Dra. Marcella
Marinho tira dúvidas, principalmente das mulheres mais jovens, sobre o
contraceptivo
O dispositivo intrauterino (DIU) é um método
contraceptivo clássico, seguro, de alta eficácia, longa duração, é facilmente
reversível e são essas características que o colocam entre os métodos mais
elegíveis para o perfil da mulher moderna. Contudo, algumas mulheres têm
dúvidas e acreditam até em alguns mitos sobre seu uso e efeitos colaterais.
A ginecologista Marcella Marinho esclarece que as
principais dúvidas das suas pacientes em consultas são se o DIU é abortivo; se
ele pode ser sair do lugar; se dói ou atrapalha a relação, se existem chances
de engravidar mesmo usando o contraceptivo e se quem nunca engravidou pode usar
normalmente.
Segundo a médica, o DIU não é abortivo, pois sua
presença dentro do útero causa uma reação inflamatória no endométrio que impede
a motilidade dos espermatozoides e, nos dispositivos com hormônios, ocorre
também alteração no muco cervical e inibição da ovulação. “A chance do
organismo expulsar o DIU é de 4% e geralmente ocorre no primeiro mês do uso.
Ele não atrapalha nem deve causar dores na relação sexual. Sua eficácia é uma
das mais altas, de 99,2% a 99,8%. E pode ser utilizado por mulheres que nunca
tiveram filhos, mas nesse caso é necessário a paciente passar por uma avaliação
antes”, completa.
Ela ainda relata outros questionamentos até
peculiares. “Já me perguntaram se o DIU aciona o Raio-X do aeroporto. Não aciona,
podem viajar tranquilas. E seguindo essa mesma linha de raciocínio, é seguro
fazer ressonância magnética e tomografias computadorizadas. A única situação
que definitivamente não é segura é a prevenção de infecções sexualmente
transmissíveis (ISTs). Usuárias de DIU, assim como todas as mulheres
sexualmente ativas devem saber que apenas os métodos de barreira protegem
contra ISTs”, esclarece.
Existe a possibilidade de inserir o dispositivo de
forma prática no consultório e sobre a questão da dor, Dra. Marcella esclarece
“costuma ser bem tolerada, porém sabemos que a dor se trata de uma resposta
muito individual”, pontua.
Quando escolher
Dra. Marcella Marinho aponta que na hora da escolha
do método contraceptivo, o ginecologista deve pontuar as principais
características de cada método e promover espaço aberto para esclarecer as
dúvidas. “Sempre falo para minhas pacientes, ‘a escolha final é sua’, o meu
trabalho é orientar sobre as opções que mais se moldam ao seu perfil para
atingirmos o objetivo contraceptivo e sempre com a autonomia da paciente
respeitada”, reforça.
De acordo com a ginecologista, os dispositivos
podem ter hormônios ou serem livres deles, e essa é uma segunda decisão que
precisa ser tomada em conjunto no momento da consulta e da avaliação. “Não
existe apenas uma decisão correta, mas conhecendo as características de cada um
dos contraceptivos, a escolha fica muito mais fácil”, aponta.
Os dispositivos hormonais podem promover a
amenorreia, ou seja, o bloqueio da menstruação, um controle da cólica e do
fluxo menstrual. Para promover esse efeito, o dispositivo libera pequenas
quantidades de um hormônio sintético dentro da cavidade uterina. É importante
que as pacientes saibam que nem todas irão ter a menstruação completamente
bloqueada e que, dependendo do metabolismo, esse componente hormonal pode
causar efeitos colaterais no corpo como inchaço, acne, sangramentos pequenos e
irregulares (escapes) e até diminuição da libido. Para as mulheres que praticam
atividade física, a possibilidade de dificuldade de ganho de massa magra
(músculo) deve ser informada.
Os dispositivos sem hormônio, por sua vez, não
causam nenhum tipo de bloqueio ou estímulo dos hormônios naturalmente
produzidos no corpo. Portanto, não atrapalham o ganho de massa ou a resposta sexual.
Por outro lado, não tratam cólicas ou sangramento. Outro ponto positivo é que
os dispositivos sem hormônios são mais baratos. “Eu particularmente fico muito
satisfeita com a proposta do DIU de cobre com prata, que já não é mais tão
novidade assim, devido a pouquíssima alteração no fluxo menstrual ou cólicas
que o DIU de cobre puro pode causar”, detalha.
A médica informa que o DIU de cobre com prata pode
ser facilmente inserido durante uma consulta. “Na minha prática, realizamos um
preparo com analgésico oral e local, bem como um teste de tolerância à dor.
Guiamos o procedimento pelo ultrassom e em menos de 30 minutos, a paciente
termina o procedimento sem necessidade de parar suas atividades para uma
internação”, relata.
Marcella
Marinho - especialista em ginecologia e obstetrícia pela
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). É
pós graduada em Laparoscopia e Histeroscopia pelo Hospital do Servidor Estadual
(IAMSPE), em Sexualidade Humana pela USP, em Ciências da Longevidade Humana –
Grupo Longevidade Saudável e pós graduada em Nutrologia pela Instituto
Israelita de ensino e pesquisa Albert Einstein. Realiza acompanhamento
preventivo de mulheres em todas as fases da vida, da adolescência até a
menopausa, priorizando o atendimento integral, com práticas de promoção de
saúde, suplementação nutricional, emagrecimento, equilíbrio hormonal e
qualidade de vida. Como obstetra, dedica-se em estar junto a gestante para
acompanhar a evolução da gestação e do trabalho de parto. Para mais
informações, acesse o perfil do Instagram @dramarcellamarinho, por e-mail
dra.marcellamarinho@gmail.com
ou pelo telefone (11) 93429-0805.
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