78,4% dos brasileiros está preocupada com o futuro e toda essa situação
Apenas 9,3% não perdeu
ou conhece alguém que tenha perdido alguém para o coronavírus.
Em um ano, 49,6% da
população perdeu algum familiar ou amigo
Com muita dificuldade e incertezas, o Brasil completou um ano
de pandemia em função do Covid-19. Para entender o comportamento do brasileiro
nessa nova fase e levando em consideração dados analisados no início de tudo,
em 2020, a Hibou - empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo -
acaba de publicar pesquisa que mede o sentimento da população, após um ano do
início das medidas de biossegurança e distanciamento social.
"Estamos exaustos com toda essa situação e o sentimento
de impotência, medo, insegurança e incerteza está cada vez mais presente. O
brasileiro sinalizou que não sabe quando acaba ou como vai ser o dia seguinte,
e que isso é horrível, além de ter que conviver com a sensação de não poder
fazer planos para um possível futuro", diz Ligia Mello, sócia da Hibou.
Após um ano de pandemia, sentimentos considerados ruins são
os mais comuns entre os entrevistados. A pesquisa mostrou que 78,4% da
população sente preocupação com toda essa situação, 59,2% está inseguro, 51,8%
está cansado, 50,5% sente medo e 38,5% sente exaustão. Por outro lado, um bom
sinal é que ainda há o que ser feito e muitos estão otimistas frente ao
cenário, já que 48,2% sente esperança e 42,9% sente mais empatia com o próximo.
Um ano de desgaste emocional
Os números maiores e que mais afetam o desgaste emocional,
são: o medo de alguém de casa ou da família ficar doente para 80,1% das pessoas
e a falta de ação do governo para 58,6%. Ações de isolamento são complicadores
que devem ser consideradas, já que 23,2% se sente pior por não encontrar os
amigos, 22,7% por não poder sair de casa, 19% se incomoda por ter que utilizar
máscara na rua e 16,9% por ter ficado sem trabalho e não viajar.
O número de mortes por coronavírus seguem em um gráfico
crescente desde o início do aumento dos casos nos últimos meses. Diante disso,
60,2% afirmou que perdeu alguém que era próximo de um conhecido, e quase metade
dos entrevistados (49,6%) relatou que perdeu algum familiar ou amigo. Apenas
9,3% não perdeu ou conhece alguém que tenha perdido alguém para o coronavírus.
Como os brasileiros enxergam a quarentena atualmente?
A pesquisa revelou que apenas 7 em cada 10 brasileiros estão
aplicando os principais protocolos de biossegurança. "Outro dado
surpreendente é que, mesmo insatisfeitas, lá em abril de 2020, 85% das pessoas
recomendariam a amigos ficar em casa para conter a proliferação do vírus. Esse
número caiu muito em 2021 e apenas 43% fariam essa recomendação. Ou seja,
depois de tanto tempo as pessoas estão desacreditando que ficar em casa é um
caminho válido.", completa Ligia.
Perguntamos também quais as mudanças de comportamento em
combate à pandemia seguem ativas no dia a dia do brasileiro. 79,2% segue
utilizando uma máscara ao sair de casa, 73,0% lava a mão com mais frequência,
70,4% evita locais públicos, 69,9% reduziu visitas à casa de amigos, 47,9% se
policia para não encostar em superfícies públicas (maçanetas, botão de elevador
e etc.) e 46,8% tenta não tocar o rosto na rua. O brasileiro (46%) se informa
sobre a situação da pandemia principalmente pelas redes sociais.
E o home office segue como opção de regime de trabalho para
20,9%. Em comparação entre o ano de 2020 e 2021, ficou claro também que tudo
está muito mais intenso e corrido, já que essa sensação passou de 12,3% para
25,7% esse ano. O mesmo para a quantidade de pessoas que fazia tudo com mais
calma e em ritmo mais humano, o número caiu de 57,7% para apenas 22,9%
atualmente.
Fechamento das atividades e comércio
Uma fatia de 64% continua em casa e saindo estritamente para
o necessário, 31,4% continua trabalhando normalmente fora de casa, mas tomando
os devidos cuidados e 12,4%, segue em casa, mas saindo mais que no início da
pandemia. 2,7% não acredita mais na quarentena e parou com o isolamento social
e apenas 1% nunca fez.
A pesquisa também abordou a opinião da população sobre o
fechamento das atividades e comércio nas últimas e próximas semanas. Atividades
como escolas (43,9%), bares (39,2%), academias (49,4%), shoppings (32,3%) e
parques e praias (63,7%) deveriam fechar completamente por mais uma semana. A
abertura dos supermercados (48,8%) é a única atividade que, segundo a
população, deveria funcionar normalmente.
O brasileiro considera diferente o consumo na mesa entre
bares e restaurantes, já que, para alimentação, 41,6% acreditam que é um
serviço que deve continuar funcionando, mas apenas por delivery e internet. Já
os serviços gerais (40,8%), como cabeleireiro e lavanderia, ao lado de fábricas
e indústrias (43,9%), deveriam funcionar em horário reduzido.
Metodologia
Um total de 1.698 brasileiros respondeu a pesquisa de forma
digital, entre 29 e 30 de março de 2021, garantindo 95% de significância e
2,38% de margem de erro nos dados revelados. A pesquisa engloba níveis de renda
ABCD e todas as faixas etárias. Entre os entrevistados, 57% tem idade entre 36
e 55 anos, 55% são mulheres, 35% mora em residências com dois moradores e 47%
segue algum regime de home office.
Hibou
consumo. http://www.lehibou.com.br
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