Os pais de prematuros necessitam do apoio da
família e de amigos. Se você conhece uma família com um bebê na UTI neonatal,
seja solidário, demonstre amor!
Ter
um bebê prematuro para muitas famílias é desolador, assustador, difícil,
triste, traumático e algo que ninguém merece experimentar. Mas os pais dos
prematuros também sabem coisas que os outros pais não sabem. Eles sabem que,
apesar da dor, da luta, das lágrimas e das noites sem dormir, ter um bebê
prematuro é uma experiência transformadora.
“As
mães dos prematuros conhecem a perda. A perda do sonho de uma gravidez
saudável, a perda do sonho de carregar uma grande barriga de grávida, a perda
do sonho de ver um bebê nascendo aos nove meses, gritando e chorando...
Experiências que elas pensavam que iam compartilhar com as outras mães. Os pais
dos prematuros sabem mais sobre o medo e o desamparo, sobre o querer
desesperadamente ajudar seus filhos, sobre o desejar fazer qualquer coisa para
eles possam ir para casa. Eles sabem o que é imaginar o futuro e saber que
talvez ele possa ser muito mais difícil do que jamais pudessem imaginar”,
afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).
Os
pais dos prematuros também sabem outras coisas:
·
Eles
sabem o que é olhar para um bebê incrivelmente minúsculo com olhos que podem
ainda não estar abertos, ligado a máquinas, e honestamente sentir um amor
imenso e ainda acreditar que ele é o ser mais lindo que jamais existiu;
·
Eles
sabem o que é e como encontrar alegria nos marcos mais ínfimos, como pequenos
ganhos de peso ou vestir roupas (finalmente!) pela primeira vez;
·
Eles
sabem o quanto o contato pele a pele, por horas a fio, é importante para o bebê,
assim como o leite materno, desde os primeiros momentos de vida;
·
Eles
sabem, mais do que ninguém, que cada etapa é uma celebração.
“Há
uma enorme variação no desenvolvimento dos prematuros, e alguns pais têm mais
facilidade para lidar com isso do que outros. Alguns vão lutar mais e ter um
caminho mais complicado. A única coisa que médicos, enfermeiros, familiares,
amigos e todas as outras mães e pais do mundo podem verdadeiramente entender é
que quando eles olham para seus filhos prematuros, esses pais enxergam
guerreiros, bebês que lutaram mais e superaram mais obstáculos do que qualquer
um poderia ter imaginado”, diz o médico.
Coisas que todo pai de prematuro precisa saber
Ninguém
planeja se tornar pai de uma criança frágil. Quando um bebê nasce prematuramente,
a maioria dos pais está também despreparada para uma longa internação numa
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Crianças
em UTI’s neonatais são muitas vezes tão frágeis que não podem ser carregadas,
alimentadas, vestidas ou receber banhos, carinhos, afagos... Os pais, muitas
vezes, se sentem impotentes e desamparados. O pediatra Moises Chencinski lista
algumas dicas que podem orientar os pais nesses primeiros momentos:
1.
Você é parte integrante da equipe de cuidados permanente
do prematuro.
“Os pensamentos, sentimentos e observações dos pais do prematuro são
extremamente importantes. Fale respeitosamente. Pergunte. Exprima suas
preocupações. Compartilhe o que é importante para você. Se você sente
fortemente que algo é melhor para o bebê, converse com a equipe”, orienta o
médico;
2.
Prematuros precisam de leite materno fresco. “Prematuros devem
receber uma dieta 100% composta por leite materno. Leite materno fresco pode
salvar a vida de bebês frágeis. As mães devem começar a bombear o mais rapidamente
possível. Para estabelecer e manter sua produção de leite, toda mãe de
prematuro precisa de apoio - de seu parceiro, da família, do obstetra, do
pediatra, do consultor de lactação, da equipe de cuidados do bebê. Quando o
leite materno da mãe não está disponível, o leite materno pasteurizado de
doadoras é a segunda melhor opção. As
fórmulas aumentam o risco de um prematuro desenvolver enterocolite
necrosante neonatal”, diz o pediatra,
que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da
Sociedade de Pediatria de São Paulo;
3.
Você sabe o que é melhor para o seu bebê, mesmo
prematuro.
“Aprenda a observar bem o seu bebê. Os prematuros podem tornar-se gravemente
doentes rapidamente. Você pode saber antes de mais ninguém quando algo
simplesmente não está certo. Se você sentir que algo não está certo, expresse
suas preocupações e verifique se elas têm fundamento”, orienta o pediatra.
Chencinski sugere que os pais prestem atenção aos sinais sutis de que algo pode
estar errado:
·
Barriga
anormalmente dilatada;
·
Instabilidade
da temperatura (temperatura do corpo muito alta ou muito baixa);
·
Sangue
nas fezes;
·
Fraldas
secas frequentes;
·
Quantidades
frequentes ou grandes quantidades de vômito;
·
Prisão
de ventre;
·
Estado
letárgico ou não tão sensível;
·
Dificuldades
ou alterações para respirar.
4.
Aprenda a carregar o seu prematuro. “Pergunte aos
enfermeiros como aplicar apropriadamente o Método
Canguru. Prematuros precisam sentir o toque dos pais. Quando você não
puder ser o canguru do seu bebê, leia em voz alta para ele”, diz Chencinski;
5.
Preste atenção aos detalhes. “Mantenha um diário,
documentando rotinas de cuidados com o bebê, seu comportamento, bem como seus /
suas contrariedades e realizações. Anote seus pensamentos e perguntas. Tome
notas. Não transfira a responsabilidade de cuidar do bebê para a equipe do
hospital. Eles são humanos e cometem erros. Se você não perceber os erros, é
possível que ninguém mais o faça”, observa o pediatra;
6.
Torne-se o especialista do seu prematuro. “Leia e aprenda tudo
o que você precisa saber sobre a saúde ou a condição do seu prematuro. Aprenda
a linguagem empregada nas UTI’s neonatais e as melhores práticas. Se você não
tiver certeza de onde encontrar informações credíveis, pergunte à equipe de
atendimento do seu bebê. Estenda a mão para outras famílias nas UTI’s
neonatais. Seja solidário com as famílias na mesma situação que a sua. Busque
outras instituições, neonatologistas ou pesquisadores se você tiver perguntas
específicas que a equipe de cuidado do seu bebê não pode responder”, recomenda
Moises Chencinski;
7.
Você é a voz de seu bebê. “Não deixe que
ninguém o intimide ou o envergonhe por ser defensor do seu bebê. Você não é
chato. Você não vai colocar em risco a vida do seu bebê. Seu bebê precisa de
você para falar por ele / ela, respeitosamente, sempre”, destaca o pediatra;
8.
Crie um refúgio de paz e cura. “Deixe para trás as frustrações
e medos para que você possa estar presente e em sintonia com o seu bebê. Sorria
para o seu bebê. Cante para seu bebê. Traga um cobertor especial de casa.
Pendure fotos de família perto dele. Toque uma música suave. Comemore os
menores avanços”, orienta o médico;
9.
Não deixe a sua vida de lado. “Ter um bebê numa
UTI neonatal é desgastante. Uma internação numa UTI neonatal pode parecer que
nunca vai acabar, mas vai. E você nunca vai ter esse tempo de volta, portanto,
viva esse momento plenamente, sem arrependimentos. Leia livros especiais para o
seu bebê. Tire fotos, faça vídeos com o seu bebê, mesmo se ele / ela estiver
gravemente doente. Saboreie cada fase com o seu bebê. Tragicamente, a perda do
bebê é uma coisa real para muitas famílias nas UTI’s neonatais. Se você já
experimentou esta trágica perda, busque apoio”, afirma Moises Chencinski.
Moises Chencinski
http://www.drmoises.com.br
Email: fale_comigo@doutormoises.com.br
Fanpage: https://www.facebook.com/tudosobrepediatria
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