Hanna, de 12 anos,
que sofreu acidente doméstico, não andava sem mancar antes do tratamento; o pet
é a razão da vida da tutora Mara e sua lhasa Hanna: sucesso no tratamento com células-tronco
Uma ruptura de
ligamento não é um problema simples de se resolver, principalmente em uma
cadelinha idosa. Hanna, uma lhasa apso de 12 anos, teve consequências bastante
dolorosas e sérias depois de ter sofrido um acidente doméstico. Ela machucou a
pata esquerda traseira e passou a ter dificuldade para se locomover. Não dava
um passo sem mancar! "Tentamos vários tratamentos: acupuntura,
moxaterapia, hidroterapia, mas tudo indicava que o caso iria evoluir para uma
cirurgia. Porém, graças à terapia com células-tronco, ela voltou a andar
normalmente", comemorou a tutora Mara Lopez Perez, 55.
Hanna é o xodó de
Mara, que tem também outra lhasa, a Lanna, de 10 anos, e o shitzu Teddy, de 2
anos. Desde os 42 dias de vida, Hanna recebe os cuidados e todo amor do mundo
de sua dona. "Ela é minha princesa! Cuido daqueles cabelos (pelos) desde
quando ela era bebê. Nunca os cortei. Eu os escovo todos os dias, tiro os nós,
uso desembaraçador… eu adoro aqueles cabelos. Quando a veterinária disse que o
caso era cirúrgico, eu já os imaginei sendo cortados...", disse.
Momentos difíceis
O acidente com Hanna
aconteceu na mesma época em que a mãe de Mara havia sido hospitalizada.
"Eu ficava no hospital com minha mãe todos os dias, e a Hanna ficava em
casa com meu pai, que também é idoso e não tem tanto traquejo com os bichinhos.
Ela brincava muito com a Lanna, correndo pelo corredor, e, provavelmente, deve
ter escorregado. Eu só percebi quando, um dia, ao chegar do hospital, ela não
estava na porta me esperando como de costume, mas deitadinha. Quando ela se
levantou, notei que estava mancando. Pensei que fosse por causa de um antigo
problema na coluna. Tive que levá-la às pressas à veterinária. Era bem num
feriado", lembrou.
Diagnosticada com
ruptura de ligamento cruzado de membro posterior esquerdo, Hanna enfrentou uma
série de procedimentos e passou a usar joelheira todos os dias. "Foi um
sofrimento! Eu tinha que me dividir entre minha mãe, que continuava no
hospital, e Hanna, que ia todos os dias para a clínica veterinária".
O alívio veio quando
Mara conheceu a terapia com células-tronco mesenquimais, coletadas de tecidos
adultos de outros animais. "Quando a veterinária me apresentou essa
possibilidade, não titubeei. Logo no início do tratamento, aliado aos outros
que ela já vinha fazendo, Hanna teve resultados impressionantes".
Segundo a médica
veterinária Marina Landin e Alvarenga, especialista em cultivo e terapia
celular da Omics Biotecnologia Animal, o caso de Hanna é um dos mais tratados
pelo laboratório. "Nos casos de ruptura de ligamento cruzado, as
células-tronco agem como um anti-inflamatório muito potente e natural,
diminuindo a dor e também ajudando na regeneração do ligamento e da cartilagem
do joelho. Visamos também a acelerar o tempo de recuperação e minimizar a
administração de medicamentos sistêmicos. A aplicação, geralmente, é feita pela
via intra-articular. Mas vale lembrar que, caso a ruptura seja completa, a
terapia celular não descarta a necessidade de cirurgia para reparação do
ligamento", explicou a especialista.
"Depois de uns
três dias da primeira aplicação de células-tronco, ao tirarmos a joelheira, ela
começou a dar os primeiros passos sem mancar. Foi uma alegria muito grande! Só
tenho a agradecer à veterinária Fabiana, que cuida da Hanna desde quando ela
era pequena - tanto que o nome dela é Hanna Faby, em sua homenagem, e à Omics,
pois esse tratamento foi uma bênção", declarou Mara.
A história de Hanna
emociona não apenas pela superação do problema, mas por ilustrar o amor que
pode existir entre humanos e animais: "Hanna é tudo pra mim. Ela chegou
num momento muito difícil da minha vida: eu tinha sofrido um AVC e havia
perdido meu cãozinho. Foi, então, que a encontrei. Sempre foi meu sonho ter uma
cachorra de pelos longos porque eu adorava o Floquinho, do Cebolinha
(personagem da Turma da Mônica). E hoje ela é minha maior companheira",
completou a tutora.
Terapia alternativa
As células-tronco
estromais multipotentes, também chamadas de células-tronco mesenquimais (CTM),
são células encontradas em todos os tecidos adultos. Em medicina veterinária,
as principais fontes para obtenção das CTM são o tecido adiposo e a medula
óssea.
O efeito terapêutico
das CTM já é bem descrito em diversos estudos científicos, tanto na medicina
veterinária como na de humanos e se baseia em três princípios de ação:
1- Reposição
tecidual pela diferenciação celular
2- Imunomodulação e efeito anti-inflamatório
3- Secreção de moléculas bioativas que promovem a regeneração
São aplicadas por
via endovenosa ou no local da lesão. Geralmente, são feitas de uma a três aplicações,
com intervalos regulares e acompanhamento contínuo. No entanto, tudo depende do
caso e da melhora do pet. Num paciente idoso e em doenças crônicas, por
exemplo, a quantidade de aplicação é maior.
A terapia é indicada
para várias doenças, como diabetes, cinomose, displasia coxofemoral,
insuficiência renal crônica, aplasia de medula, lesões na coluna e até mesmo
para problemas oftalmológicos
Omics Biotecnologia
Animal
Parque Tecnológico
de Botucatu
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