Dores podem ser causadas por simples má-postura até uma doença mais grave, como hérnia de disco ou tumor. Diagnóstico correto é essencial
“Trata-se de um problema grave e incapacitante. As dores nas costas e as doenças da coluna afetam mais de metade da população. Na maioria das vezes, as causas são sobrepeso, sedentarismo, tabagismo, má postura como a posição do pescoço dobrado para ver smartphone, ou ainda sobrecarga (pessoas que carregam muito peso). Porém, as dores podem indicar doenças mais graves. Uma delas, bastante comum é a hérnia de disco”, diz o neurocirurgião Victor Vasconcelos.
Importante, então, segundo Dr. Victor, é ter a avaliação de um médico, que identificará a causa das dores. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que que lombalgia é a segunda maior causa de visita aos consultórios médicos, perdendo apenas para dor de cabeça. “Porém, sabemos também, que antes de ir ao médico muita gente faz automedicação, o que pode esconder doenças como a própria hérnia de disco ou até um tumor”, comenta.
Os sinais de gravidade, de acordo com Dr. Victor incluem detalhes sobre a dor que o médico irá estudar, como irradiação para os membros, perda da força, tempo da dor, variação conforme a posição do corpo, alteração da sensibilidade, choque, formigamento e até dificuldade para urinar. “Quem se automedica trata apenas um sintoma e não a causa do problema”, enfatiza.
Caso não seja identificada nenhuma doença, o tratamento vai incluir, principalmente mudança de hábitos, como a prática de exercícios físicos regularmente, exercícios laborais e a utilização de mobiliário adequado no trabalho. Além, é claro, de atenção com a postura ao usar o aparelho celular e aos demais fatores de risco como o sobrepeso.
Mas e se for hérnia de disco ou outra doença?
Quando o diagnóstico aponta hérnia de disco, Dr. Victor comenta que nem sempre o tratamento é cirúrgico. “É uma doença que acomete de forma mais prevalente pessoas entre 30 e 50 anos e pode ser resultado de predisposição genética associados aos fatores apontados acima, principalmente o sobrepeso. A hérnia é resultado do desgaste dos discos intervertebrais, que, fragilizados, permitem a saída do seu conteúdo interno no sentido dos nervos, comprimindo as raízes nervosas que emergem da coluna. Pode provocar dor intensa”, diz.
O tratamento na maioria das vezes consiste no uso de medicamentos para controle de dor e pode não necessitar de cirurgia. Outros tratamentos incluem o chamado bloqueio da dor. “O bloqueio – ou infiltração – é feito com medicamentos, com o objetivo de aliviar a dor, melhorar a qualidade de vida e ajudar o paciente a retomar suas atividades produtivas”, acrescenta. Porém, caso sejam necessárias intervenções cirúrgicas maiores, técnicas minimamente invasivas possibilitam que o paciente geralmente tenha alta no mesmo dia ou no dia seguinte da cirurgia. O pós-operatório geralmente não é limitante como no passado, nem envolve dor importante ou longos períodos de convalescência”, afirma.
Outro problema que poderá precisar de cirurgia é a degeneração relacionada à idade. “À medida que envelhecemos aumenta o desgaste das articulações e dos discos da coluna vertebral, que se tornam incompetentes para suportar a carga e os esforços diários, por vezes resultando numa compressão no trajeto por onde passam nervos no interior da coluna vertebral. Isso pode causar muita dor. O processo degenerativo é um problema que cresce a cada dia devido ao aumento da expectativa de vida da população”, comenta.
Victor Vasconcelos - neurocirurgião especializado em patologias do crânio e da coluna, com ênfase no tratamento de tumores cerebrais e neurocirurgia minimamente invasiva. É especializado pela universidade americana (Ohio State University) em cirurgia endoscópica minimamente invasiva. Atua como neurocirurgião do Hospital Boldrini e do Instituto Radium de Oncologia. Ele compõe o corpo clínico credenciado para cirurgias em hospitais referência de Campinas e de São Paulo e é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. http://neurocirurgiacampinas.com.br/
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