Médica
do CEJAM reforça a necessidade das ações de prevenção voltadas a
população-chave para o HIV
O número crescente de
novos infectados pelo vírus HIV chama atenção das entidades de saúde. Os dados
do último Boletim Epidemiológico HIV/Aids, divulgado pelo Ministério da Saúde,
mostram que, de 2007 até junho de 2020, mais de 342 mil casos de infecção pelo
HIV foram notificados, sendo 152 mil na região Sudeste.
Segundo a médica
infectologista do Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"
(CEJAM), Karla Katrinne, a transmissão do HIV ocorre por meio de relações
sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas, materiais perfuro
cortantes contaminados e não esterilizados, assim como através da transmissão
vertical durante a gravidez, parto e/ou amamentação, quando não tomadas às
devidas medidas de prevenção.
A especialista destaca
a importância das ações de prevenção devido ao número de novos casos em homens
jovens e populações chaves, isto é, gays e outros homens que fazem sexo com
homens (HSH), pessoas trans, pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas,
pessoas privadas de liberdade e trabalhadores(as) sexuais.
"Esses números
nos mostram que ainda se faz necessário trabalhar fortemente a conscientização
da população através de campanhas como o Dezembro Vermelho, frisando a
importância do uso de preservativo nas relações sexuais", ressalta Karla.
Vale destacar que os
sintomas causados pelo HIV são semelhantes a qualquer outra infecção viral. A
médica explica que não há umsintoma definidor, por isso é recomendado que todas
as pessoas que passaram por uma situação de risco (exposição sexual sem
preservativo, compartilhamento de agulhas, etc.), realizem teste de triagem
para HIV e demais DST’s, visando o diagnóstico precoce e, consequentemente, a
diminuição na transmissão.
Diagnóstico e
tratamento
Desde 2013, o Sistema
Único de Saúde (SUS) garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV
(PVHIV), independentemente da carga viral, tornando o país uma referência
mundial no assunto.
"Os
antirretrovirais interrompem o ciclo de replicação do HIV em pacientes
aderentes. Com a disponibilização de medicações cada vez mais eficazes e toleráveis,
a doença deixou de ser terminal e tornou-se crônica", explica. De acordo
com ela, uma pessoa com a carga viral controlada pode ter uma vida saudável e
com qualidade.
No SUS, o
tratamento é realizado pelo Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids.
São disponibilizadas consultas médicas, de enfermagem e psicológicas, além de
serviço social, coleta de exames, medicamentos antirretrovirais (TARV),
preservativos e testagem para HIV e outras DST’s.
Dia Mundial de Combate
à Aids
Instituída pela
Assembleia Mundial de Saúde em 1987, a data de 1º de dezembro é marcada como
Dia Mundial de Combate à Aids e sensibiliza a população para o tema, reforçando
a solidariedade, tolerância, compaixão e a compreensão com as pessoas
infectadas.
A especialista do
CEJAM recomenda algumas medidas básicas de prevenção, que devem ser seguidas
pelos portadores da doença:
• Realização do
tratamento regular com antirretrovirais;
• Uso de preservativos
durante as relações sexuais;
• Não compartilhar
seringas, agulhas, alicates ou qualquer objeto perfuro cortantes;
• Utilização dos
antirretrovirais durante a gestação para prevenir a transmissão vertical e não
amamentar.
Centro de Estudos e
Pesquisas "Dr. João Amorim" (CEJAM)
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