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Muito mais do que alimento, segurança, educação e amor. Para nutrir o
desenvolvimento da inteligência emocional das crianças, é fundamental que
determinados padrões de memórias sejam vividos desde a primeira infância.
Segundo a pedagoga e autora do livro Educar,
amar e dar limites, Sara Braga, são elas que interferem
diretamente no presente e também no futuro dos pequenos.
A vivência de experiências de pertencimento,
importância, conexão, limites, generosidade, crescimento e missão, que serão
detalhadas a seguir, proporciona um empilhamento de memórias positivas e fortalecedoras,
conforme explica Sara. Confira:
1. Pertencimento: se refere à necessidade
inconsciente de ser acolhido, abraçado e amado por um indivíduo por meio de
experiências vividas. Se não tiver experiências de pertencimento e estiver
imersa em um ambiente disfuncional, poderá apresentar no futuro uma necessidade
patológica de participar de um grupo ou de pertencer a alguém.
2. Importância: se refere à necessidade
inconsciente de se sentir querido, único e indispensável. Manifesta-se quando a
criança recebe a atenção plena dos pais durante uma brincadeira ou conversa. A
comemoração do aniversário é um dos eventos que reforçam este padrão de
memória. Na vida adulta, quem não viveu com plenitude esta experiência,
tende a ser inseguro e emocionalmente machucado.
3. Conexão: se refere a algo ainda mais
inconsciente e intangível, os laços de amor. Assim como o abraço, um olhar
profundo nos olhos de outra pessoa, respirações conectadas, um simples toque
pode ser uma forma poderosa de conexão. Memórias como estas são essenciais para
a formação e o fortalecimento de crenças de identidade e merecimento.
4. Limites/autorresponsabilidade: dar limites é
amar, não dar é abandonar. Crianças, adolescentes, jovens precisam de limites
para desenvolver perseverança e determinação. Assim, aprendem a importância que
pode ter uma decisão de adiar o prazer imediato ou, até mesmo, desenvolvem
responsabilidade pelos próprios atos e tomadas de decisões.
5. Generosidade: representa a disponibilidade em
contribuir e compartilhar com o outro. Auxiliar um amigo, doar um brinquedo ou
até mesmo oferecer ajuda para alguém são atitudes que a criança precisa
experimentar por meio dos pais. A melhor maneira de aprender a generosidade é
vivenciá-la em casa desde cedo.
6. Crescimento: representa a autopercepção do
desenvolvimento físico e está diretamente relacionado à autoestima e
autoconfiança. Ainda existe o crescimento simbólico: celebração de aniversário,
formatura infantil, colação de grau... da mesma forma que isso é importante aos
adultos, também é para as crianças.
7. Missão: representa as experiências nas quais a
criança vivencia um propósito de vida. São vivências em que os filhos agem com
algum objetivo. Um exemplo é fazer uma horta em casa, plantar todas as sementes
com a criança e, ao final, celebrar pela missão cumprida. É importante levar em
consideração a fase em que os pequenos se encontram e aproveitar o interesse
natural que surge no coração deles.
Sara Braga - é mãe, pesquisadora de neuroeducação,
pedagoga há mais de 20 anos pela Universidade Federal do Ceará e escritora da
obra Educar, amar e dar limites, pela Editora Gente.
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