Especialista do IBCC Oncologia alerta para a ocorrência de rouquidão ou
alteração na voz por mais de 15 dias
Já
se tornou comum usarmos meses característicos para conscientização sobre alguns
tipos de doença, como o Outubro Rosa, em que tratamos como prevenir e
diagnosticar precocemente o câncer de mama. São iniciativas que têm como
principal objetivo descobrir esses tumores em estágios iniciais, já que, dessa
maneira, os médicos podem encontrar o tratamento mais correto e efetivo para o
paciente.
Nesse
sentido, a campanha Julho Verde visa conscientizar e combater o câncer de
cabeça e pescoço já que os números de novos casos da
doença são alarmantes.
Durante todo este mês, várias instituições,
entidades de classe, órgãos governamentais e sociedade civil atuam com ações
para ampliar a conscientização das pessoas por meio do mote "Seu Corpo é
sua vida. Não o destrua!".
Para a médica Dra. Beatriz Cavalheiro, cirurgiã de
cabeça e pescoço do IBCC Oncologia, o tema deste ano faz todo sentido. “Hábitos saudáveis e
consciência corporal são responsabilidades de cada um. Nossa saúde é nosso
maior patrimônio e a informação, obtida por meios confiáveis, é um dos recursos
para preservá-la”, diz a especialista ao elencar dicas e sinais que devem der
observados com atenção.
·
Rouquidão progressiva e
por mais de 15 dias.
·
Alteração na voz.
·
Dor ou incômodo ao
engolir.
·
Escarro ou tosse com
sangue.
·
Falta de ar.
·
Feridas ou aftas se não cicatrizarem
em 15 dias.
·
Nódulos no pescoço.
De
acordo com a Dra. Beatriz, os cânceres de cabeça e pescoço podem ser agrupados
em 4 áreas principais:
·
Tireoide
·
glândulas salivares
·
pele
·
via aéreo-digestiva alta
(boca; garganta – orofaringe, hipofaringe e laringe; rinofaringe; cavidade
nasal).
De
acordo com os últimos dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), os tumores
dessa região do corpo já estão entre os mais incidentes na população
brasileira. Mesmo com a ocorrência de 43 mil novos casos para este ano e,
apesar de frequente, as pessoas não dão a atenção devida para prevenir a
doença.
Para
a Dra. Beatriz, a única forma de reduzir esses números é pela conscientização a
respeito dos principais fatores de risco. São eles:
·
fumar, tanto cigarro
comum como eletrônico ou narguilé
·
consumir em excesso
bebidas alcoólicas
·
ter má higiene oral
·
proceder com alimentação
pobre em frutas e vegetais
·
ter dentes em mal estado
geral de conservação
A
médica destaca ainda outras três questões igualmente importantes:
·
a exposição ao sol sem
proteção pode ser mais um fator de risco para a ocorrência de câncer de pele.
·
os efeitos do fumo e do
álcool são potencializados quando presentes em um mesmo indivíduo e podem
causar o câncer de garganta.
·
vacinar-se contra o HPV e
usar preservativo podem ajudar a reverter o aumento de casos de cânceres
associados a contaminação por via sexual.
Para
a especialista é preciso mudar os hábitos de vida. Reconhecer o próprio corpo,
ter atenção aos pequenos sinais e buscar precocemente atendimento médico ajudam
no diagnóstico e tratamento iniciais e complementa “as lesões descobertas
previamente, podem ainda ser pré-tumorais e isso reduz bastante os casos
fatais”.
Por
isso, se possuir traumas repetidos na boca, como aqueles que ocorrem em
próteses dentárias com dentaduras mal ajustadas, procure um especialista. “Seja
ativo na busca por atendimento profissional. Insista e trabalhe ativamente para
que existam profissionais de saúde em sua comunidade!”, ressalta a médica.
“Os
cânceres de cabeça e pescoço são curáveis, mas dependem do estágio em que
são diagnosticados. Quanto mais precoce e inicial, maiores as chances de cura e
menores as consequências do tratamento sobre a anatomia e a função do órgão
afetado”, diz.
Para os tumores
iniciais de cabeça e pescoço o tratamento mais comum é o cirúrgico. Já nos
cânceres mais avançados podem ser tratados com a combinação de técnicas
cirúrgica, quimioterápica e radioterápica. E em situações específicas, o
tratamento de escolha se dará por radioterapia com ou em associação a
quimioterapia.
“A oncologia clínica tem trabalhado com drogas novas,
podendo utilizar, inclusive, a própria imunidade do paciente para a luta contra
o tumor. Técnicas de reconstrução e reabilitação são constantemente aperfeiçoadas,
mas nada substitui a determinação do paciente, seus familiares e profissionais
envolvidos. Muitos tratamentos ainda são experimentais e vinculados a serviços
universitários, mas, é inegável que a ciência caminha a passos largos”,
acrescenta a médica.
O
prosseguimento do tratamento deve ser lembrado, pois esses cânceres podem
voltar, especialmente se o paciente insistir e manter os fatores de risco que
ocasionaram a doença. É um compromisso para a vida toda. “O autoexame da boca é
importantíssimo. O indivíduo, em frente a um espelho e com boa iluminação, deve
olhar o interior de sua cavidade oral, incluindo o céu da boca e assoalho
elevando-se a língua para o alto, além de gengivas, revestimento das bochechas
e língua”, finaliza.
Anualmente, o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de
Cabeça e Pescoço é celebrado no dia 27 de julho e a campanha Julho
Verde é organizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço
(SBCCP).
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