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Felinos vêm
conquistando cada vez mais espaço nos lares brasileiros, mas conhecer suas
particularidades é fundamental
Eles já foram vistos como divindades, mas também já
foram considerados vilões. Figuram na mitologia e nas superstições. Fazem
sucesso em desenhos animados, contos de fadas e filmes, sempre como personagens
inteligentes, misteriosos, sedutores e cheios de manias. As histórias e crenças
sobre os gatos são tantas que há até quem acredite que eles realmente têm sete
vidas.
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Associação Brasileira da
Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), constatou que já
existiam mais de 22 milhões de felinos nos lares brasileiros em 2013. E o mais
interessante: a população de gatos vem se multiplicando em maior proporção que
a dos cães.
Arranhadores
e brinquedos que imitam presas estimulam os felinos
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Os gatos realmente vêm conquistando cada vez mais
espaço nos lares e corações dos brasileiros, mas para ter um bichano é
fundamental conhecer suas peculiaridades. Por isso, confira as dicas da
veterinária do pet center HiperZoo, Samya Duarte Nossabein, e da
comportamentalista Natália Martins.
Fontes
mantêm a água em movimento e estimulam a ingestão de água pelos felinos
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1 –Tudo sob o seu controle
Gatos são controladores e sistemáticos. Gostam de
dominar o ambiente em que vivem, os objetos, outros animais e, inclusive, seus
tutores. “Qualquer mudança na casa pode estressá-los. Um novo membro na
família, uma visita e, até mesmo, a alteração de um móvel de lugar”, explica a
comportamentalista. O estresse pode ser tanto que o animal pode adoecer. Por
isso, o ideal é que as mudanças sejam feitas de forma gradativa. “Vai mudar os
móveis da sala? Mude primeiro um sofá. Dias depois, o outro. Posteriormente, as
mesas... Parece exagero para nós, mas para os gatos, faz bastante diferença”, completa.
Também adoram rotina e saber exatamente o que vai
acontecer. Horários fixos para comer, brincar e receber carinho, vão fazer com
que se sintam mais seguros. Até a mudança no horário de saída e chegada do
tutor, é percebida pelo gato.
E, por fim, são territorialistas. Sabe aquele
hábito de arranhar o sofá da sala ou os móveis mais próximos da entrada da
casa? São uma forma de mostrar, para potenciais intrusos, que aquele local tem
dono.
2 – Higiene
Os bichanos também prezam muito pela higiene. Fazem
suas necessidades nas caixas de areia, mas desde que estejam limpas. Do
contrário, podem evacuar no lugar errado ou segurar a urina. O tutor deve
procurar retirar as fezes e blocos de areia assim que possível e também
disponibilizar a quantidade de caixas de areia ideal: uma unidade a mais que o
número de gatos da casa. São três gatos? Quatro caixinhas de areia. Desta forma
o animal pode escolher uma caixa que não acabou de ser usada por um
companheiro. Ah! Pratos de água e comida devem estar bem longe do “toalete” ou
seu amiguinho simplesmente não irá se alimentar.
3 – Silêncio? Pode ser um alerta
Outro grande desafio para o tutor é perceber quando
o gato está com dor ou não está se sentindo bem. Os gatos escondem a doença, um
hábito instintivo ainda muito presente. Na natureza, seus ancestrais precisavam
disfarçar a dor ou a doença para não serem mortos por outros predadores que
disputassem o mesmo território ou alimento.
“É importante estar atento a qualquer mudança. Se o
gato ficar muito quieto, mais isolado, pode ser que algo não esteja bem”,
revela a veterinária. Agressividade ou vocalização diferente do normal, também
podem ser sinais de que algo não vai bem. Na dúvida, consulte um veterinário.
4 – Saúde
Assim como os cães, os cuidados básicos também são
fundamentais para o bem-estar dos bichanos. Vacinas anuais, vermífugos e
antipulgas administrados regularmente e check ups a cada seis meses ou um ano
fazem toda a diferença.
Duas doenças virais também costumam assombrar os
tutores de gatos. A FIV (vírus da imunodeficiência felina), também conhecida
como aids felina, é transmitida por meio de mordidas, arranhaduras, contato
sanguíneo, na gestação e amamentação. Já a FeLV (vírus da leucemia felina) é
transmitida por meio da lambedura direta ou contato com secreção salivar, como
no compartilhamento de pratos de ração e água, por exemplo. As duas
doenças não têm cura e afetam o sistema imunológico do gato.
Segundo a veterinária, o ideal é realizar exames
diagnósticos antes de receber um novo animal em casa e, também, não deixar que
o gato tenha acesso à rua, desta forma evitando contato com possíveis animais
infectados. Existem testes rápidos para avaliação das doenças, porém nem sempre
o resultado é fidedigno, pois outros fatores podem influenciar o resultado. De
qualquer forma, o mais indicado é realizar os exames conforme orientações do
médico veterinário.
Gatos também costumam sofrer com desconfortos
gástricos e vômitos de bolas de pelos, formadas no estômago devido a ingestão
de pelos durante a lambedura. Para amenizar o problema, o tutor pode apostar em
escovas que ajudam a retirar o excesso de pelos mortos e fazer usos de pastas,
rações e petiscos que auxiliam na eliminação de pelos ingeridos.
Doenças renais e cistites também são muito comuns.
Gatos não costumam ingerir água em quantidade suficiente, tanto pela anatomia
da língua, que não faz o movimento de concha para captar a água, como pelo
hábito da espécie, que na natureza se alimentava de presas vivas que supriam
também essa necessidade. Distribuir vários potes de água pela casa e investir
em fontes, que mantém a água em movimento e mais limpa, estimulam a ingestão de
líquido. Alimentos úmidos também são uma alternativa. Segundo a veterinária, a
cistite muitas vezes pode ser também consequência de um quadro de estresse.
5 – Segurança
Quem deseja ter um gato também deve investir em
segurança. Os bichanos são caçadores natos e não pensam duas vezes antes de
pular uma janela em busca de aventuras na rua. Telas nas janelas e placas de
identificação são itens básicos. Na rua, os gatos podem sofrer acidentes,
adquirir doenças e parasitas ou se machucar em brigas.
Caixa de transporte é outro item básico para os
passeios ou idas ao veterinário. Os bichanos se assustam facilmente e podem
fugir ou pular no tutor, se estiverem soltos dentro do carro.
6 – Enriquecimento ambiental
O ambiente que o gato vive deve conter acessórios
que o ajudem a gastar energia, suprir seus instintos de caça e estimular seu
cérebro. Brinquedos que imitem presas ou os façam se movimentar vão alegrar os
pequenos caçadores. Prateleiras ou móveis que os mantenham no alto são ideais
para que se sintam seguros e possam observar “suas presas”.
Brinquedos que dispensam ração e petiscos também
estimulam a atividade física e preservam o instinto de busca pelo alimento.
Penas e varinhas para balançar no ar, também são bem-vindos. E arranhadores,
para que possam afiar as unhas e demarcar território. O tutor deve optar por
modelos mais firmes e altos, nos quais o gato possa se esticar.
7 – Cheirinhos do bem
Alguns odores também podem colaborar para o
bem-estar dos peludos. O cat nip, uma erva da família das hortelãs, é apreciada
pela maioria dos gatos. Utilizada dentro de brinquedos ou borrifadas em
arranhadores e outros locais, atrai os bichanos e promove uma sensação de
bem-estar. “Alguns gatos chegam a sair saltitando contentes pela casa”, comenta
Natália. E vale ressaltar: a erva não vicia e não faz mal.
Os feromônios também são ótimos aliados do bom
comportamento felino. No mercado pet já é possível encontrar feromônios
sintetizados, como o facial, utilizado pelos gatos para marcar território nos
humanos ou objetos que gostam. Quando os gatos esfregam o rosto em nossas
pernas ou móveis estão deixando esse odor e mostrando que se sentem bem. Utilizar
esse cheirinho nas caixas de transporte ou ambiente tranquilizam o animal.
Outro feromônio também já sintetizado é o do odor
mamário, que remete ao cheirinho da mãe e transmite segurança. São muito
utilizados quando chega um novo gato na casa, melhorando a relação afetiva
entre eles.
Com essas dicas e alguns produtos no enxoval, é
possível proporcionar maior bem-estar e saúde para os gatinhos e retribuir o
carinho que eles nos oferecem.
HiperZoo
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