Inovação é a bola da vez. Não importa em qual setor da economia, o tamanho da empresa, o modelo de negócio, se público ou privada, todos estão sujeitos a se deparar, a qualquer momento, com uma disrupção - inovação que rompe com modelos e negócios tradicionais - que pode transformar o negócio para sempre ou, até mesmo, acabar com ele ou com todo um segmento da economia. Ninguém tem um porto realmente seguro neste momento de incríveis transformações.
A evolução tecnológica, somada a uma velocidade de
transformação nunca vista, geram uma pressão enorme nas pessoas e a maioria
delas não sabe como lidar com esse volume gigantesco de informação e de
incertezas. Isso é o que eu chamo de “Angústia da inovação”! Mas como se
preparar para esse ambiente de transformação acelerada e aliviar essa angústia?
Uma forma de se fazer isso é desenvolver uma
habilidade de “desaprendizado” acelerado para abrir espaço e criar
oportunidades para novos e continuados aprendizados. Até pouco tempo
aprendíamos para trabalhar, mas, hoje, isso já não é mais suficiente e
trabalhamos para aprender, continuadamente. É o que chamamos de “LLL – LifeLong
Learning”, ou, em português, “aprendizado ao longo da vida”.
Desaprender e reaprender. Adquirir novos “mindsets”
orientados à inovação. A nova economia - a economia criativa, é ainda mais
desafiadora pois toda a força de trabalho ativa atual foi educada com modelos
orientados a nivelar todo mundo, às vezes com réguas muito baixas, que hoje não
servem mais. Os criativos, os “fora-da-caixa” eram rapidamente forçados a se
igualar à média. Com isso, nossas escolas formaram gerações “de iguais”, de
medianos, que hoje sofrem a angústia por serem cobrados a pensar diferente.
Habilidades até então desprezadas pelo mercado de
trabalho são hoje desejadas e já figuram nas descrições de competências de
anúncios de emprego das melhores empresas: criatividade, colaboração,
iniciativa, inteligência coletiva, a capacidade de assumir riscos, entre
outras.
O LinkedIn divulgou, em janeiro, uma pesquisa sobre
as habilidades mais desejadas pelo mercado de trabalho em 2018 e no topo da
lista está “criatividade”. Sim, aquela mesma criatividade que lhe foi tolhida
lá atrás, nos bancos escolares.
Inovação, na minha opinião, tem muito menos a ver
com tecnologia do que a maioria das pessoas imaginam. Para mim, inovação é
essencialmente um “mindset”, um modelo mental, um estilo de vida. A tecnologia
está disponível, é abundante, todo mundo tem acesso. O difícil, de verdade, é
mudar a cabeça das pessoas e tirá-las de suas zonas de conforto, pois não há
zonas de conforto em ambientes de inovação.
Por isso, para não sofrer de angústia da inovação,
só há um caminho: fazer uma disrupção de você mesmo. Transforme-se
completamente! Seja um novo você! Talvez, até mesmo, aquele você que você deixou
para trás na sua infância.
Procure cursos orientados à inovação, à nova
economia, à economia criativa. Estude “Design Thinking”, processos criativos,
“storytelling”, design de negócios etc. Muitas universidades já entenderam que
precisam ofertar cursos com este perfil e já há boas opções no mercado.
Enfim, o remédio para a angústia da inovação reside
em você. Você é quem decide se vai sofrer ou se vai usufruir de todas as coisas
boas que a inovação vai proporcionar.
Paulo Bettio -
publicitário, empreendedor serial, especialista em Design Thinking, consultor
de inovação e professor da disciplina de Saúde e Tecnologia da Pós-Graduação em
Economia Criativa e Disruptiva da Universidade Positivo.
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