercícios no inverno os músculos ficam
enrijecidos, contribuindo para o aparecimento das dores”, esclarece a
fisioterapeuta Fernanda Maria Rachid, lembrando que antes de começar a se
exercitar é necessário fazer aquecimento.
Segundo ela, praticar
exercícios em piscina aquecida e coberta é ótimo para pacientes com dor
crônica, incluindo a fibromialgia. No entanto, para os pacientes com SED é
preciso ter atenção, pois pode desencadear disautonomia, que é uma desregulação
do sistema nervoso autônomo, fazendo com que o paciente tenha queda da pressão
arterial, taquicardia e até desmaios.
As
diferenças também são percebidas no alongamento. Enquanto o alongamento faz
muito bem para o fibromialgico, nos pacientes com Hipermobilidade Articular,
que é o caso daqueles que tem o diagnóstico de SED, o alongamento só deve ser
realizado sob supervisão e orientação profissional, sempre respeitando o arco
fisiológico do movimento, caso contrário, o risco de lesão aumenta e a dor
piora.
Centro Especializado em
Hipermobilidade e Dor (CEHD)
L2 Sul, SGAS 614,
Conjunto C SN – Sala 80
(061) 99101-0794
Assista ao vídeo da clínica: www.youtube.com/watch?v=e9u0cCq8sqA
Nenhum comentário:
Postar um comentário