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quinta-feira, 11 de março de 2021

Os desafios no cuidado com a saúde bucal das crianças na retomada das aulas presenciais

A pandemia trouxe diversos desafios para todos, principalmente para pais e mães que precisaram adaptar a rotina em casa com os filhos. Com o retorno das aulas presenciais nas escolas, surgem muitas dúvidas relacionadas à saúde das crianças como um todo e, também, sobre os cuidados com a higiene bucal, já que a Covid-19 é uma grande ameaça e a boca torna-se uma porta de entrada para o vírus.

No que envolve as crianças, o recomendado é realizar ao menos duas escovações diárias com creme dental infantil fluoretado (com, no mínimo, 1000ppm) na quantidade de “1 grão de arroz”, para crianças em fase pré-escolar, e “1 grão de ervilha”, para os demais grupos de crianças, sempre com supervisão dos responsáveis. “Nas escolas, isso sempre foi recomendado para após as refeições e lanches. Porém, muitas escolas, neste momento, estão ponderando a introdução das escovações, uma vez que, devido ao cenário atual, a maioria das crianças deva retornar às aulas em sistema híbrido e com horários reduzidos”, explica a cirurgiã-dentista Ivy Bassoukou, membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). Com as novas adaptações curriculares, as escolas não conseguem cumprir a regra da quantidade de escovações, a não ser que a criança esteja matriculada em período integral. “O importante é sempre ressaltar a necessidade de manter a rotina da higiene oral em casa”, completa.

As máscaras se tornaram item obrigatório no cotidiano de todos e não será diferente no ambiente escolar. A cirurgiã-dentista Silvana Frascino, que também é membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do CROSP, explica que a higiene oral deve ser mantida principalmente após o almoço escolar, “mas é preciso orientar constantemente a criança quanto à importância da lavagem das mãos antes da manipulação da máscara, bem como atenção para colocá-la no rosto depois da escovação, manuseando apenas os elásticos laterais”, afirma. Outro fator de suma importância é o local onde se deve deixar a máscara, enquanto se escova os dentes. “Hoje, existem até cordões porta máscaras que a criança pode pendurar no pescoço na hora da higiene bucal, lembrando que esses acessórios não são recomendados para os menores de 3 anos”, alerta.

Além de todos esses cuidados é importante que os pais das crianças não deixem de lado o acompanhamento de um profissional de Odontologia. A Associação Brasileira de Odontopediatria (ABOPED), bem como a Associação Internacional de Odontopediatria (IAPD) recomendam que a primeira visita ao odontopediatra ocorra entre 6 meses até 1 ano de idade. “A mãe deve ainda, durante a gestação realizar consultas de pré-natal odontológico, onde receberá orientações específicas para o cuidado da saúde oral do bebê. A higiene oral pode ser lúdica e estimulada pelos pais, tornando a hora da escovação um momento divertido e prazeroso”, explica Frascino.


Hora do lanche

Lanches saudáveis como frutas, castanhas e legumes como, por exemplo, minicenourinhas cruas sempre são as melhores opções de merenda para as crianças. “Deve-se evitar produtos e alimentos que contenham açúcar refinado como doces industrializados, bolachas recheadas, balas e confeitos. Não é recomendada também a ingestão de salgadinhos, pois os mesmos aderem bem aos dentes dificultando a higiene. É bom sempre lembrar ainda da garrafinha de água para reforçar a hidratação”, explica a cirurgiã-dentista Ivy Bassoukou.

O ambiente escolar também pode contribuir com ações de conscientização sobre a importância da saúde bucal das crianças. As especialistas indicam algumas ações que podem fazer toda a diferença na hora de auxiliar as famílias nesta empreitada de cuidar do sorriso da meninada. Veja a seguir:

  • Escolas que oferecem lanches e almoços devem ter nutricionista para elaborar os cardápios com opções equilibradas e saudáveis para seus alunos;
  • As escolas que disponibilizam cantinas e/ou lanchonete, onde o aluno pode escolher seu lanche, devem optar por opções saudáveis como sucos naturais, frutas etc.. É importante evitar a comercialização de salgadinhos, doces e refrigerantes, pois dependendo da faixa etária da criança, ela ainda não saberá escolher o alimento mais nutritivo. A orientação dos pais também nesse sentido de incentivar as melhores escolhas é fundamental;
  • A saúde oral também pode e deve ser trabalhada como um conteúdo transversal do currículo escolar, com abordagens em temas que permitam a discussão da saúde como um todo, evidentemente que sempre adequado às diferentes faixas etárias e capacidade cognitiva dos alunos e das turmas.

 



Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

www.crosp.org.br


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