As doenças raras são patologias normalmente sem cura que afetam a família de forma muito intensa. Mais de 70% dos casos poderiam ser evitados se antes de engravidar os casais identificassem o risco de hereditariedade com um teste genético e optassem por realizar a prevenção. Recentemente, um estudo científico publicado na revista Genetics in Medicine (do grupo Nature) identificou que o custo de tratar uma doença genética é superior ao custo de sua prevenção, mesmo em cenários da população geral, onde a incidência de afetados é de 290 de cada 100.000 nascimentos.
Segundo Dra. Marcia Riboldi, geneticista e CEO do laboratório de
genética da Igenomix no Brasil, o estudo publicado é importante por avaliar a
questão econômica, mas a prevenção também evita o impacto emocional e de
qualidade de vida que a doença rara gera para toda a família. “É importante que
a informação sobre como avaliar o risco de uma doença rara antes da gravidez
chegue a toda população”, alerta a especialista.
Sobre as doenças raras:
• Mais de 300
milhões de pessoas no mundo vivem com uma doença rara
• Existem mais
de 6.000 doenças raras identificadas
• 72% das
doenças raras são doenças genéticas
• 70% das
doenças genéticas raras se manifestam na infância
Como avaliar o risco de uma doença rara?
O risco de uma doença rara costuma ser conhecido na família apenas
quando há casos anteriores de parentes afetados. Nessa situação é de extrema
importância que antes de engravidar o casal realize um aconselhamento genético
para avaliar a probabilidade de nascimento de um bebê afetado por uma condição
grave, além de conhecer os mecanismos para prevenir a manifestação dessas
doenças sem cura antes da implantação do embrião no útero materno.
No entanto, mais de 80%
das doenças raras surgem sem histórico familiar. Nesses casos é necessário o
teste genético CGT, também conhecido como Teste de Compatibilidade Genética,
que é um painel genético que analisa e compara o DNA dos futuros pais para
encontrar variantes em genes em comum, que poderiam gerar uma doença
autossômica recessiva nos futuros filhos.
O que é Herança Autossômica Recessiva?
As doenças genéticas se
subdividem em diferentes origens, onde mais de 40% são de herança autossômica
recessiva:
Filhos de casamento entre primos e algumas populações específicas, como os judeus, possuem um risco mais elevado de manifestarem essas doenças genéticas. Por esta razão, a maioria das sociedades médicas internacionais, como a ACOG (Colégio Americano de Obstetrícia e Genética), recomendam que o CGT seja indicado aos pacientes nessas situações.
Como fazer o CGT?
O CGT é realizado a partir de uma
amostra de sangue ou saliva dos futuros pais, após o sequenciamento de nova
geração, o resultado do teste apresenta as variantes genéticas de cada membro
do casal e um laudo de compatibilidade entre os dois DNAs analisados. Com o
resultado do exame, uma consulta de aconselhamento genético é importante para
esclarecer as informações da análise.
Existem
muitos painéis genéticos disponíveis no mercado. Antes de decidir sobre a
realização do teste genético ideal para cada caso, o casal deve contar com a
orientação de um geneticista.
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