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quinta-feira, 8 de abril de 2021

Desaprender para aprender

 Companhia de Idiomas ensina como aprender as novas competências exigidas pelo mercado de trabalho no pós-pandemia

 

Quando a OMS decretou a pandemia mundial de COVID-19, acelerou uma tendência para milhões de trabalhadores: o home office. A tecnologia já estava mais do que pronta e o dia a dia passou a incluir uma agenda de reuniões por videoconferências. A nova realidade trouxe desafios e também benefícios. Mas NÃO foi a única mudança.

O relatório final do Fórum Econômico Mundial de 2020 sobre o futuro do trabalho já aponta 15 competências essenciais para o novo profissional. São habilidades como liderança, inteligência emocional e criatividade, que não fazem parte da grade curricular das universidades.

O resultado é contraditório. No Brasil atual, com taxas de desemprego que se aproximam de 15%, de acordo com a Confederação Nacional das Indústrias, muitas empresas não encontram os profissionais que precisam no mercado de trabalho.

O relatório do FEM apontou que, no Brasil, a competência mais demandada é a Aprendizagem Ativa e Domínio de Estratégias de Aprendizagem. Rose Souza, sócia-fundadora da Companhia de Idiomas e MBA em gestão empresarial, já havia percebido isso, com sua experiência com alunos executivos. "É preciso aprender a aprender e substituir a disciplina necessária no modelo tradicional de aprendizagem, por prazer e autonomia. À medida que as pessoas descobrem o que gostam e como gostam de aprender, elas conseguem desenvolver estratégias de aprendizado que as impulsionam no desenvolvimento pessoal e profissional", explica a especialista.

É a partir do entendimento do próprio processo de aprendizagem (chamado de metacognição), que as pessoas se comprometem com o aprendizado de um novo idioma, por exemplo. "Quando sabemos que aprendemos melhor com podcasts, games ou séries de tv, imprimimos intencionalidade de aprender com estas atividades. A disciplina nem é mais necessária, aprender passa a ser algo leve, muito estimulante e os resultados chegam mais rápido", afirma Lígia Crispino, expert em marketing e gestão de pessoas e também sócia da Companhia de Idiomas.

Não estamos falando aqui do fim das escolas e do modelo tradicional de ensino. O desenvolvimento dessas novas competências pode ser comparado a andar de bicicleta. Algumas pessoas têm talento natural para sair pedalando. Outras precisam de mais esforço e da orientação certa. Mas é a prática que traz equilíbrio e resistência para ir mais longe. E se você gosta de andar de bicicleta, essa prática está garantida - e o sucesso também. 

É claro que o papel do professor também vai mudar. Mais do que nunca, ele será um mentor, responsável por conduzir esse processo de autodescoberta e autonomia de aprendizagem para o profissional do futuro.

Para permanecer e até se destacar no mercado de trabalho é preciso mais do que o domínio de idiomas, conhecimento técnico e pós-graduações. Esses, como já se sabe, não são mais diferenciais, mas requisitos para a maioria das vagas. O mercado de trabalho mudou e vai continuar evoluindo. É hora de assumir a aprendizagem autodirigida, ou a gestão da própria carreira, e estar preparado para vencer os desafios que estão por vir.

 


Rose de Souza - Fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas, coautora do Guia para Programas de Idiomas em Empresas e também sócia da Pousada Pé da Mata - Maresias, onde vive. Graduada em Letras/Tradução/Interpretação pela Unibero, Especialista em Gestão Empresarial, MBA pela FGV e PÓSMBA pela FIA/FEA/USP. Foi professora por seis anos na Pós-Graduação ADM da FGV, quando morava em São Paulo. Colunista dos portais Catho, Vagas, AboutMe e Exame.com. Mentora voluntária do Projeto Pulsar da Fundação Éveris.

 

Lígia Velozo Crispino - fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e Verbify. Graduada em Letras e Tradução pela Unibero. Curso de Business English em Boston pela ELC. Cursos Livres de Marketing pela FGV e ESPM, Gestão de Pessoas pelo Insper. Coautora do Guia Corporativo Política de Treinamento para RHs e autora do livro de poemas Fora da Linha. Colunista do portal Exame.com. Mentora voluntária do Projeto Pulsar da Fundação Éveris. Organizadora do Sarau Conversar.

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