É muito comum entre os brasileiros as reclamações sobre os sintomas de azia. O desconforto ocasionado pela queimação no estômago que irradia pelo pescoço e garganta, afetando o bem estar e a ingestão de alimentos. Em muitos casos, o tratamento com antiácidos é recomendado e utilizado.
Quando
olhamos para os solos brasileiros, os quais apresentam uma severa acidez,
podemos fazer uma analogia com aquilo que acontece conosco. Os nossos solos
também sofrem de “azia”. A acidez dos nossos solos indisponibiliza os
nutrientes para as plantas. Sendo assim, as plantas não terão os nutrientes em
condições de serem absorvidos, ou seja, as plantas irão passar fome, com isso a
eficiência das adubações é baixa.
Da mesma
forma que tratamos nossa azia, o tratamento mais correto e eficaz para o solo é
a aplicação de um antiácido. O antiácido para o solo é o calcário. Sua
aplicação é o caminho para manter o potencial de produção dos solos. O controle
da acidez é essencial e a prática da aplicação de calcário é uma prática
fundamental para melhorar a vida do solo, aumentando a eficiência do uso dos
fertilizantes e o rendimento das culturas. Essa prática consiste na realização
de correções à base de, principalmente, carbonato de cálcio e magnésio.
O objetivo
do calcário é manter o solo em uma faixa de pH favorável ao crescimento da
cultura. O fornecimento de cálcio e magnésio, além de nutrir as plantas,
contribui para a formação de agregados do solo, o que auxilia na redução da
erosão e compactação e permite melhor infiltração da água.
A acidez do
solo influencia a disponibilidade de nutrientes e pode criar deficiências ou
toxicidades, que afetarão o crescimento das plantas e, consequentemente, o seu
rendimento. A atividade dos microrganismos do solo que mineralizam a matéria
orgânica e de diversos organismos benéficos e patogênicos também são
influenciados por essa acidez.
Os efeitos
da aplicação de calcário são múltiplos, alguns favoráveis às culturas, enquanto outros podem ser prejudiciais
no caso de mal aplicação deste insumo. Visar um pH entre 6,0 e 6,5 representa
um ideal no que diz respeito à disponibilidade de todos os nutrientes
essenciais às culturas.
A
eliminação da toxicidade do alumínio em solos demasiadamente ácidos é a
principal função da aplicação de calcário. A toxicidade do alumínio é
responsável por reduções de rendimento em solos ácidos. A concentração de
alumínio na solução do solo aumenta fortemente com a acidez do solo e tornam-se
tóxicos a partir de um certo limiar de pH.
O alumínio
diminue fortemente o crescimento das raízes, que ficam mais espessas e pouco
ramificadas. Essas raízes não são mais capazes de garantir adequadamente o
abastecimento de água e nutrientes pelas plantas.
A
disponibilidade de fósforo no solo também é influenciada pelo nível de pH. Em
condições de acidez do solo a disponibilidade de fósforo para a planta é baixo.
No final, a disponibilidade de fósforo é maior para pH próximo a 6.
Por todos
esses fatores acima podemos ter certeza de que o investimento na aplicação de
calcário é compensador. Essa prática irá melhorar a eficiência dos
fertilizantes, ajudando na maior disponibilidade dos nutrientes para as
plantas, melhorar a fixação de nitrogênio do ar pelas leguminosas, aumentar a
decomposição da matéria orgânica, melhorar a estrutura do solo, aumentar a
capacidade de enraizamento das plantas, além de limitar o desenvolvimento de
certas doenças.
A
Nutrientes para a Vida tem como missão melhorar a percepção da população urbana
em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes. A NPV possui visão,
missão e valores análogos aos da coirmã americana, a Nutrients For Life. Sua
principal missão é destacar e informar a população a respeito da relevância dos
fertilizantes para o aumento da qualidade e segurança da produção alimentar,
colaborando com melhores quantidades de nutrientes nos alimentos e,
consequentemente, com uma melhor nutrição e saúde humana.
Valter
Casarin - engenheiro agrônomo da iniciativa Nutrientes para a Vida
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