Especialistas ensinam quais os sintomas mais comuns e quais os cuidados para proteger crianças em idade escolar da gripe comum e também da Covid-19
Com a chegada do outono, cresce a incidência de
doenças respiratórias. As características da estação - variação de temperatura
e tempo seco - facilitam a propagação do vírus da gripe e o aparecimento de
alergias e outras doenças respiratórias. Em tempos de pandemia, os sintomas das
doenças de outono se confundem facilmente com os sintomas do Coronavírus e preocupam
pais e educadores.
O pediatra e imunologista Ariel Levy e o
otorrinolaringologista Yuri Sister participaram de uma conversa com o Colégio
Renascença, em São Paulo, e ensinaram quais os cuidados para proteger as
crianças na volta às aulas presenciais - sobretudo após o anúncio da variante
brasileira da Covid-19 (P1).
“A variante P1 é 2,5 vezes mais contagiosa e fez
com que a chegássemos ao pior momento da pandemia. No entanto, essa variante
não é mais letal em crianças. Um dado interessante da Sociedade Brasileira de
Pediatria mostra que a letalidade em crianças em 2021 é menor do que em 2020. A
recomendação é manter os mesmos cuidados: distanciamento entre as pessoas,
ambientes ventilados e o uso de máscaras. Para crianças entre 2 e 6 anos o uso
é incentivado e acima dessa idade, o uso é indicado”, explica o pediatra e
imunologista, Ariel Levy.
Crianças devem tomar a vacina da gripe?
O otorrinolaringologista Yuri Sister conta que o
tempo seco e frio em São Paulo faz crescer o número de pacientes nos consultórios
com problemas de vias aéreas superiores - como Gripe, H1N1, Rinite, entre
outros. O profissional esclarece que a rinite - principalmente a de causa
alérgica - pode ser evitada com medidas simples: botar a roupa no sol antes de
usar, assim como cobertores e lençóis, além do tratamento medicamentoso e da
imunoterapia.
Já sobre o H1N1, o médico reforça a importância de
tomar a vacina. “O H1N1 acomete principalmente crianças e pessoas do grupo de
risco, por isso, é muito importante imunizá-las. Em época de pandemia, ajudaria
muito se conseguíssemos tirar o H1N1 de circulação. Tanto a vacina trivalente
como a vacina tetravalente funcionam e são recomendadas”, encoraja o
otorrinolaringologista.
Crianças e Covid-19
Prevenir-se contra as outras doenças respiratórias
é essencial para minimizar os efeitos da pandemia. “Em crianças, a Covid-19
causa coriza, tosse, febre, dor de garganta, dor de cabeça, abatimento,
diarreia e vômito. Assim, fica um pedido e um alerta: não mande crianças com
sintomas à escola. Hoje sabemos que as escolas são lugares seguros para as
crianças, mas é preciso manter o protocolo para isso”, ressalta o imunologista
Ariel Levy.
De acordo com o especialista, é impossível
diferenciar a Covid-19 de qualquer outro vírus respiratório sem um exame
específico. "Para o paciente com sintomas, deve-se realizar o exame PCR ou
antígeno entre o 3º e 5º dia e retornar apenas com atestado médico, quando o
exame der negativo e o aluno estiver assintomático há 48 horas. Já para
crianças assintomáticas que tiveram contato próximo com alguém com Covid-19, é
necessário ficar 14 dias em casa ou realizar o exame PCR entre o 5º e o 7º dia
após o último contato, podendo retornar para escola se o PCR der negativo e o
aluno continuar assintomático até o sétimo dia. Nenhum outro jeito é seguro o
suficiente', alerta.
Escola Segura
O otorrinolaringologista Yuri Sister aponta que o
isolamento social e a falta da escola têm prejudicado o desenvolvimento da fala
em crianças - tanto pelo uso de máscaras, que impedem com que os pequenos vejam
e reproduzam o movimento da boca no momento da fala, quanto pela falta de tempo
dos pais. Ariel Levy reforça que a escola é segura: “Respeitando os protocolos,
a chance de contrair a Covid-19 é próxima de zero”, finaliza o pediatra.
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