Além do
colorido das festas de fim de ano, Dezembro ganha uma cor especial:
o laranja. A coloração remete ao sol e vem para lembrar a importância da
proteção contra o câncer de pele. O Brasil é um país tropical com alta taxa de
incidência solar ao longo do ano, o que favorece o desenvolvimento da doença.
Segundo o
Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tipo não melanoma é o mais frequente no
Brasil, representando 30% de todos os tumores malignos registrados no país.
Apesar da alta incidência, a boa notícia é que possui grande percentual de
cura, se diagnosticado e tratado precocemente. Dentro desse tipo, a doença pode
surgir nas células basais (Carcinoma Basocelular – CBC) ou nas escamosas
(Carcinoma Espinocelular ou Epidermóide – CEC).
Já o
melanoma, que se origina nas células produtoras de melanina, representa 3% das
neoplasias e é o tipo mais grave, podendo se espalhar para outros órgãos. Se
descoberto no início, as chances de cura são boas.
Segundo a
dermatologista do Hospital do Câncer Anchieta, Dra. Letícia Motta, os pacientes
com maior risco para desenvolvimento dos tipos não melanomas são os de olhos e
pele clara, acima de 40 anos, com histórico de exposição crônica à radiação
ultravioleta, portadores de cicatrizes ou inflamações crônica e em contato
contínuo com químicos, tais como arsênico e alcatrão.
Sobre os
fatores que elevam o risco de melanoma, a médica explica que além da pele clara
e a imunossupressão, também relacionadas aos demais tipos, há o histórico
familiar e pessoal de melanoma, possuir pintas ou sardas em grande quantidade,
antecedentes de queimaduras solares e doenças de defeito no reparo do DNA, como
xeroderma pigmentoso.
Quais
áreas do corpo são as mais afetadas? “Em relação aos tipos não melanomas, as
áreas mais sensíveis são as expostas à luz de forma crônica como face, tórax e
antebraços. Quanto ao melanoma, em homens é mais comum no tronco; em mulheres,
nas pernas. Apesar de haver áreas mais suscetíveis, devemos lembrar que o
melanoma pode surgir em qualquer lugar, incluindo região palmar e plantar, e
até mesmo em mucosas e unhas”, explica Dra. Letícia.
Sintomas
De acordo
com a dermatologista, os principais sinais de alerta para não melanoma são as
feridas que não cicatrizam, lesões que sangram com facilidade ou de crescimento
rápido.
As lesões
suspeitas de melanoma estão relacionadas a pintas assimétricas, com bordas
irregulares e cores diferentes, maiores do que 5 mm e crescimento rápido. “Geralmente
são castanhas, mas em casos mais raros podem ser róseas ou cor da pele.
Cuidado, pintas novas ou que apresentam mudanças nas características são sinais
importantes para procurar um dermatologista”, indica a médica.
Diagnóstico
Geralmente
é feito pelo dermatologista, após entrevista e exame físico completo. “Durante
a consulta, todas as lesões e pintas são avaliadas com o auxílio do
dermatoscópio, aparelho que amplia as lesões, permitindo ao profissional
avaliar as características sugestivas de malignidade. Quando ocorre a suspeita,
é solicitada a biópsia para concluir o diagnóstico definitivo”, esclarece Dra.
Letícia.
Tratamento
Os do
tipo não melanoma são tratados por meio da retirada completa. No caso de
pacientes que não possam realizar cirurgia, o médico responsável avalia quais
são as alternativas disponíveis para o caso. “O paciente que já apresentou um
tumor de pele anterior tem maior risco de novas lesões ao longo da vida, por
isso, continuar o acompanhamento com o dermatologista é fundamental”, enfatiza
a médica.
No caso
do melanoma, após ser feito o diagnóstico, é realizado o estadiamento por meio
de exames complementares que indicam o grau de evolução da doença. As formas de
tratamento variam conforme as características do tumor e seu estado evolutivo:
lesões detectadas precocemente são submetidas a retirada com ampliação das
margens; nos casos mais avançados, avalia-se o uso de quimioterápicos,
radioterapia, imunoterapia ou terapia alvo.
Previna-se!
• Aplique
filtro solar de 3 em 3h, diariamente, com fator de proteção de no mínimo 30
• Evite
exposição solar em períodos de maior intensidade de radiação (entre 10h e 16h)
• Use
proteção física, tais como chapéu e camiseta
• Faça o
autoexame periodicamente: examine sua pele à procura de novas manchas ou pintas
que possam ter alterado seu aspecto
• Visite
um dermatologista a cada 6 meses ou um ano para uma avaliação mais detalhada
das pintas
• Em caso
de histórico pessoal ou familiar de melanoma, procure o dermatologista para
realizar o mapeamento corporal. O objetivo do exame é obter registros
periódicos, a cada 3 meses, 6 meses ou 1 ano, a depender das características
das pintas, com a finalidade de detectar modificações por vezes discretas, mas
importantes para o diagnóstico precoce
•
Proteja-se mesmo em dias nublados ou sem exposição direta ao sol
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