As próximas décadas serão decisivas no campo da sustentabilidade e empresas de diversos setores deverão buscar alternativas para acelerar suas iniciativas em prol do meio ambiente. As mudanças climáticas, a escassez de recursos naturais e a necessidade de neutralizar as emissões de carbono são questões urgentes que já precisam ser consideradas na estratégia de novos negócios. No sistema financeiro, um dos principais desafios é frear a produção de cartões bancários com PVC, um dos tipos de plástico mais utilizados no mundo, feito a partir de cloreto de sódio ou petróleo.
Volume
de PVC utilizado para produção de cartões bancários
Estimativas da Thales, líder global em tecnologia e uma das
principais empresas produtoras de cartões bancários no mundo, apontam que todos
os anos cerca de 30 mil toneladas de PVC são
utilizadas como insumo para produção de cartões. O volume é equivalente ao peso
de 150 Boeing 747 e a maior parte vai para aterros
sanitários no final da sua vida útil. A incineração é uma forma comum de
descarta-lo permanentemente, mas o processo gera dioxina, substância altamente
tóxica e um dos gases causadores do efeito estufa.
Cartões
mais sustentáveis chegam ao mercado
Para
potencializar iniciativas sustentáveis das instituições financeiras no Brasil e
no mundo, a Thales encontrou dois caminhos, um para usar o milho não alimentar
como matéria-prima renovável para produção de novos cartões bancários e outro
para evitar que o PVC que já circula pelo mercado tenha como único fim os
aterros sanitários.
No
caso da produção de cartões a partir do milho, a Thales é pioneira neste tipo
de operação no mundo e tem, atualmente, capacidade para fabricar milhões de
unidades. O milho, cultivado especificamente para essa finalidade, é
transformado em ácido poliático (PLA), que oferece a mesma segurança, qualidade
e durabilidade dos cartões convencionais, feitos de PVC ou PET. Além de ser
biodegradável, o material gera 74,4% menos CO2, um dos gases
causadores do efeito estufa, e consome 32,1% menos energia se comparado a
materiais de origem fóssil, como o PVC. Na comparação com cartões produzidos
com PET, a redução na emissão de CO2 é de 77,3% e o consumo de
energia é 42,9% menor.
A
produção conta com a certificação OK Biobased, concedido pela Tüv
Austria, e segue protocolos internacionais de controle de impacto ambiental. E
o bom desempenho do produto no mercado fez aumentar a demanda por esse tipo de
cartão nos últimos 3 anos. No Brasil, já há um crescimento e hoje o produto já
é fornecido pela Thales às principais instituições financeiras do país. A
expectativa é que com os compromissos do mercado com a neutralização de carbono
e com as metas da Agenda 2030, da ONU, a demanda por esse tipo de produto
cresça nos próximos anos
E
para estimular a economia circular no sistema financeiro e minimizar impactos
ambientais, a Thales também passou a produzir cartões com PVC e PET reciclados.
Esses produtos já são distribuídos pela companhia a instituições financeiras na
América Latina, incluindo Brasil, além dos Estados Unidos e de países da
Europa. No Brasil, onde já circulam milhares de cartões produzidos pela Thales
com plástico reciclado, a expectativa é dobrar o volume em 2021.
Os
resíduos plásticos transformados em matéria-prima, evitando nova exploração de
fontes fósseis, como cloreto de sódio ou petróleo, são coletados como rejeitos
de produção da indústria de plástico. Especificamente para os cartões de PET
reciclado, os resíduos são recolhidos do oceano por uma empresa norte-americana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário