Há
quem pense que os discursos de ódio racial são "potencializados" pelo
Facebook, em suas redes sociais (Facebook, Instagram e WhatsApp), que não toma
as devidas providências para que essa ação tenha fim. É o caso de grandes
empresas, antes anunciantes do Facebook, que resolveram fazer um boicote ao
império de Mark Zuckerberg.
Incentivadas
pela organização não governamental Stop Hate for Profit, importantes marcas
passaram a redirecionar suas verbas de anúncio para outras mídias digitais,
como o Google.
O
problema disso é que a única forma de monetização do Facebook é com anúncios.
Funciona assim: os usuários podem usar a rede social gratuitamente, mas em
troca disso permitem ter seus interesses analisados pela rede social. As
empresas podem anunciar um produto para as pessoas de acordo com seus
interesses, hábitos e preferências (por isso eu costumo dizer que na internet,
o que é gratuito, a mercadoria é você). Isso não é negativo, pois os dados são
usados apenas para o direcionamento de anúncios mais segmentados para o melhor
público.
E
é aí que o Facebook sai perdendo: se os grandes anunciantes saem, as
possibilidades de monetização ficam menores. Por enquanto, marcas brasileiras
seguem apenas analisando a situação, enquanto marcas globais suspenderam o
direcionamento de verba publicitária para o Facebook, como: Coca-Cola,
Heineken, Microsoft, Volkswagen, Nívea, Starbucks e outras mais de 400 marcas.
Este
protesto fala muito sobre a sociedade, e sobre como o Facebook lida com os
discursos de ódio racial disseminados na rede social, e também com as famosas
fake news.
Além
de deixar de lucrar com estes anunciantes, a decisão ainda deixa a empresa com
um gigante prejuízo: as ações caíram mais de 8%, o que resulta em mais de R$
300 bilhões do seu valor de mercado.
O
Facebook conta com a ajuda da inteligência artificial para banir a disseminação
deste tipo de conteúdo falso e promovendo o ódio racial, o que, de acordo com a
empresa, consegue filtrar 90% disso tudo. Algoritmos são programados para que
nenhum conteúdo como estes, bem como os de nudez ou propagando informações de
armas e drogas, sejam mostrados.
Maria
Carolina Avis - professora do curso de Marketing Digital do Centro
Universitário Internacional Uninter
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