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quarta-feira, 7 de julho de 2021

Clima frio pode desencadear dores no corpo

Evitar choques térmicos, aquecer as mãos e praticar exercícios físicos minimizam as dores


O inverno tem seu charme, mas as mudanças bruscas de temperatura neste período costumam ser um pesadelo para quem sofre com dor crônica. Mesmo quem não sente dor frequente está sujeito a sofrer desconfortos com o frio. A dor é ocasionada pela tensão muscular ao se encolher, pela contração dos vasos sanguíneos, por alterações na lubrificação das articulações e pela redução da prática de exercícios físicos. Todavia, algumas medidas podem minimizar os efeitos das baixas temperaturas no corpo.

 

Com o frio, o corpo contrai a musculatura involuntariamente para buscar concentrar calor a fim de regular a temperatura. “O enrijecimento muscular por longos períodos, por sua vez, facilita o início de processos inflamatórios nos músculos e nervos. Além disso, no inverno, os desconfortos também são maiores em virtude de as terminações nervosas ficarem mais sensíveis, intensificando qualquer dor”, explica a fisiatra Angélle Jácomo, do Centro Especializado em Hipermobilidade e Dor (CEHD).

 

Outro mecanismo utilizado para regular a temperatura do corpo no frio e priorizar a chegada de sangue nos nossos órgãos vitais é a vasoconstrição dos vasos periféricos, que é uma redução do calibre de um vaso, com consequente diminuição da irrigação da região afetada. Assim, os vasos sanguíneos que irrigam os músculos, articulações e extremidades ficam com a irrigação reduzida, piorando a dor.

 

As articulações também sofrem com o resfriamento do líquido sinovial. Esse fluido ocupa as cavidades entre as articulações e é responsável por promover o deslizamento entre as superfícies. Quando ele se torna mais espesso, dificulta o processo natural, provocando mais atrito nessas regiões.

 

O neurologista Welber Oliveira diz que as enxaquecas também podem pode piorar neste período. “A enxaqueca sofre influência da alteração de temperatura em função da vasoconstrição cerebral. Pacientes com esta patologia devem evitar choques térmicos, inclusive na alimentação. Alimentos muito gelados também são gatilhos para dores de cabeça e devem ser evitados. Ao escolher uma bebida mais quentinha para tomar neste inverno, prefira chás claros, com pouca cafeína. Um bom exemplo é o chá de camomila, que pode ajudar nas dores de cabeça”, comenta o médico, que é especialista em dor.

 

Segundo ele, os pacientes enxaquecosos e com Síndrome de Ehlers Danlos (SED) sofrem muito no frio porque são pacientes com dor crônica. Além de já terem o limiar de dor reduzido pela própria cronicidade e sensibilização do sistema nervoso periférico e central, a queda da temperatura ambiente diminui ainda mais o limiar de dor nessa população.


 

Medidas para minimizar as dores

 

Para reduzir os efeitos do frio é importante se proteger da mudança brusca de temperatura. “Utilizar agasalho, touca e cachecol, dormir de meia, aquecer as mãos e ir tirando a roupa à medida que for aquecendo ao longo do dia, reduz a incidência de choque térmico e, consequentemente, as dores”, afirma Welber Oliveira.

 

Manter a prática de exercícios físicos também é essencial. “O frio espanta muita gente das academias e parques, mas ao parar de praticar exercícios no inverno os músculos ficam enrijecidos, contribuindo para o aparecimento das dores”, esclarece a fisioterapeuta Fernanda Maria Rachid, lembrando que antes de começar a se exercitar é necessário fazer aquecimento.

 

Segundo ela, praticar exercícios em piscina aquecida e coberta é ótimo para pacientes com dor crônica, incluindo a fibromialgia. No entanto, para os pacientes com SED é preciso ter atenção, pois pode desencadear disautonomia, que é uma desregulação do sistema nervoso autônomo, fazendo com que o paciente tenha queda da pressão arterial, taquicardia e até desmaios.

 

As diferenças também são percebidas no alongamento. Enquanto o alongamento faz muito bem para o fibromialgico, nos pacientes com Hipermobilidade Articular, que é o caso daqueles que tem o diagnóstico de SED, o alongamento só deve ser realizado sob supervisão e orientação profissional, sempre respeitando o arco fisiológico do movimento, caso contrário, o risco de lesão aumenta e a dor piora.



Centro Especializado em Hipermobilidade e Dor (CEHD)

L2 Sul, SGAS 614, Conjunto C SN – Sala 80

(061) 99101-0794

 

Assista ao vídeo da clínica: www.youtube.com/watch?v=e9u0cCq8sqA

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