Cuidados especiais
ajudam a manter a saúde bucal na velhice
O atendimento aos idosos no consultório
odontológico tem ganhado cada vez mais atenção e cuidados específicos que
garantem segurança e conforto para esse público que também precisa cuidar da
saúde bucal. Para aqueles que têm mais de 80 anos – os novos 70 – a
recomendação é estar atento e confiar no profissional para que tudo corra bem.
Um atendimento realizado de forma atenciosa faz com que o paciente se sinta bem
e volte sempre para a manutenção.
A cirurgiã-dentista Denise Tibério, presidente da
Câmara Técnica de Odontogeriatria do Conselho Regional de Odontologia de São
Paulo (CROSP), ressalta que quanto mais avançada a idade, maior o risco de uma
intercorrência no consultório. “O profissional deve se preocupar em ter uma boa
anamnese, somada a exames físicos e clínicos que devem ser replicados e
comparados a cada consulta”, avalia.
Para um tratamento com o odontogeriatra existem
cuidados específicos quanto ao exame físico realizado com paciente dessa faixa
etária, como o controle da pressão arterial durante o procedimento
odontológico. “Não se pode comparar um idoso ao outro, por isso é importante
utilizar conhecimentos, materiais, tecnologia e tudo o que for preciso para
atender da melhor forma o paciente com mais de 80 anos”, frisa a
cirurgiã-dentista.
A saúde bucal após os 80
Sobre a importância de cuidar dos dentes ou próteses depois dos 80 anos
de idade, Denise Tibério lembra que a manutenção da saúde bucal deve ser feita
durante a vida toda, não somente no último ciclo vital. “Porém, às vezes, a
falta de cuidado ao longo da vida compromete a mastigação, a fonação e a digestão,
principalmente quando estamos falando de prótese total”.
Outro ponto de atenção é a saliva, que tem um papel
importante na manutenção da saúde oral. Muitas medicações diminuem o fluxo
salivar, por isso é recomendado o acompanhamento de um profissional de
Odontologia capacitado, que possui estratégias para suprir essa situação.
Atualmente, muitos idosos chegam aos 80 anos com
seus dentes permanentes, porém, a falta de prevenção em idades mais jovens faz
com que apareçam doenças gengivais. De acordo com a integrante do CROSP, se o
idoso foi um jovem preocupado com a saúde bucal, o mesmo tende a continuar se
cuidando na velhice. Mas, existem muitos idosos que, por estarem com a destreza
e a visão comprometidas, deixam a desejar na higiene e na manutenção da boca.
“Outra situação são os idosos que, nessa faixa
etária, dependem de cuidadores ou possuem algum comprometimento neurológico.
Nesses casos, é importante orientação e atendimento odontológico domiciliar
para uma manutenção com maior frequência. A infecção da boca pode levar à
exacerbação de déficits cognitivos, pneumonia aspirativa, entre outras
complicações”, explica Denise.
Avanços no atendimento
A Odontogeriatria, apesar de ser uma especialidade nova no país, existe
e está preparada para orientar e executar os procedimentos com segurança e
traçar o planejamento que melhor se adequa à necessidade do paciente.
Hoje, também já existem arquitetos especialistas em
gerontologia. Um profissional que entende o envelhecimento e planeja
adequações, por exemplo, na altura das cadeiras, iluminação, cores, disposição
de móveis e o que mais for necessário para uma consulta confortável e sem
riscos.
Os cuidados, segundo Denise, devem ir além do
consultório. “Para que o trabalho seja efetivo, há a necessidade de manutenção
com o profissional e uma adequada higiene em casa, que também é específica
conforme cada situação e momento, devendo ser orientada por profissional
qualificado. Só através dessa parceria, a saúde bucal será mantida”.
Por fim, a cirurgiã-dentista reforça que é preciso
ter em mente que a boca faz parte do corpo e, para que este esteja em
equilíbrio, ela deve estar sempre saudável.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
(CROSP)
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