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sexta-feira, 12 de março de 2021

Preocupação das instituições financeiras com sustentabilidade aumenta demanda por cartões bancários produzidos a partir do milho, substituto do PVC

As próximas décadas serão decisivas no campo da sustentabilidade e empresas de diversos setores deverão buscar alternativas para acelerar suas iniciativas em prol do meio ambiente. As mudanças climáticas, a escassez de recursos naturais e a necessidade de neutralizar as emissões de carbono são questões urgentes que já precisam ser consideradas na estratégia de novos negócios. No sistema financeiro, um dos principais desafios é frear a produção de cartões bancários com PVC, um dos tipos de plástico mais utilizados no mundo, feito a partir de cloreto de sódio ou petróleo.

 

Volume de PVC utilizado para produção de cartões bancários

 

Estimativas da Thales, líder global em tecnologia e uma das principais empresas produtoras de cartões bancários no mundo, apontam que todos os anos cerca de 30 mil toneladas de PVC são utilizadas como insumo para produção de cartões. O volume é equivalente ao peso de 150 Boeing 747 e a maior parte vai para aterros sanitários no final da sua vida útil. A incineração é uma forma comum de descarta-lo permanentemente, mas o processo gera dioxina, substância altamente tóxica e um dos gases causadores do efeito estufa.

 


 

Cartões mais sustentáveis chegam ao mercado

 

Para potencializar iniciativas sustentáveis das instituições financeiras no Brasil e no mundo, a Thales encontrou dois caminhos, um para usar o milho não alimentar como matéria-prima renovável para produção de novos cartões bancários e outro para evitar que o PVC que já circula pelo mercado tenha como único fim os aterros sanitários.

 

No caso da produção de cartões a partir do milho, a Thales é pioneira neste tipo de operação no mundo e tem, atualmente, capacidade para fabricar milhões de unidades. O milho, cultivado especificamente para essa finalidade, é transformado em ácido poliático (PLA), que oferece a mesma segurança, qualidade e durabilidade dos cartões convencionais, feitos de PVC ou PET. Além de ser biodegradável, o material gera 74,4% menos CO2, um dos gases causadores do efeito estufa, e consome 32,1% menos energia se comparado a materiais de origem fóssil, como o PVC. Na comparação com cartões produzidos com PET, a redução na emissão de CO2 é de 77,3% e o consumo de energia é 42,9% menor.

 

A produção conta com a certificação OK Biobased, concedido pela Tüv Austria, e segue protocolos internacionais de controle de impacto ambiental. E o bom desempenho do produto no mercado fez aumentar a demanda por esse tipo de cartão nos últimos 3 anos. No Brasil, já há um crescimento e hoje o produto já é fornecido pela Thales às principais instituições financeiras do país. A expectativa é que com os compromissos do mercado com a neutralização de carbono e com as metas da Agenda 2030, da ONU, a demanda por esse tipo de produto cresça nos próximos anos

 


 

E para estimular a economia circular no sistema financeiro e minimizar impactos ambientais, a Thales também passou a produzir cartões com PVC e PET reciclados. Esses produtos já são distribuídos pela companhia a instituições financeiras na América Latina, incluindo Brasil, além dos Estados Unidos e de países da Europa. No Brasil, onde já circulam milhares de cartões produzidos pela Thales com plástico reciclado, a expectativa é dobrar o volume em 2021.

 

Os resíduos plásticos transformados em matéria-prima, evitando nova exploração de fontes fósseis, como cloreto de sódio ou petróleo, são coletados como rejeitos de produção da indústria de plástico. Especificamente para os cartões de PET reciclado, os resíduos são recolhidos do oceano por uma empresa norte-americana.


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