Guilherme de
Almeida Prado, fundador da Konkero, maior portal de finanças pessoais do
Brasil, aponta que a competitividade dos principais players do mercado de meios
de pagamento no Brasil - Rede, GetNet e Cielo - terá um grande impacto na
economia. Com a redução de prazo de pagamento ao lojista e da taxa de juro
cobrada, o varejista passa a ter mais capital de giro; o valor antes pago para
antecipar pagamentos, por exemplo, pode virar recursos para investir no
negócio. Em 2018 foram movimentados R$ 965 bilhões com cartões de crédito (https://www.abecs.org.br/indicadores-graficos).
A isenção das taxas para antecipar o pagamento das
vendas por cartões de crédito é o novo frontda “guerra das maquininhas” e tem
movimentado os principais playersdo mercado nacional de meios de
pagamento. As maiores empresas do setor – Rede, GetNet e Cielo – anunciaram a
redução do prazo de pagamento ao lojista (antecipação de recebíveis) e da taxa
de juro cobrada. A medida é uma tendência global, de acordo com Guilherme de
Almeida Prado, mestre em Administração de Empresas pela FGV. No mundo, o prazo
de pagamento aos lojistas é de dois dias, o chamado D+2; a operação de
pagamento após um mês é uma “jabuticaba”, ou seja, só ocorre no Brasil.
Na visão de Almeida Prado, a “guerra das
maquininhas” vai ter impacto positivo enorme na economia – sobretudo pelo
tamanho do mercado nacional de meios eletrônicos de pagamento. De acordo com a
Associação das Empresas Brasileiras de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs) as
vendas com cartão de crédito somaram R$ 965 bilhões. “Para se ter uma ideia,
apenas a Cielo movimentou R$ 364 bilhões em transações com cartões de crédito em
2018, de acordo com dados da própria empresa. Desses, a Cielo antecipou R$ 59
bilhões, gerando uma receita para empresa de R$ 1,5 bilhão. O que estamos
falando é que parte desses R$ 60 bilhões que a companhia antecipou em 2018, vai
virar capital de giro para as empresas esse ano. E boa parte dessa receita de
R$ 1,5 bilhão (Cielo) será transferida para os varejistas e empresas que vendem
com cartão”, analisa Almeida Prado.
“O cenário é muito favorável, sobretudo para um
comerciante que recebia em 30 dias e passa a contar com a opção de receber à
vista sem arcar com os custos com a antecipação. Esse valor, antes gasto para
antecipar, pode ser investido no negócio. Para quem não antecipava, o negócio
passou a ter capital de giro liberado na hora”, avalia. De acordo com o
especialista, no exemplo de um restaurante por quilo, que fatura R$ 100 mil, se
30% das vendas são feitas a crédito, esse empreendedor recebia R$ 30 mil
somente em 30 dias. Agora, passa a ter essa soma à vista. Se esse mesmo
restaurante antecipava esses R$ 30 mil a 5% ao mês, ele vai deixar de gastar
aproximadamente R$ 1.500,00 com a antecipação. É um dinheiro a mais que vai
“surgir” todo mês para o empreendedor investir no seu negócio.
Segundo o especialista, essa “guerra das
maquininhas” é resultado do amadurecimento do setor financeiro nacional; das
novas regulações do Banco Central; e do impacto que a tecnologia causou à essa
indústria. “A competição está gerando prazos mais curtos para recebimento,
taxas de juro do rotativo mais baixas e intercâmbio mais baixo. De um mercado
com poucos atores – bancos, majoritariamente –, passamos a ter diversos novos
players”, finaliza.
Konkero
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