Leite materno deve ser oferecido até os 2 anos de
idade ou mais
Além de ser o principal, e único necessário,
alimento de um recém-nascido, o leite materno traz uma série de benefícios
tanto para a criança quanto para a mãe, sendo indicado até os 2 anos de idade
ou mais. Ele colabora na prevenção de doenças e ajuda no desenvolvimento do
pequeno. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de seis milhões de
vidas são salvas a cada ano por conta do aumento das taxas de amamentação
exclusiva.
De acordo com a médica pediatra, Ana Fonseca, o
ideal é que a amamentação seja iniciada ainda dentro da sala de parto, desde
que a criança tenha nascido bem.
Para o bebê, a amamentação traz um maior contato
com a mãe, melhora a imunidade, é de fácil digestão, ajuda a desenvolver
a inteligência, reduz o risco de doenças alérgicas, diminui as chances de
desenvolver doenças como a de Crohn e linfoma, estimula o desenvolvimento
correto da arcada dentária e previne doenças contagiosas, como a diarreia. “A
mamãe também acaba ganhando com tudo isso. O sangramento pós-parto diminui e a
perda de peso é acelerada”, comenta ressaltando, ainda, a redução da incidência
de câncer de mama, ovário e endométrio e doenças cardiovasculares, como
infarto.
Ana chama a atenção para algumas práticas, até
então tidas como comuns, mas que acabavam tomando o lugar da amamentação e
colaboram com quadros de diarreia. “Há fortes indícios de que o leite materno
protege contra a diarreia. Contudo essa proteção pode diminuir quando o
aleitamento materno deixa de ser exclusivo. Oferecer à criança amamentada água
ou chás, prática considerada inofensiva até pouco tempo atrás, pode dobrar o
risco de diarreia nos primeiros seis meses de vida”, comenta a pediatra
destacando que o leite materno também auxilia no combate à desidratação.
Ela enfatiza também as melhoras de infecções
respiratórias. “Temos diferentes estudos que mostram a proteção do leite
materno contra doenças respiratórias, como bronquite, fora as otites.”
As chances de obesidade também são mínimas quando
a criança é amamentada, assim como há evidências na contribuição para o
desenvolvimento cognitivo. “A maioria dos estudos conclui que as crianças
amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto, principalmente as com baixo peso
de nascimento.”
Fora o maior vínculo com o filho, entre todos os
benefícios que a amamentação também traz para a mãe, Ana pontua a proteção
contra o câncer de mama. “Já está bem estabelecida a associação entre
aleitamento materno e redução na prevalência de câncer de mama. Pesquisas mostram
que o risco de contrair a doença diminua 4,3% a cada 12 meses de duração de
amamentação.”
A médica adianta que, nos primeiros meses, o bebê
ainda não tem uma capacidade gástrica grande, o que ocasiona mamadas de pouco
volume e, consequentemente, curtos intervalos, mas, com o tempo, ele acaba
conseguindo mamar maior quantidade e ficar satisfeito por mais tempo, sendo
capaz de fazer, inclusive, pausas noturnas maiores. “A melhor posição para
amamentar é aquela em que a mãe e o bebê se sintam confortáveis. Deve prazerosa
para a mãe e para o bebê, que deve estar virado para a mãe, bem junto de seu
corpo, apoiado e com os braços livres. A cabeça do bebê tem de ficar de frente
para o peito e o nariz na frente do mamilo. Só coloque o bebê para sugar quando
ele abrir bem a boca. Quando o bebê pega bem o peito, o queixo encosta na mama,
os lábios ficam virados para fora, o nariz fica livre e aparece mais aréola
(parte escura em volta do mamilo) na parte de cima da boca do que na de baixo.
Deixe-o mamar até que fique satisfeito. Espere que ele esvazie bem a mama e
então ofereça a outra, se ele quiser. Na próxima mamada, inicie por aquela mama
que ainda não havia sido esvaziada por completo.”
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