Médica enumera como o distanciamento social
pode afetar o desenvolvimento em curto e longo prazos
A pandemia de Covid-19 pegou o mundo de surpresa e colocou
praticamente todo o planeta em quarentena. No entanto, é inegável que esse
afastamento de uma rotina mais próxima da normalidade, com contato e interação
com outras pessoas tem afetado a vida de todos e as crianças estão entre as que
mais têm sofrido com isso.
Dra. Renata Aniceto, pediatra da SBP e membro da Liga da
Cozinha Afetiva, lista oito efeitos que podem ocorrer durante a primeira
infância, quando o cérebro ainda está se desenvolvendo rapidamente e é
altamente sensível às adversidades ambientais. Confira:
• Desigualdade social: A deterioração das circunstâncias
econômicas agravará ainda mais os riscos imediatos para a saúde, nutrição,
cuidados e educação das crianças, segundo a pediatra. "Estima-se que a
pandemia pode levar, em um ano, a um adicional de 42 a 66 milhões de crianças
que vivem em extrema pobreza, e que os choques econômicos vividos pelas
famílias por causa da crise econômica global poderiam reverter os últimos 2 a 3
anos de progresso na diminuição mortalidade infantil", alerta.
• Saúde dos pais: Fatores parentais e familiares são os
principais motores do crescimento e desenvolvimento saudável das crianças e,
portanto, são primordiais na determinação da gravidade imediata dos impactos da
pandemia nas crianças agora e no futuro. "Em situações de crise, os
cuidadores primários e os pais lutam para acompanhar o fornecimento de saúde,
nutrição, segurança e cuidados com as crianças."
• Alterações comportamentais: Com muitas creches e escolas
fechadas e sem interação com outras crianças, a turminha fica privada de
estimulação social e cognitiva fora de suas casas - "sem contar as
refeições e outros recursos fornecidos por muitos programas de DPI". Dra.
Flavia lembra que a evidência inicial mostra aumentos no relato dos pais sobre
dificuldades de saúde mental, bem como aumentos nos problemas de comportamento
das crianças desde o início da pandemia.
• Crianças com deficiências: Os desafios podem ser ampliados
para pais e familiares que cuidam de crianças com deficiências ou que também
vivem com deficiência.
• Estresse na gestação: O estresse materno pré-natal pode
levar a resultados adversos da gravidez, como parto prematuro e aumento de
complicações perinatais.
• Violência doméstica e abuso: Relatórios anteriores mostram
que as condições de confinamento e / ou aglomeração estão associadas ao aumento
de casos de violência doméstica e abuso infantil.
• Obesidade e comorbidades: Por conta da ansiedade e até do
tédio de ficar muito tempo dentro de casa, muitas crianças acabam descontando
na comida as suas emoções e, com isso, engordam e prejudicam sua saúde hoje e
no futuro.
LIGA DA COZINHA AFETIVA
Estilo de Vida e Culinária Afetiva do
Projeto Liga da Cozinha AfetivaSaiba mais em
@ligadacozinhaafativa
Dra. Renata
Aniceto|CRM 88006 • Médica formada pela
Faculdade de Medicina do ABC •
Pediatria e Hematologia pela FMUSP /SP •
Especialização em Nutrologia pela ABRAN /SP e Nutrologia Pediátrica pela Boston
Medicine University • Atua em consultório
pediátrico,atendendo gestantes,crianças e adolescentes através do olhar da
Medicina Preventiva. • Empreendedora e
criadora de conteúdo digital em saúde,em 2008 criou o projeto "Cozinha
Experimental -da teoria à prática ". Através de cursos práticos com
enfoque em Medicina culinária e Nutrição Afetiva, capacitou centenas de mães e
de médicos pediatras no que há de mais atual em alimentação infantil. • Seu conhecimento e experiência na área valeram um
convite para fazer parte da "Liga da Cozinha Afetiva", o qual
enxergou como uma grande possibilidade de expandir conceitos em alimentação,
saúde,estilo de vida e afeto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário