Diante do quadro atual da pandemia, especialista aponta principais queixas de pacientes em psicoterapia
Após um ano do
primeiro caso confirmado do novo coronavírus no país, estamos ainda hoje
vivendo um momento muito crítico na saúde. A crise sanitária persiste e está
alcançando números cada vez mais preocupantes. Isso tem mexido com o
psicológico do brasileiro. De acordo com dados colhidos pela Universidade de
São Paulo (USP), o Brasil lidera uma lista de 11 países com mais casos de
depressão e ansiedade durante a pandemia.
Ainda na pesquisa, o
Brasil é o país que apresenta mais casos de ansiedade (63%) e depressão (59%);
em segundo lugar ficou a Irlanda, com 61% das pessoas com ansiedade e 57% com
depressão, e em terceiro aparecem os Estados Unidos, com 60% e 55%,
respectivamente.
A psicóloga
Bettina Correa, integrante do Grupo de Telemedicina Iron, aponta que as
principais queixas que ela percebeu nas recentes sessões envolvem crises de
ansiedade, insônia, compulsão alimentar descontrolada e ainda instabilidade
emocional. Ela lista abaixo e comenta sobre cada um desses sintomas e o impacto
na vida das pessoas.
Ansiedade - Muitos pacientes
neste período de pandemia estão apresentando muitos sintomas de ansiedade.
Alguns manifestam por meio de picos ou até mesmo crises de ansiedade aguda,
enquanto outros por meio de comportamentos compulsivos, como a compulsão
alimentar. A incerteza do que irá acontecer, a diminuição considerável da
prática de atividade física, o período de isolamento e de solidão, o excesso de
notícias tristes e dolorosas são fatores que agravam essa situação.
Insônia - Uma das principais
questões que vem chamando a atenção é a alteração do padrão de sono, principalmente
a insônia. A alteração na rotina, diminuição da prática de atividade física,
aumento de atividades paradas, aumento do uso de telas como TV, celular e
computador, e até mesmo a ansiedade prejudica o sono.
Compulsão alimentar - Há uma grande parcela
de pessoas que se queixa do aumento de peso desde o início do isolamento
social. Com o aumento de ansiedade, piora da qualidade do sono, diminuição da
atividade física e até mesmo a falta de interação social, muitas pessoas acabam
comendo mais vezes ao dia, especialmente doces e fast food.
Instabilidade emocional - É muito comum escutar das pessoas ao nosso redor que "não sabem o que estão sentindo." Acordam felizes, mas ao longo do dia ficam irritados, tristes, eufóricos, angustiados, ansiosos, tudo em menos de 24 horas. Há uma enorme insegurança quanto ao fato da pandemia em si, além da falta de recursos de alívio dessas sensações e sentimentos, tanto pela significativa diminuição de contato com outras pessoas, quanto pela falta de atividades de um modo geral.
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