O modo como os colaboradores de uma organização se sentem reflete diretamente nos resultados
O mercado de trabalho é um ambiente muito
competitivo, no qual quem mais investe na qualificação profissional ganhará
destaque. Isso porque as empresas buscam pessoas que possam não apenas
desempenhar suas funções, mas também agregar habilidades, visão e estratégia à
organização. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgada em 2014, 90,5% das pessoas que
fizeram algum curso de qualificação profissional afirmaram que ele foi útil em
sua vida profissional ou pessoal, mesmo que nunca tivessem trabalhado na área.
No setor do transporte rodoviário de cargas não é
diferente, principalmente no segmento de produtos perigosos, no qual o
motorista precisa ser muito bem capacitado para que os acidentes sejam
minimizados, principalmente levando em conta nossa Lei dos Crimes Ambientais.
Sendo uma das legislações ambientais mais abrangentes e severas do mundo,
apresenta consequências que podem levar à falência da empresa, principalmente
das que não têm um sistema de gestão robusto e voltado principalmente à
formação de seus profissionais e à valorização da prevenção.
Recentemente, a Associação Brasileira de
Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), que busca constantemente
defender os interesses de seus associados e trazer inovações para o segmento,
firmou uma parceria com o Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT) para o desenvolvimento do Curso de
Formação de Condutores para Combinações de Veículos de Carga (CVCs).
Para o vice-presidente da ABTLP, Sérgio
Sukadolnick, “todos os motoristas profissionais são obrigados a receber
treinamento e a passar nos exames do Contran para as categorias que exercem
atividade remunerada. A categoria com maior relevância é a E, necessária para
veículos com peso bruto total combinado (PBTC) acima de 6.000 kg ou para
combinações de veículos automotores e elétricos com mais de uma unidade
tracionada, independentemente da capacidade máxima de tração ou PBTC. Com a
liberação de veículos com maior capacidade de carga e peso bruto total
combinado, hoje atingindo 74 toneladas, fica evidente que existe uma defasagem
no treinamento desses profissionais, até pelo grande número de acidentes em
crescimento. Precisamos formar condutores que estejam aptos a operar veículos
em condições não apresentadas nos cursos hoje existentes, como raios de curva,
sinalização de velocidade menor para essas composições, tipos de rodovias
incompatíveis, alças de acesso, inclinação da carga, efeito dos deslocamentos
das cargas e outros”, afirma.
Com investimos sendo realizados em preparação e
prevenção, o caminho para zerar os acidentes graves e com fatalidade está sendo
criado. O objetivo é dar foco às pessoas e perseguir o “acidente zero”,
consequentemente diminuindo o número de ocorrências, melhorando a imagem do
setor, diminuindo custos e trazendo segurança jurídica.
Atualmente há também muita tecnologia embarcada
como os monitoramentos via satélite e outros meios de comunicação, além de
outras que foram sendo agregadas, como o rotograma falado, sensores de
gravidade longitudinal e transversal, desengate da quinta roda, de abertura de
portas e de lacres e câmeras de vídeo com proximidade, dentre outros.
Apesar de tanta tecnologia existente e novas capacitações surgindo, Sukadolnick acredita que faltam incentivo e remuneração correta para que haja mais motoristas preparados no setor. “A profissão de motorista requer muito mais do que era antigamente, cuja formação se dava pelo exemplo do pai e era vista com muito orgulho e desafio e na qual somente os mais destemidos saíam em viagens sem conhecer os desafios que enfrentariam.”
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