A inteligência emocional é adquirida e gera transformação em todas as áreas da vida, principalmente na conjugal
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Terapeuta de
casais explica a importância da prática, que ajuda na relação a dois e dá dicas
simples que podem até evitar o divórcio
O número de divórcios teve um aumento recorde em 2020. Esse crescimento se dá exatamente no período da pandemia; quando, por um lado as pessoas ficaram mais tempo confinadas dentro de casa; e, do outro, para evitar aglomerações, os cartórios passaram a disponibilizar, a partir de julho de 2020, o serviço de divórcio extrajudicial por meio online.De acordo com dados do Colégio Notarial do Brasil, houve um aumento de 15% no número de divórcios de 2019 para 2020. Uma taxa bem maior que a média histórica de aumento de 2% a cada ano. Em Goiás o aumento foi de 19%.
De acordo com dados divulgados no final do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a duração média do casamento caiu de 17,5 anos para 13,8 anos em uma década, entre 2009 e 2019. Para manter um relacionamento saudável e longevo, a psicóloga e terapeuta de casais Ana Lídia Agel aposta na prática da inteligência emocional. “A inteligência emocional é adquirida de forma externa, não se trata do temperamento que a pessoa herdou ou tampouco do ambiente que ela foi inserida, é adquirida no momento que a pessoa percebe que precisa investir na busca de se melhorar”, explica.
Essa prática, também pode ser direcionada à relação do casal. “A inteligência emocional se tornou uma proposta viável de solução para tantos relacionamentos que, apesar de envolverem amor, simplesmente não conseguem fazer a convivência dar certo. As habilidades aprendidas possibilitam uma mudança, saindo do padrão de conflitos e buscando formas de resolução dos problemas. O aprendizado depende apenas da disposição em buscar um caminho de transformação pessoal, que gera transformação em todas as outras áreas da vida, principalmente na conjugal”, detalha Ana Lídia, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia.
A especialista revela ainda que o isolamento
social imposto pela pandemia teve impacto entre os casais. “A pandemia alertou
as pessoas para a importância de encontrar a inteligência emocional, pois
muitos perceberam que o sofrimento mental poderia ser evitado ou diminuído se
houvesse a busca pelo suporte correto”, conta a terapeuta. Ela destaca que o
período despertou um maior interesse dos homens pelo tema. “Quem mais buscava o
acompanhamento eram mulheres, mas depois da pandemia essa procura ficou bem
equilibrada, homens buscam da mesma forma esse suporte. Psicologicamente os
homens são mais fechados para o novo, até pelo fato de serem mais racionais,
mas atualmente percebemos eles lutando pelo relacionamento também”, salienta.
Saúde do lar
Para Ana Lídia, o casal equilibrado emocionalmente é essencial para a
saúde emocional do lar. “Conflitos diários podem adoecer não somente o
ambiente, mas desencadear doenças psicossomáticas para os membros da família,
incluindo os filhos”, revela. A terapeuta de casais afirma que é necessário
saber resolver e lidar com os conflitos da melhor forma antes de pensar em
separação. “Os casais me procuram quando os problemas e conflitos que poderiam
ser evitados já tomaram uma proporção tão grande que a fuga, muitas vezes,
parece ser uma solução mais viável. Chegam falando sobre divórcio, como se essa
busca profissional fosse validar a decisão de divorciar. O que os casais não
entendem é que a separação não anula os problemas, mas só troca eles de casa”,
detalha.
Psicóloga há 15 anos, Ana Lídia revela os resultados do equilíbrio emocional. “A pessoa passa a pensar de forma diferente, mais leve, mais flexível, mais habilidosa, e isso muda a forma de se sentir e agir. Um exemplo é o fortalecimento dos valores morais a partir da prática de habilidades como a empatia e a assertividade, que faz a pessoa saber se colocar no lugar da outra e imaginar como ela se sentiria com tais comportamentos que antes eram de praxe praticá-los sem nenhum pesar”, salienta.
A especialista usa uma analogia para exemplificar
a transformação que o processo proporciona. “Os casais chegam até mim
arrastando como lagartas e saem livres como uma borboleta”, afirma. Ana Lídia
dá algumas dicas para manter uma boa relação à dois:
- Decisão racional: “Uma
relação feliz e duradoura é uma decisão racional que pelo menos um dos cônjuges
precisa ter como alvo. Essa decisão precisa vir associada com a busca correta
das habilidades socioemocionais necessárias para uma convivência harmoniosa.
Uma habilidade básica aprendida pelo desenvolvimento da inteligência emocional
é a comunicação assertiva, a qual evita muitos conflitos e direciona uma
comunicação não-violenta e respeitosa”.
- Bagagens: “É
preciso entender as bagagens que cada cônjuge traz para o casamento e saber
lidar da melhor forma com elas. Existem muitos conflitos conjugais que não são
propriamente do relacionamento, mas vem das bagagens que trazem da criação e de
relacionamentos passados”.
- Aceitação: “Deve-se
aprender a aceitar as diferenças com empatia. Essas simples dicas colocadas em
prática transformam a história do casal de forma concreta e possibilitam um
relacionamento com muito respeito, duradouro e com uma boa comunicação”.
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