À medida que as pessoas envelhecem, elas podem
perder a densidade mineral óssea, o que resulta em perda óssea na face
Os
ossos faciais dos adultos negros mantêm maior densidade mineral à medida que
envelhecem do que o de outras raças, resultando em menos alterações em sua
estrutura facial, aponta um estudo, publicado no JAMA Facial Plastic Surgery.
O
trabalho é o primeiro a documentar como os ossos faciais mudam à medida
que os negros envelhecem. Os resultados sugerem diferenças significativas na
idade dos ossos faciais entre as raças, o que pode afetar a maneira como os
cirurgiões plásticos abordam o rejuvenescimento facial. Cerca de 16% dos
adultos negros buscam procedimentos cosméticos - o dobro dos brancos.
“É
importante que os cirurgiões plásticos compreendam como o processo de
envelhecimento facial difere entre os grupos raciais e étnicos para fornecer o
melhor tratamento a cada paciente”, afirma o cirurgião plástico Ruben
Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.
Envelhecimento facial
Segundo
Ruben Penteado, a idade do rosto é determinada por uma combinação de alterações
na pele, nos músculos, na gordura e nos ossos que ocorrem naturalmente à medida
que as pessoas envelhecem. “No entanto, a maioria dos procedimentos de
rejuvenescimento facial historicamente se concentrou nos tecidos moles, usando
tratamentos como lifting facial e preenchimentos injetáveis”, diz o médico.
À
medida que os ossos mudam, eles afetam os tecidos moles ao seu redor,
resultando em diminuições percebidas no volume facial. Os tratamentos estéticos
devem considerar a estrutura óssea subjacente. “À medida que as pessoas
envelhecem, elas podem perder a densidade mineral óssea, o que resulta em perda
óssea. Na face, essa perda pode afetar o formato do nariz, a área da mandíbula
inferior, as maçãs do rosto e as áreas média e inferior das órbitas oculares”,
explica Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica.
O que diz o novo estudo
Para
entender como os ossos faciais envelhecem em adultos negros, os pesquisadores
analisaram os prontuários médicos de 1973 e 2017, de 20 pacientes negros - 14
mulheres e seis homens, entre 40 e 55 anos - que realizaram, pelo menos, duas
tomografias computadorizadas, tiradas em média há uma década, sem nenhuma
intervenção cirúrgica autorreferida.
Enquanto
as imagens comparativas mostraram uma mudança significativa nos ossos faciais,
ao longo do tempo, nos pacientes negros, essas alterações foram menores em
comparação com estudos semelhantes sobre a população branca envelhecida. Este
achado reflete outros estudos que mostram que adultos negros têm maior
densidade mineral óssea, menores taxas de perda óssea e menores taxas de
osteoporose em comparação com a população em geral.
Estudos
anteriores sobre como a idade dos ossos faciais ignoraram a raça ou se limitaram
aos brancos. Estudos em grupos étnicos focaram mais nas diferenças na
composição da pele do que nas alterações ósseas.
Outros
estudos mostraram que a população caucasiana apresenta alterações ósseas mais
significativas ao longo de uma década, especialmente na parte inferior da testa
e no maxilar superior, do que o grupo de pacientes negros deste estudo. “Uma
vez que essa população pode experimentar menos perda óssea no meio da face do
que os caucasianos, o estudo sugere que a perda óssea do volume pode não
contribuir tanto para a aparência do rosto envelhecido na população negra”, diz
Ruben Penteado.
Centro
de Medicina Integrada
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