Os testes psicológicos podem ser usados para entender a personalidade de uma pessoa e precisam ser aplicados por um profissional; a psicóloga Vanessa Gebrim esclarece as principais dúvidas sobre o tema
Os testes psicológicos servem para analisar os aspectos da personalidade, investigar alguns sintomas e mapear diversos fatores do indivíduo. São ferramentas de alta confiabilidade, objetividade e precisão, que são usadas na Psicometria - parte da Psicologia que estuda as características psicológicas dos indivíduos, com o principal objetivo de transformar as variáveis psicológicas em algo mensurável. A psicometria permite que os psicólogos trabalhem com informações mais precisas, facilitando os diagnósticos e otimizando a realização das atividades desse profissional.
De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, os testes podem detectar vários fatores como o nível de ansiedade da pessoa, o grau de depressão e desesperança, nível de estresse, e também investigar a personalidade do indivíduo. “Há outros que atuam para avaliar o nível de concentração, memória, o QI (Quociente de inteligência) e existem também testes para avaliar se há algum sintoma de déficit de atenção, para conhecer as habilidades sociais, investigar o relacionamento conjugal, ter uma noção de como uma pessoa administra seu tempo no ambiente de trabalho, como a criança vê o mundo, ou seja, há uma infinidade de opções para ajudar em vários objetivos”, explica.
Para quem deseja realizar um teste psicológico, a melhor alternativa é procurar um psicólogo. “O profissional tem todo o conhecimento e treino para fazer a avaliação de forma confiável e segura. É necessário todo um aprendizado para a correção dos testes de forma correta. O teste psicológico se aplica quando o psicólogo avalia como necessário dentro do contexto que o paciente traz. Por exemplo, para um paciente que vem com sintomas de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) existem testes que ajudam na investigação desses sintomas. Se uma pessoa quer fazer uma orientação profissional, existem testes específicos para essa situação. Tudo vai depender de cada caso”, complementa a psicóloga.
Abaixo,
a psicóloga esclarece as principais dúvidas sobre o assunto. Confira:
Existe
algum teste que podemos fazer em casa? Você indicaria algum?
“Não
indico testes para fazer em casa. A pessoa pode até fazer alguns de internet ou
revistas, mas sempre correrá o risco de não ter uma fonte segura. Deve-se tomar
muito cuidado com isso, para que não comprometa o emocional da pessoa. É muito
importante procurar um psicólogo. Além disso, os testes são ferramentas
credenciadas pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia) de uso exclusivo dos
psicólogos. Eles oferecem um alto nível de confiabilidade da informação, pois
são avaliados por meio de critérios rigorosos para serem aprovados”, explica.
Quais
são os principais testes psicológicos e suas funções?
“O
nível de importância dos testes varia de acordo com a necessidade do
indivíduo. Todos os testes têm importância. Eu particularmente gosto de aplicar
o Inventário de Beck que é formado pelo BDI para avaliar a intensidade da
depressão, o BAI para avaliar o nível de ansiedade, o BHS para investigar o
grau de desesperança ou o BSI para avaliar ideação suicida. Gosto de aplicar
também o BFP para conhecer a personalidade do indivíduo. Existem também
Inventários de Habilidades Sociais (IHS), Inventários de Habilidades Sociais
Conjugais (IHSC) e o teste HTP muito usado para crianças dentre outros”,
declara a psicóloga.
Quais
são os maiores mitos relacionados aos testes psicológicos?
“Um
dos principais mitos é que o teste psicológico é igual a qualquer outro teste
que encontramos no nosso dia-a-dia. Além disso, os testes não podem ser
aplicados por qualquer pessoa e precisam ser testados e necessitam de amostras
para serem validados. É necessário ressaltar que os testes precisam de métodos
e estudos para serem desenvolvidos”, explica.
Quais
os maiores benefícios dos testes psicológicos?
“Os testes colaboram muito na
investigação de alguns transtornos e no auxílio do plano de tratamento dentro
do processo de psicoterapia. São ferramentas muito positivas para aplicar tanto
em nível individual, na relação de casais, com crianças, quanto em áreas
vocacionais e também em empresas para a área de recrutamento e seleção. É
importante lembrar que o teste é uma ferramenta auxiliar na clínica e não pode
ser utilizado para rotular o paciente. A ideia é complementar as informações
fornecidas pela ferramenta com o que é observado no atendimento. Assim, o teste
pode realmente contribuir a curto prazo com boas informações para o trabalho
terapêutico”, conclui a psicóloga.
Vanessa Gebrim - especialista e
pós-graduada pela PUC-SP com mais de 20 anos de experiência clínica. Tem
certificação internacional pelo EMDR Institute. É terapeuta certificada em
Brainspotting pelo Institute of New York. É ainda especialista em Técnicas que
otimizam o tratamento como Play of Life, Barras de Access, orientadora
vocacional e consteladora familiar.
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