Muito antes da pandemia começar, a inteligência emocional e o trabalho socioemocional com crianças e adolescentes já eram uma preocupação para mim. O fato de ser educadora e psicopedagoga, mãe e avó, sem sombra de dúvidas, tornam o tema ainda mais importante, afinal de contas, esse é o meu universo de atuação, o mundo pelo qual sou apaixonada e ao qual dediquei e dedico minha carreira.
A verdade é que o tema inteligência
emocional e o desenvolvimento socioemocional nunca estiveram tão em alta.
Trabalhar estas questões na infância e na adolescência proporcionam inúmeros
benefícios.
Dentro da competência socioemocional
é possível trabalhar pontos essenciais para o desenvolvimento humano. Podemos
reforçar na criança a sua própria identidade, ou seja, ajudá-las a entender
quem elas são, quais os seus pontos fortes e fracos e, até
mesmo, orientá-las quanto a identificação e como lidar com os mais variados
sentimentos. Com as habilidades socioemocionais entendidas, torna-se possível
alcançar, de forma mais assertiva, os objetivos traçados, fica
mais simples tomar decisões de maneira responsável e até gerenciar as próprias emoções.
Quanto mais cedo as pessoas têm
consciência da importância das habilidades socioemocionais, melhores são os
resultados em diversos setores da vida. Isso significa que entender tudo isso
desde a infância traz benefícios reais para a vida adulta. O ideal é que os
pais e responsáveis transformem em rotina o estímulo a certas habilidades,
como: desenvolver empatia, apreciar a
diversidade e, acima de tudo, respeitar os outros e as diferenças
existentes entre as pessoas.
Claro, também é possível trabalhar o
tema em sala de aula. Aliás, vale ressaltar que o desenvolvimento das
habilidades socioemocionais em crianças precisa ser realizado em parceria entre
a escola e a família, uma vez que essas características estão no dia a dia, nas
pequenas atitudes, desde as atividades mais simples até as mais complexas. Não
se constrói isso sem a participação da família.
É importante incentivar e
ensinar crianças e adolescentes a estabelecer relacionamentos com os colegas da
escola, que eles saibam lidar com diferentes opiniões e costumes e,
principalmente, a trabalhar em equipe. Além disso, é extremamente interessante
que eles aprendam a lidar com os próprios conflitos, sejam eles internos ou
externos. Outro ponto relevante tem relação com a construção de relações
de confiança e do autoconhecimento, mobilizar ou controlar suas emoções, seja
para atingir objetivos escolares ou para criar um ambiente positivo ao seu
redor.
Afirmo com segurança que crianças e
adolescentes que conhecem e respeitam os próprios sentimentos, que têm empatia
pelo outro, que conhecem limites e sabem respeitar as vontades dos outros,
tornam-se adultos mais seguros, menos suscetíveis a julgamentos e muito mais
felizes com as próprias escolhas. Incentive as crianças e adolescentes do seu
convívio a trabalhar o lado socioemocional. Faça isso você também. Nossa
sociedade do futuro certamente agradecerá por esse cuidado!
Sueli
Bravi Conte - especialista em educação, mestre em neurociências, psicopedagoga,
diretora e mantenedora do Colégio Renovação, instituição com mais de 35 anos de
atividades do Ensino Infantil ao Médio, com unidades nas cidades de São Paulo e
Indaiatuba.
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