O
momento é difícil. Não só para o Brasil, mas também para o mundo. Se até as
grandes empresas já fazem previsão de retração, a situação das pequenas e do
trabalhador pessoa física é ainda mais complicada. Quem trabalha com comércio
se vê fechando as portas. Quem é autônomo, se vê sem serviço. Já quem tem
carteira assinada se vê obrigado a tirar férias ou teme perder o emprego. “Em
um cenário assim, a tendência é se desesperar e agir por impulso, o que é um
perigo”, garante Victor Loyola, empresário do mercado financeiro e cofundador
da Consiga+, empresa de crédito consignado privado.
Com
quase 25 anos de experiência no mercado de crédito, Victor explica que as
pessoas devem aproveitar o período de isolamento social para se planejar
financeiramente. “Não temos a cultura de educação financeira aqui no país.
Muita gente não sabe quanto ganha e quanto gasta. Esse pode ser um momento para
colocar tudo no papel e entender, de fato, como será possível encarar os
próximos meses, que podem ser difíceis por conta da crise global provocada pelo
coronavírus”, aconselha.
O
passo inicial é anotar todos os gastos. Se não conseguir fazer isso com tudo,
diariamente, a opção é deixar registrado pelo menos aqueles fixos como conta de
luz, água, aluguel, celular… Aquilo que compromete sempre parte do orçamento. A
partir daí, já é possível saber que apenas o que sobrar poderá ser usado para
lazer ou para a compra de algo supérfluo. Ainda seria bom guardar uma parte do
dinheiro para criar um fundo de emergência, exatamente para situações como a
que pode ser que venhamos a viver em breve.
Se o
cenário exigir a busca por um empréstimo, o especialista alerta para a
necessidade de cautela. “A recomendação é que a pessoa pense como fará para
quitar isso no futuro, e tome um valor que não vá comprometê-la tanto
amanhã". De acordo com Victor, a necessidade é para que ninguém passe de
"endividado" para "inadimplente". Por isso, a importância
de se atentar às condições do empréstimo, às prestações e juros.
O
cofundador da Consiga+ lembra, ainda, que manter o nome limpo é a primeira
premissa para que as pessoas consigam tomar crédito com taxas de juros mais
baixas. “Mesmo no caso do crédito consignado privado, que já tem taxas baixas e
está disponível a negativados, o nome limpo colabora para que a taxa seja a
menor possível”. A recomendação, então, é que as pessoas pensem antes de
recorrer a empréstimos e, se forem precisar de crédito, já elaborem um
planejamento para absorvê-lo aos gastos nos meses seguintes.
Um
último ponto de atenção é com o limite do cartão de crédito, que tende a ser o
mais usado por já estar sempre à mão, mas tem taxas muito altas comparado a
outras formas disponíveis no mercado. O cartão de crédito gera a ilusão do
gasto sem pagamento. O limite do cartão é sempre maior do que o salário, o que,
num primeiro momento, causa até certo alívio, que termina quando chega a
fatura. “Isso acontece porque a maioria das pessoas utiliza o cartão de crédito
para pagar despesas do dia a dia e contas muito pequenas, como um cafezinho,
por exemplo. O ideal é usar o cartão dentro de um limite que é o percentual de
sua renda”, conclui Victor.
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