- Especialistas em cirurgia plástica, dermatologia e
mastologia explicam sobre as doenças
-
04/02 é o Dia Mundial de Combate ao Câncer
Segundo levantamento do Instituto
Nacional de Câncer (INCA), a incidência
estimada do câncer de mama em mulheres, no ano de 2020, era
de cerca de 66 mil novos casos. Já o de câncer de pele representa 27% de todos
os casos malignos no Brasil.
No Dia Mundial de Combate ao Câncer (04/02)
preparamos a entrevista abaixo com o Dr. Fernando Amato, médico cirurgião
plástico, e com as Dras. Priscila Beatriz Oliveros dos Santos, mastologista, e Luciana Malzoni Langhi, dermatologista, ambas da equipe do
Dr. Amato.
Quando
está indicada a reconstrução mamária?
Dr. Fernando - Antes de
tudo é preciso analisar o tratamento oncológico
proposto, já que nem sempre a reconstrução da mama com prótese de silicone pode
ser realizada de imediato, principalmente, nos casos em que se retira muita
pele ou mesmo precedem um tratamento complementar com radioterapia. Dependendo
do estadiamento da doença (determinado pelo tamanho
da lesão, localização, comprometimento de linfonodos e presença de metástase),
a mastectomia (retirada da mama) pode ser indicada e é nesse momento que a
reconstrução mamária pode fazer a diferença para o resgate da autoestima e
confiança feminina, contribuindo até mesmo para o fortalecimento da batalha
contra a doença.
Dra.
Priscila – Considero de extrema importância ressaltar que a
mamografia é essencial para o diagnóstico precoce. Por isso, não deixe de realizá-la, já que este exame pode diminuir a
mortalidade em até 30%, quando feito periodicamente.
Como é o
resultado de uma mama reconstruída?
Dr.
Fernando - Diferentemente de uma cirurgia
estética, a mama reconstruída tem características distintas. Os
mamilos, muitas vezes, precisam ser refeitos. A mama reconstruída não terá a
mesma aparência da mama saudável, já que pode ficar com cicatrizes e mais
endurecida. Por isso, sempre oriento que a paciente busque auxílio psicológico
para compreender o momento.
Dra.
Priscila - É um direito da mulher ter a mama
reconstruída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos planos de saúde no
Brasil, assim como a cirurgia plástica da mama oposta para simetrização e
harmonização. A reconstrução, imediata ou tardia deve ser individualizada,
respeitando tanto o desejo da paciente como as condições clínicas e tratamento
aos quais será submetida.
Quais são
os sinais na pele que indicam a busca por um especialista e quais são os tipos
de câncer de pele?
Dr.
Fernando - Quando encontrar as seguintes
alterações em uma lesão ou pinta suspeita, método conhecido como ABCDE:
A
– Assimetria: quando uma parte da lesão é diferente da outra;
B
– Borda: irregularidades no contorno;
C
– Cor: cores diferentes na mesma pinta ou lesão;
D
– Diâmetro: quando for maior de 6 milímetros;
E
– Evolução: perceber se a lesão apresenta crescimento, muda de formato ou cor.
Feridas
que não cicatrizam depois de três semanas ou que sangram facilmente também
devem ser investigadas
Dra. Luciana -
Há diversos tipos de câncer de pele, porém, os três mais comuns no Brasil são:
carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma, sendo esse último o
mais grave, com risco de desenvolver metástase e podendo levar o paciente a
óbito.
A dermatologista e o cirurgião
plástico trabalham em equipe nos casos de câncer de pele?
Dr. Fernando - Normalmente,
o dermatologista é quem faz a suspeita do diagnóstico pela dermatoscopia, exame
realizado com lente de aumento. Sendo necessários a biópsia e o estudo anatomopatológico
para definição do diagnóstico. Dependendo da localização da lesão, no caso de
regiões do corpo mais delicadas e expostas, como a face, o paciente é
encaminhado para o cirurgião plástico, que faz a remoção e reconstrução se
necessário.
Dra. Luciana
- Depois que é feito o estadiamento da doença, ou seja, identificado até onde
ela avançou, pode ser necessário o envolvimento de outros especialistas, como o
oncologista, para dar seguimento no tratamento.
Dr. Fernando C. M. Amato
– Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia
Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular
pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade
Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de
Cirurgiões Plásticos (ASPS).
Dra. Priscila Beatriz
Oliveros dos Santos - Graduação, Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia
pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP)
Dra. Luciana Malzoni Langhi - Graduação
e Residência Médica em Dermatologia pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP).
Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
https://www.instagram.com/meu.plastico.pro/
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