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sexta-feira, 12 de março de 2021

Rim: A importância de manter a função do órgão

Doença renal crônica tem como fatores de risco comuns diabetes, obesidade e pressão alta, mas pode afetar pacientes com lúpus e COVID-19


Março é o mês do cuidado com a saúde dos rins. Comemorada este ano no dia 11 de março, a data tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância desse órgão vital, desde a prevenção das doenças renais até a participação ativa no tratamento.

Receber um diagnóstico de doença renal pode representar um grande desafio na vida dos pacientes e das pessoas à sua volta, ainda mais diante de um momento tão delicado da saúde como o que enfrentamos com a pandemia da covid-19. Por isso, é de extrema importância relembrar constantemente a população sobre a necessidade do diagnóstico precoce, que se fortalece pelo rastreio com base nos fatores de risco.

Outro fator de risco importante, recém descoberto, é a COVID-19. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, nos pacientes que tiveram complicações renais causadas pelo coronavírus e que sobreviveram à doença, a taxa de recuperação da função renal estimada foi: entre 50% e 70% para 31,8% dos pacientes; entre 25% e 50% para 22,7% dos pacientes; e inferior a 25% para 27,3% dos pacientes. Esses casos ainda não têm confirmação para evolução da doença renal crônica, mas pode ser um fator de risco importante.

Outras doenças crônicas podem ser causadoras, como é o caso do diabetes e da pressão alta. Segundo o dr. Eduardo Rocha, Professor de Nefrologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, os pacientes diabéticos e com hipertensão devem se manter atentos aos níveis de creatinina no sangue. "Os fatores de risco podem ser extraordinários como o lúpus e a COVID-19, ou corriqueiros como o diabetes e a hipertensão arterial.Por isso, é importante que olhemos para o paciente de forma integral".

"Outro ponto importante são as complicações relacionadas à doença renal crônica, como o aumento do potássio e a anemia. Sem falar, é claro, dos tratamentos substitutivos, como a diálise, que impactam de forma substancial a qualidade de vida do paciente e que, diante do cenário preocupante da pandemia, podem acabar sendo adiados ao máximo graças aos avanços da ciência", explica o especialista.

Para levar informação sobre as doenças renais, pesquisa realizada pela Abril Inteligência resultou em uma grande compreensão acerca de como os brasileiros cuidam dos rins. "A pesquisa comprova que há um longo caminho de conscientização do brasileiro sobre a saúde de seus rins. Um dado de impacto é que apenas 8% dos entrevistados já se consultaram com o nefrologista, o médico especialista em rins", diz Eduardo.

Dentre os principais resultados está a falta conhecimento sobre os danos que o diabetes e a hipertensão podem causar nos rins. Ambas não são consideradas graves por pelo menos 1/3 dos entrevistados. Além disso, comprovou que o diagnóstico das doenças renais acontece de forma tardia e que cerca 1/3 dos pacientes entrevistados não consideram a doença controlada e o índice de internações relacionadas ainda é alto.

Outro ponto importante destacado é que quase metade dos pacientes sofre ou sofreu de anemia, reforçando a importância de investigar e tratar o quadro e, quando falamos de doenças como a hiperpotassemia, apenas 31% dos entrevistados com doenças renais dizem se tratar com medicamentos e 12% alega ter episódios da doença ao menos uma vez por mês².

Os rins são órgãos que desempenham um papel vital para o pleno funcionamento do organismo. Sua principal e mais conhecida função, é a filtragem de substâncias tóxicas do corpo, porém o órgão faz muito mais do que isso. Graças a ele, é possível manter o equilíbrio entre os minerais do organismo (como sódio e potássio), regular o pH do sangue, equilibrar o volume líquido do corpo e produzir hormônios e substâncias benéficas para o organismo, como a vitamina D.

Apesar das múltiplas funções e de sua importância, a população brasileira não dedica aos rins o cuidado necessário para prevenir enfermidades graves. Isso implica em uma alta de doenças importantes, como a insuficiência renal crônica, quadro em que a atividade do órgão deixa de existir, sendo necessária a substituição via transplante ou diálise. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), mais de 133 mil pacientes renais crônicos dependem da filtragem artificial do sangue, sendo que 108 mil destes têm o tratamento financiado única e exclusivamente pelo SUS, por meio de uma rede de 770 clínicas privadas credenciadas.

Portanto, a orientação para manter os rins saudáveis é, anualmente, realizar exames laboratoriais simples, como o a creatinina sérica e urina - no qual será detectada se há presença de proteínas - manter a pressão arterial em dia, controlar o diabetes, não fumar e evitar o consumo de álcool, além de fortalecer cuidados com a alimentação e realizar a prática de atividades físicas.

 


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