Perseverança e
inteligência serão requisitos fundamentais para que os países da região tenham
o direito de entrar no chamado "Novo Normal"
Incerteza! Essa é a palavra que se tornou frequente
na rotina de muitos setores da economia. Desde que as atividades foram
paralisadas como medida de contenção da Covid-19, em toda América Latina, tudo
o que não está relacionado a setores estratégicos e de primeira necessidade
registrou queda brusca de consumo. Da indústria automotiva (montadoras e
fornecedores), ao setor de hotelaria e entretenimento (cinemas, teatros,
museus, etc), todos estão sofrendo com os impactos desta crise.
Para essas indústrias, um retorno gradual às
operações, como sugerem agora as autoridades, é a luz no fim do túnel que elas
precisavam. Sem deixar de lado as medidas sanitárias e de segurança, de maneira
geral todas as empresas estão repensando e desenvolvendo planos estratégicos
para o retorno às atividades.
Fora esses segmentos, aqueles que trabalham com
necessidades básicas não só mantiveram seu ritmo de trabalho, como também
tiveram que acelerar suas atividades durante a pandemia. É o caso da indústria
de alimentos e bebidas, por exemplo. Algumas empresas do setor tiveram
resultados acima do previsto, tanto em volume de vendas como em
faturamento.
Essa aceleração prematura, no entanto, causou o que
podemos chamar de estresse operacional, em função da necessidade de garantir
uma oferta efetiva de produtos na cadeia de suprimentos. O que trouxe uma série
de desafios operacionais para toda a indústria da região! Entre as principais
dificuldades, a mais difícil de solucionar é a otimização da oferta de soluções
específicas para atender as linhas de produção e as novas demandas.
Implícito na cadeia de alimentos e bebidas está o
setor de logística, que teve que mudar de maneira significativa para garantir
que os produtos chegassem à casa dos consumidores. Neste caso, a tecnologia tem
sido importante aliada, ajudando a mitigar imprevistos e conferindo o controle
necessários para atender à demanda de consumo.
Colhendo os frutos do comércio eletrônico
O varejo físico, cujo core não está relacionado ao
consumo direto e/ou estratégico, sofreu com o fechamento de lojas. Em resposta
a isso, somente aqueles que conseguiram reagir rapidamente e iniciar, ou
aumentar, seus esforços via e-commerce, podem colher os benefícios agora.
E por falar em comércio eletrônico, dados da
Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM) mostram um aumento de 40%
no número de vendas on-line no Brasil. A associação mostra que os setores que
mais cresceram são: calçados (99,44%), Bebidas (78,90%), Eletrodomésticos
(49,29%), Autopeças (44,64%), Supermercado (38,92%), Artigos Esportivos
(25,75%), Móveis e Decoração (23,61%) e Moda (18,38%).
É por isso que este é o momento certo para que as
organizações que baseiam suas ações em vendas avaliem todas as ferramentas que
possuem até o momento. Condições comerciais, alocação de recursos, pessoas,
tempo e rapidez na execução dos serviços permitirão às companhias considerar
novos recursos tecnológicos ou fortalecer aqueles com os quais já
trabalham.
Para isso acontecer, a tecnologia continuará sendo
uma grande aliada e vai permitir melhores oportunidades, penetração em novos
mercados, melhorar a produtividade, entre outros benefícios. Mas além do apoio
tecnológico, as lições aprendidas com a crise ensinam que momentos críticos
exigem perseverança. Para atravessar essa situação delicada será necessário
muito esforço de governos, organizações e de toda a sociedade. E a travessia
deverá estar pavimentada no entendimento que é preciso ser resiliente,
estratégico e inteligente.
O fator humano também será essencial para a
sobrevivência das marcas e quem não entender que estamos vivendo um momento
único e de grande transformação, ficará pelo meio do caminho. Todos esses
requisitos são fundamentais para conseguirmos o nosso passaporte para o “Novo
Normal”.
José Luqué - Diretor, Infor América Latina
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