Doença afeta as vias respiratórias e pode causar coriza persistente, obstrução nasal, perda de olfato e dificultar o sono
A Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar omalizumabe para
rinossinusite crônica com pólipo nasal (RSCcPN), como tratamento complementar
aos corticosteroides intranasais, em pacientes adultos (acima de 18 anos) nos
quais o tratamento com corticosteroides intranasais não promove o controle
adequado da doença. O omalizumabe tem mais de 15 anos de história, tendo sido o
primeiro imunobiológico voltado para tratamento de doenças envolvendo as vias
respiratórias. Além de ter demonstrado ser eficaz no controle da RSCcPN, o
omalizumabe é aprovado para asma alérgica grave e urticária crônica espontânea.
A rinossinusite crônica é uma doença que causa uma inflamação na mucosa nasal,
afetando a qualidade de vida do paciente1-3. Estima-se que entre 2 e 4% da
população adulta no mundo conviva com a doença, que apesar de crônica, possui
tratamento para controlar os sintomas ao longo do tempo4,5.
Considerada um subtipo de sinusite crônica, a rinossinusite crônica com pólipo
nasal (RSCcPN) acontece dentro das duas narinas. A mucosa no nariz inflamada
desenvolve pólipos benignos. O crescimento desses pólipos pode ocasionar o
surgimento de sintomas como a perda de olfato ou paladar, bloqueio ou
congestionamento nasal, dores de cabeça, dores e pressão no rosto e coriza
persistente. Além disso, a doença também pode dificultar a respiração e
impactar no sono do paciente6.
Dr. Márcio Nakanishi (CRM 13081 DF), diretor do serviço de otorrinolaringologia
do Hospital Santa Luzia, da Rede D'Or, em Brasília e pesquisador da
Universidade Federal de Brasília, afirma que a doença impacta diretamente a
vida do paciente e por isso requer atenção. "Apesar de não ser uma
condição com mortalidade associada, não podemos esquecer que, para o paciente,
a doença provoca um incômodo constante e difícil de lidar no dia a dia, com
grande impacto na qualidade de vida, inclusive com maiores riscos de depressão
e ansiedade, infecções recorrentes e privação do sono", esclarece o
especialista.
Na cidade de São Paulo, 5,51% dos habitantes, o que equivale a aproximadamente
500 mil pessoas, apresentam a inflamação da polipose nasal, muitas vezes
associada à sinusite, rinite e asma7. Segundo Nakanishi, a incidência da doença
é muito variável, mas é comum em pessoas entre 30 e 40 anos. "As causas
podem ser em razão do fator ambiental, anatômico e/ou sistêmico, que seriam
basicamente: o meio ambiente e estilo de vida da pessoa, a anatomia do nariz e
também a pré-disposição genética para desenvolver alergias. As causas são
multifatoriais", exemplifica.
O omalizumabe atua bloqueando uma molécula chamada imunoglobulina E - também
conhecida como IgE9. A IgE desempenha um papel fundamental no processo
inflamatório presente em doenças como a RSCcPN, assim como na asma alérgica.
"A aprovação de omalizumabe para o tratamento da polipose nasal representa
um incremento fundamental no arsenal de medicamentos disponíveis para o tratamento
da doença e que permitirá atender a um perfil de paciente que necessita de uma
abordagem terapêutica diferenciada e individualizada", explica o
especialista.
Novartis
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Referências:
1. Johansson L, et al. Prevalence of Nasal Polyps in Adults: The Skövde
Population-Based Study. Ann Otol Rhinol Laryngol 2003;112(7):625-629.
2. Fokkens WJ, et al. European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal
Polyps. Rhinol Suppl 2020;58(Suppl S29):1-464.
3. We J, et al. Prevalence of Nasal Polyps and Its Risk Factors: Korean
National Health and Nutrition Examination Survey 2009-2011. Am J Rhinol Allergy
2015;29(1):e24-28.
4. Xolair® (omalizumab). SmPC
5. Gevaert P, Omachi TA, Corren J, et al. Efficacy and safety of omalizumab in
nasal polyposis: two randomized phase III trials. J Allergy and Clin Immunol
2020. doi.org/10.1016/j.jaci.2020.05.032 [online ahead of print.
6. Snot-22, Eduardo Makoto [online]
7. Prevalência da rinossinusite crônica através de inquéritos domiciliares na
cidade de São Paulo, Renata R. M. Pilan [online]
8. Artigo Polipose Nasossinusal, Mariana Pedreiras Hausen- R2 / 2005 [online]
9. J. Pediatr. (Rio J.) vol.82 no.5 suppl.0 Porto Alegre Nov. 2006
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