Apoiar
mão na mandíbula, mascar chiclete e morder tampa de caneta podem desenvolver
disfunção temporomandibular
Segundo a Associação Brasileira de Odontologia,
aproximadamente 40% das pessoas sofrem com disfunções temporomandibulares
(DTM), importantes fatores no desenvolvimento dos distúrbios são causados por
hábitos parafuncionais, ou seja, manias do dia-a-dia, como apoiar a mão na
mandíbula, colocar objetos como lápis e caneta na boca, mascar chiclete, roer
as unhas, remover cutículas com os dentes, chupar o dedo e apoiar a mão sobre o
queixo enquanto dorme, podendo causar microtraumatismos articulares.
Esses vícios podem causar pressões inadequadas na
articulação e resultar em possíveis disfunções, porém, o distúrbio também pode
se desenvolver por atos involuntários ou fatores emocionais. “O distúrbio pode
ocorrer por estresse, ansiedade, ou até mesmo pode ser considerado como um ato
involuntário, e é mais incidente durante o período de sono. Por esse motivo, há
uma dificuldade do próprio paciente notar o transtorno. Traumas e fatores
genéticos também podem fazer que a DTM se desenvolva”, alerta a fisioterapeuta
Fabiana Oliveira, especialista em dor orofacial e ATM.
A DTM pode gerar sintomas como dores locais e crônicas,
sensibilidades na região orofacial, cansaço no rosto, inchaço, tensões,
dificuldades ao abrir a boca e zumbidos nos ouvidos. “Os sintomas da DTM
são muito confundidos com outras condições, por estarem localizados na região
da face. Comumente é confundida com dores de cabeça, dores de ouvido ou dente.
Por isso, quando as dores são persistentes, é importante buscar um profissional
especialista em Dor Orofacial e DTM, para um diagnóstico preciso”, destaca
Fabiana.
O tratamento inicial é baseado em procedimentos que
envolvem dedicação do paciente, ou seja, mudança de hábitos e autocuidados,
outros tratamentos denominados como conservadores e reversíveis incluem
exercícios mandibulares, conhecidos como terapias de suporte, termoterapia,
farmacoterapia e os dispositivos inter-oclusais (placas oclusais). A diferença
entre os dois é que o conservador é menos invasivo, e o reversível possui
tratamentos que diminuem ao máximo a dor do paciente.
A fisioterapia é o tratamento mais recomendado pois não é
invasivo, repara a força e a função da articulação por meio de exercícios. É
importante a prática de atividades que controlam o estresse e que utilizam
técnicas de relaxamento para um resultado com mais eficácia. “Muitos pacientes
de DTM conseguem reverter o quadro e acabam nem precisando realizar uma
cirurgia, corrigindo os problemas e dores com a fisioterapia. Temos inúmeros
casos de sucesso com os exercícios fisioterápicos, além também de ser essencial
num pós operatório em casos já avançados”, finaliza Fabiana.
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