Profissional
ensina técnicas essenciais para a introdução dos Divulgação
alimentos.
A fase da introdução alimentar é um desafio para a
maioria dos pais. Além da preocupação com a qualidade da alimentação da
criança, o estresse causado pela resistência da criança, somados a falta de
informação dos pais tornam essa fase difícil e se os pais negligenciarem a seletividade
e a recusa da criança no momento da refeição, os filhos podem sofrer
posteriormente com problemas de saúde e até comportamentais.
A introdução deve ser feita de forma gradual,
incorporando os alimentos a medida em que a criança vai se habituando com a
transição da ingestão de leite materno para alimentos sólidos e pastosos.
Segundo Carla Deliberato, fonoaudióloga dedicada ao tratamento da recusa
e seletividade alimentar em crianças de 06 meses a 12 anos, o período requer
paciência e inteligência para encontrar maneiras agradáveis da criança entrar
em contato com o alimento e aceita-lo naturalmente.
Por essa razão a profissional listou os alimentos
mais desafiadores para as crianças que apresentam desafios sensoriais, que
cursam com seletividade alimentar e sugere estratégias para introduzi-los no
cardápio da criança.
Alimentos com texturas fibrosas – Embora
sejam essenciais para a digestão e funcionamento do corpo, a percepção da
quantidade líquidos, gorduras, umidade em relação a outros alimentos pode gerar
desconforto para a criança, por essa razão, Carla sugere que eles sejam
introduzidos de forma gradual e combinados com texturas já conhecidas pela
criança. A dica é picá-los em tamanhos menores. Se forem frutas como manga,
melancia ou melão, pode ser servido primeiro mais raspados. Depois, podem ser
servidos em pedaços bem pequenos e combinados com outras frutas já aceitas. É
possível também ofertar em forma de suco até a que criança se acostume com a
textura fibrosa da fruta na boca, o que deve ser algo temporário. Já as carnes,
inicialmente elas podem ser ofertadas mais processadas (ex: hamburguinho
caseiros ou almôndegas) e posteriormente podem ser ofertadas bem cozidas e em
pedaços bem pequenos, pois isso facilita a aceitação da textura na boca da
criança e também contribuiu para o aprendizado gradual da mastigação.
Alimentos duros- Da mesma
maneira que alimentos fibrosos criam sensações diferentes na boca, os mais
secos e duros como torradas, alguns tipos de carnes e frangos grelhados devem ser
servidos em pequenas quantidades, bem picados, sempre respeitando o tempo para
a mastigação deles. Além disso, podem ser oferecidos com diferentes preparos e
combinados com outras texturas.
Grãos - Por serem uma textura
que espalha em torno de toda cavidade oral, a criança tem mais dificuldade de
organizar dentro da boca, por isso, requer mais paciência enquanto a criança
reconhece e mastiga. Também devem estar bem cozidos e podem ser ofertados em
forma de bolinhos, por exemplo. A estratégia de amassar um pouco pode facilitar
a introdução, até que desenvolvam o paladar também; entretanto, vale considerar
que o amassar deve ser uma estratégia que precisa ser passageira.
Alimentos com pouco tempero, sem sabor marcante – Pois é,
muitos pais acreditam que as refeições preparadas para crianças não devem ser
temperadas. Temperos industrializados possuem uma quantidade grande de sódio e
conservantes que, de fato, não são saudáveis, mas os temperos naturais garantem
sabor e aroma. O ser humano é muito ligado ao olfato e pode reconhecer algo
apenas pelo cheiro. Comida sem sabor não é atrativa e ainda pode criar
rejeição do alimento na criança. Na medida certa, é saudável e importantíssimo
para desenvolver o paladar.
Alimentos pegajosos - Assim que
é liberado pelo pediatra a introdução de alimentos, é muito importante que a
criança consiga reconhecer o que é liquido e sólido. Purês de legumes, sopas
cremosas são nutritivos, mas não devem ser únicos na refeição, precisam estar
combinados com texturas diferentes para estimular a mastigação, caso contrário
a criança pode desenvolver “preguiça” de mastigar e prejudicar a introdução de
outros alimentos. É importante ressaltar que deve-se evitar bater os alimentos
até que fiquem completamente pastosos, o ideal é que sejam amassados com um
garfo e aos poucos deixando os alimentos em pedaços.
Carla também alerta sobre a importância da criança
se envolver e ser estimulada a tocar na comida. Tudo deve ser uma
descoberta agradável, independente se vão gostar do alimento ou não. O
importante é as crianças estarem dispostas a interagirem com os alimentos, seja
manipulando, provando, cheirando, lambendo ou mordendo. É isso que desenvolverá
o paladar dela e contribuirá para o aprendizado alimentar da criança.
A introdução alimentar é um momento muito especial
entre pais e filhos e criam conexões incríveis, desde o preparo, até o momento
da refeição, por isso é importante incluir as crianças em todos os processos,
pois além da familiaridade que a criança cria com o alimento, também reserva
momentos incríveis e afetuosos.
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