Infelizmente, o estar em um “modo robótico” se faz cada vez mais presente nas empresas. À primeira vista, o piloto automático parece positivo. Afinal, garante que as tarefas do cotidiano sejam cumpridas dentro dos prazos ou até mesmo antes do que se espera. Mas, este estado é uma “faca de dois gumes”. Por outro lado, é capaz de tirar a visão estratégica, criatividade e habilidade de inovação do colaborador - aspectos fundamentais para diferenciar a companhia das concorrentes no mercado.
Outro elemento bastante comum no
ambiente corporativo é o profissional multitarefa. Novamente, esta é uma
característica que é ligada ao benefício. Contudo, ao realizar mais do que uma
demanda por vez, o funcionário não colocará total atenção na atividade. Esta
falta de atenção pode gerar lacunas nos resultados finais. Atrelado a estes
dois fatores, está o estresse. Este componente gera perdas significativas para
a organização. Em uma primeira fase, dispersa o trabalhador. Em seguida,
contamina a equipe com irritação e desânimo. Por consequência, a produtividade
é afetada. Porém, não para por aí. Este efeito dominó aumenta o turnover
em conjunto com os gastos. Por fim, a performance da empresa fica comprometida.
Diante
deste cenário tem uma boa notícia: para estes “males” que assolam o ambiente
corporativo, há o mindfulness. O objetivo da técnica que visa estar de
forma intencional no momento presente é recuperar a qualidade de atenção a
situações importantes em vez de dar vazão às distrações.
A
metodologia que significa “atenção plena” tem origem na meditação
budista. Contudo, não tem vínculo religioso. Trata-se de se concentrar em
observar como as emoções boas e ruins surgem e também desaparecem a fim
de desenvolver uma consciência sobre elas para anulá-las e não se afetar pelos sentimentos
naquele instante. Ou seja, é uma espécie de controle emocional para tornar a
pessoa estável, confiante, relaxada, criativa e saudável.
Na
prática, a desestabilização humana pode ser combatida com música, descontração
ou respiração. Mas, estes recursos que ajudam a lidar com ela, não a impedem de
acontecer. O interessante no mindfulness é criar um treino para
evitar que o desconforto emocional chegue a ocorrer. Portanto, a técnica age na
raiz do problema e não de maneira urgente.
Para
praticar a metodologia, não é preciso estar necessariamente sentado, com
os olhos fechados e em silêncio. Na verdade, a essência do mindfulness é
simples e feita em qualquer situação. Seja no almoço, reunião de negócios ou no
trânsito basta se atentar a própria respiração e diluir os pensamentos. Em um
começo, apenas cinco minutos são suficientes.
“As equipes tem uma boa performance
quando estão felizes, em harmonia, confiantes e concentradas. Porém, por conta
de um cotidiano conturbado, estas características andam em falta nas pessoas –
o que reflete nas companhias. Neste contexto, o mindfulness é um grande aliado
da área de Recursos Humanos porque permite a criação de uma consciência
corporal e mental. Ou seja, o colaborador vira líder dele mesmo e é exatamente
o que as empresas precisam: funcionários protagonistas e pró-ativos”, afirma
Flora Alves, CLO da SG Aprendizagem Corporativa.
Dicas práticas
- Ao decidir levar o mindfulness
para a organização, é fundamental promover mudanças na cultura organizacional.
O ambiente de trabalho precisa abrir mão do tradicional e dar as boas vindas a
flexibilidade. Uma sugestão é criar um local criativo, relaxante e divertido para
integrar os colaboradores. A intenção é promover o bem-estar e a saúde do capital
humano.
- A implantação da técnica deve começar
pelos gestores para facilitar a transição da metodologia para os outros níveis
da companhia.
- Para os resultados do mindfulness
serem efetivos, o ideal é que os funcionários compreendam os benefícios da metodologia.
Então, crie caminhos que mostrem a eles as vantagens da prática.
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