Em 17 de Novembro é celebrado o Dia Nacional de
Combate à Tuberculose. A data chama atenção para a importância de se
pensar estratégias de enfrentamento da doença que figura entre as 10 principais
causas de morte no mundo, de acordo com o Ministério da Saúde. Ainda segundo o
órgão, foram registrados no país 72 mil novos casos da doença em 2018.
O Brasil está entre os países com mais casos da
enfermidade, que é transmitida pelo ar e pode atingir todos os órgãos do corpo,
especialmente os pulmões. “O indivíduo sintomático com
a tuberculose nos pulmões, ao tossir, espirrar ou falar, espalha no
ambiente gotículas contaminadas, que podem sobreviver, dispersas no ar, por
horas, desde que não tenham contato com a luz solar”, explica o infectologista
do Hospital Anchieta, Dr. Manuel Palácios.
Sintomas
O principal sintoma da tuberculose é a
tosse seca. Além dela, outros sinais podem ser indicativos da doença, como a
febre vespertina, a sudorese noturna, o emagrecimento e a fadiga. É recomendado
que indivíduos que apresentam tosse por três semanas ou mais sejam investigados
para tuberculose.
“Nas crianças, é comum o comprometimento
ganglionar mediastínico e cervical (forma primária). Nos adultos, a forma
pulmonar é a mais frequente. Pode afetar qualquer órgão ou tecido, como pleura,
linfonodos, ossos, sistema urinário, cérebro, meninges e olhos. A forma
extrapulmonar é mais comum nos hospedeiros com pouca imunidade, surgindo com
maior frequência em crianças e indivíduos com infecção por HIV”, esclarece o
especialista.
Diagnóstico
O diagnóstico depende de qual órgão a doença se
instala. No caso da tuberculose pulmonar, por exemplo, é realizado
por meio de testes no escarro, tais como a baciloscopia e testes moleculares –
que permitem até saber se o bacilo é resistente a alguns medicamentos
utilizados no tratamento. Já quando atinge outras localidades, podem ser feitas
biópsias de tecido ou gânglios, baciloscopia em outros líquidos ou secreções.
“O teste intradérmico (PPD) só serve para determinar se a pessoa teve contato
com o bacilo no passado, e não deve ser utilizado isoladamente para fazer
diagnóstico”, alerta o Dr. Manuel Palácios.
Prevenção e tratamento
A vacina BCG é a forma indicada para prevenir a
doença. A recomendação é imunizar as crianças ao nascer ou no máximo até 4
anos, 11 meses e 29 dias. Ela protege contra as formas mais graves da doença:
miliar e meníngea. A imunidade não é duradoura, tendo como tempo máximo de um
ano, e por este motivo não se faz de rotina para indivíduos maiores de um ano.
Além da vacina, o médico destaca a importância de
outras ações preventivas. “É importante evitar locais com aglomeração de
pessoas sintomáticas respiratórias (pessoas que tem tosse há mais de duas
semanas). Em caso de ser contato de pessoa diagnosticada
com tuberculose pulmonar (mora na mesma casa ou fica mais da metade
do dia em contato com a pessoa doente), recomenda-se pesquisa com teste PPD
(intradermorreação) e quando “reator”, deverá tomar quimioprofilaxia com Isoniazida
por seis meses”, conclui Dr. Manuel.
O tratamento dura em média seis meses e deve ser
concluído para garantir a cura, apesar da melhora dos sintomas aparecer logo no
início. A interrupção antes de encerrar o ciclo completo pode levar à
resistência aos antibióticos ou, em caso de complicações, ao óbito.
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